É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 31 de março de 2010

DESEJO E CORAGEM - 26/03/10

Ela tinha vontade de deixar o perfume na penteadeira aberto, a luz acesa e a porta sem trancar. Sair pra nunca mais voltar. Até que pudesse tomar as rédeas do seu destino, até que pudesse se orgulhar de seus feitos, vencer seus medos de não pensar tanto antes de fazer. Até que ela pudesse se entregar.
Como ela tinha vontade de abandonar aquele mundo.
Deixar as manchas na parede que tanto a incomodavam, pra que ela mesma se manchasse das cores da vida.
Beber de outros suores, sentir segurança em outros portos, se ver descabelada e completa, dona de si, de suas vontades, sem ter que pedir permissão pra ser quem realmente era, sem ter que se esconder.
Mas ela tinha um motivo pra ficar.
E envelhecer, sem provar desses sabores.
Pra depois se arrepender e ver que não valeu a pena adiar.
E que sua vida não passava de hipocrisia, como a de tantas outras que a rodeavam.

Despertar desejo...
...É mais fácil do que produzir coragem.
Esse ímpeto de arriscar é o que me falta pra realizar.
Invento desculpas que me impedem de continuar.
Me falta coragem de me lançar neste destino que me chama.
Fico adiando a certeza de que haverá mais ganhos, por medo de falhar.
E fico aqui apenas desejando.
Porque despertar desejo...
...É sempre mais fácil que produzir coragem

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 26 de março de 2010

FURTA COR

No palco são mais que luzes e sons
Mais que instrumentos e cenários
No palco há uma alma multicolor que encanta e baila em esplendor
Eu vi com olhos arregalados
Eu senti de olhos fechados
Eu estava ali naquele show
No palco passaram cenas, danças, movimentos
Dentro de mim energia e um certo alento, de poder estar ali
Eu vi!
Presenciei a arte que se expandia além do palco, da música e da poesia
A arte que pousou em mim
E como micro partículas se espalhou em tons de fantasia furta cor, na mais linda melodia de amor, na potencia da voz que se demonstrou
Em coisas tão simples assim
Eu estava ali naquele show
Sentindo isso dentro de mim
Eu vi com olhos arregalados
Eu senti de olhos fechado
Eu me renovei
Eu renasci


Débora Vasconcelos

LENTAMENTE

Te deixarei ir como uma folha que cai da árvore em um rio
De forma real e singela
Não quero sentir sua falta
E nem achar que te perdi
Quero te ver partir lentamente enquanto o rio segue seu rumo


Débora Vasconcelos

terça-feira, 23 de março de 2010

TRIÂNGULO AMOROSO – 06/01/10


Esqueci uma caneta na cama
E ela me acordou de madrugada
Cutucando minhas costas
E me chamando pra escrever
Já passava da hora de esquecer
Já passava da hora de escrever sobre aquele assunto
Só assim pra eu transferir as sensações
Do que há dias não me fazia dormir direito
Aquietá-las num papel
Só por precaução queimá-las
E deixá-las morrer
A caneta me acordou na hora certa
Eu já quase não agüentava
Viver daquele jeito a remoer
A caneta e o papel são os melhores parceiros de cama
Um triângulo amoroso que não reclama
E um completa o outro
Nesse eterno amadurecer
Com eles posso escreve e desabafar
Eternizar, queimar e esquecer
Com eles eu sei como me satisfazer
Mesmo que eu seja acordada de madrugada
Pois não existe hora certa pra escrever
E com amor é sempre mais gostoso
Nesse triângulo amoroso
Amor não nos faz morrer


Débora Vasconcelos

MÚSICA: SANGUE LATINO – Ney Matogrosso

Composição: João Ricardo / Paulinho Mendonça

Jurei mentiras
E sigo sozinho
Assumo os pecados
Uh! Uh! Uh! Uh!...

Os ventos do norte
Não movem moinhos
E o que me resta
É só um gemido...

Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos
Meu Sangue Latino
Uh! Uh! Uh! Uh!
Minh'alma cativa...

Rompi tratados
Traí os ritos
Quebrei a lança
Lancei no espaço
Um grito, um desabafo...

E o que me importa
É não estar vencido
Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos
Meu Sangue Latino
Minh'alma cativa...

quinta-feira, 18 de março de 2010

IÔ-IÔ HUMANO – 18/03/10

Quando penso que engatei
A engrenagem não funciona
Quando penso que desliguei
É quando o coração impulsiona

Seus sinais são confusos
Não consigo decifrá-los
Neste mundo inseguro
A certeza é de provocá-lo

Quando estou caindo
Vem você e me resgata
Mas me deixa sozinha
Me sentindo abandonada

E quando percebo
Lá esta você de novo
Com desejos latentes
Agora é você quem pede socorro

Neste iô-iô humano
Nossos corpos vêm e vão
Se esbarram, se pertencem
Em instantes, em fração

E assim aos poucos eu te tenho
Cada vez um cadinho mais
Eu inteira a ti pertenço
Nesses encontros sazonais


Débora Vasconcelos

terça-feira, 16 de março de 2010

EU VIVERIA POR VOCÊ! – 02/06/09

Eu viveria de novo por você
Mesmo sabendo de todos os riscos
Dos perigos a se enfrentar
Eu viveria todas as dores e angustias
Só pra de novo do seu lado estar

Eu viveria mais
Assim como eu já vivi outras vezes
Viveria em guerra, viveria na paz
Viveria sem poder te tocar

