É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

TRISTE DE SE ACOSTUMAR – 06/06/08


A gente se acostuma...em chegar e não dar beijo
A dormir sem encostas os pés
A gente se acostuma a não ligar pra avisar que vai chegar mais tarde
Porque o outro não vai mais te esperar
Se acostuma em não contar os problemas por estar cansado até pra falar
A gente se afasta e se acostuma a não mais admirar
Olhar nos olhos então é tão difícil quanto se interessar pelo seu dia
Mas a gente se acostuma a viver como mortos vivos em casa no sofá
Enquanto era para gente estar fazendo amor, a gente se acostuma com a cueca furada e a calcinha relaxada. Se acostuma a nem reparar
E vivemos reclamando para os amigos que esse relacionamento não tem mais sentido, mais não se faz nada pra mudar, porque a gente se acostuma a esperar que o outro dê um jeito.
E se acostuma a empurrar com a barriga, se acostuma com as brigas
Se acostuma tanto...ao ponto de nem mais chorar
E a vida vai perdendo o sentido, e eu fico buscando aquele sorriso seu que me fazia delirar
Mais a gente se acostuma em não cobrar, porque não vai adiantar
E aí na rua encontramos outro sorriso, alguém que saiba nos escutar, olhar, apreciar, igualzinho ao nosso companheiro no começo do relacionamento, isso antes da gente se acostumar
A gente se acostuma a achar que é infeliz, porque o “seu amor” não sabe amar
Depositamos nossas esperanças no outro, mais aí a gente se acostuma em ir se separando aos poucos, a desiludir e a desencantar
Aí a gente se pergunta a onde foi para aquela pessoa interessante que conhecemos antes da rotina estragar?
Mas é mais fácil se acostumar com as mudanças estúpidas do que lutar, inovar, namorar, surpreender, amar
A gente se acostuma a viver triste
E isso é tão triste de se acostumar



Débora Vasconcelos

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