Mais eu viveria por você
Viveria sempre mais
Eu buscaria a superação
De sempre me aperfeiçoar

Eu viveria de novo
Só pra te encontrar
Mesmo sem te encontrar
Eu viveria a buscar

E eu amaria você
Mesmo sem poder te tocar

Viveria como o céu
Estando em qualquer lugar
Te buscaria entre mil olhos e olhares
Mesmo sem poder te olhar

Viveria seu mundo
Suas preferências
Pra quem sabe assim me aproximar

Eu viveria por você
Com a intenção
De sempre melhorar

Viveria sem escudos
Não estaria mais no escuro
Só pela chance de te reencontrar

Eu saberia se você
Estivesse do meu lado a passar
Meu coração sentiria
E eu viveria sem reclamar

É mais difícil escolher
Entre se viver do que morrer
Pois só eu
Viveria de novo por você

Na simples missão
De te mostrar
Que estou melhor
E de fazer você por mim melhorar

Pois eu saberia
Que a minha energia
Em qualquer lugar
Você também sentiria

Então me espere amor
De alguma forma eu vou voltar
Pois só eu viveria de novo por você
E só você saberia me vivenciar


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 15 de março de 2010

MÚSICA: LIVRE PRA VIVER – Pedro Mariano

Compositor(es): Claudio Zoli / Bernardo Vilhena

Viver é bom demais

Ninguém vai me prender
Eu não me escravizei,
Nem me entreguei a você.

Sou livre para amar,
Louco pra viver esse amor.
Sou livre pra voar,
Não me importa o céu azul, ou blue.

Sou livre pra pensar,
Eu não devo nada a ninguém,
E a liberdade, é tudo que sonhei,
Eu vou viver, eu juro.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O INCOMPARÁVEL

O amor verdadeiro espera
Porque pra ele não existe tempo
Existe apenas amor
Na mesma intensidade e verdade que no início
Porque pra ele não há início e nem fim
Só existe amor
Então ele não se martiriza com o estado das coisas
Não existe nem gordo, nem magro, nem belo, nem feio, não existem preconceitos
Existe unicamente amor
O amor verdadeiro não exige troca de favores, não exige se aprisionar, não exige desculpas ou perdões
Exige apenas amar, transcendendo o tempo, as diferenças e as discussões
O amor verdadeiro é raro de se encontrar
Mas quando encontramos, sabemos que nada pode se comparar a algo tão inexplicável assim
O amor verdadeiro não faz necessárias explicações

Pois é incomparável

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 5 de março de 2010

REFLEXIVOS QUE NÃO SE REFLETEM – 04/03/10


Os vejo andando em direções contrárias
Quando gostariam de estar pisando sobre o mesmo solo
Os vejo falando baixinho
Quando gostariam de estar se ouvindo
Os vejo lutando contra o destino
Quando poderiam estar amando
São reflexivos que não se refletem
Por mania de pensar
Não fazem o que os corações mandam
Por puro medo de amar
Duas estrelas perdidas
Que não sabem se encontrar
Que já se pertenceram um dia
E que se afastaram com o tempo
Agora já não sabem mais com que armas devem lutar
Reflexivos que não se refletem
Perdem tempo de se tocarem
Amor perfeito é apenas uma flor e que nem em todos os dias floresce
Ficam com receio de enfrentar
A superfície que está por vir
Quando os dois enfim resolverem submergir
E tiverem coragem de olhar tudo que está por vir
E que inevitavelmente vão lhes abalar
Afinal ainda estão vivos
E a vida é feita pra nos impulsionar
Reflexivos que carregam medo daquilo que mais os fizeram felizes
Refletem-se no vazio de corações distantes
Aproveitam apenas a lacuna que existe pra imaginarem o que o outro pensa
Enquanto poderiam estar preenchidos de realidade
Se refletindo no espelho dos olhos, um do outro


Débora Vasconcelos

MESA- 26/02/10

Se tiver alguma coisa certa em minha mesa
Pode ter certeza que terá alguma coisa errada comigo
É na bagunça que eu produzo
É na desordem que eu crio

Débora Vasconcelos

O QUE ERA, AFINAL? – 04/03/10

Foi um erro
O que achei fosse amor
Foi um erro
Querer construir um futuro
Quando você tinha urgência de presente
Foi um erro
Espelhar em você minha certeza
Se as dúvidas vinham de você a todo o momento
Foi um erro
Tentar ser maior que o muro
Se pra isso era preciso estar em cima dele
Foi um erro
Te entregar tudo que eu tinha de bom
Se agora só restaram as coisas ruins pra mim
Foi um erro
Esperar até o último ou primeiro suspiro
Para enxergar o que estava explicito
Foi um erro
Achar que um dia você sentiria o mesmo que eu
Foi um erro
Acreditar que você seria capaz de fazer com que as coisas mudassem
Foi um erro
Pois o erro nos deixa tristes
Mesmo sendo tão diferentes, eu consegui confundir
Foi um erro
O que acreditei fosse amor
Mas foi apenas um erro


Débora Vasconcelos

terça-feira, 2 de março de 2010

FENÔMENO – 26/02/10

Há tempos eu lhe cobrava um fenômeno
Não vinham flores, nem vinho
Não vinha chocolate; só o vazio
De um espera sem fim
Passado anos eu decidi
Parei de te cobrar
Te trai


Débora Vasconcelos