É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A TERRA DOS PÉS JUNTOS – 29/11/10

A TERRA DOS PÉS JUNTOS – 29/11/10

Na terra dos pés juntos não é onde os mortos “vivem”
A pesar de parecer
Pra quem ainda não aprendeu vou explicar
Que a terra dos pés juntos fica em casa
De noite, de manhã ou madrugada
É quando os pés se encontram para pedir perdão
É quando os pés fazem o papel das mãos
E ficam a se enamorar, enquanto simplesmente o tempo passa
Na terra dos pés juntos eles deitados, apontam para o alto, como se tivessem contando estrelas
Na terra dos pés juntos há mais vida do que morte, mesmo quando descansam um ao lado do outro de um jeito tão amoroso que parecem que não quererem sair do lugar
Decidem compartilhar esse período
Já que durante o dia eles vão se separar para cada par seguir seu rumo
Mas na terra dos pés juntos
O amor se faz notar

Débora Vasconcelos

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PASSOS – 20/12/10

Eu estava andando descalço naquela rua suja
E mesmo assim me senti livre
Limpa de um pecado que tomei pra mim
Sem ao menos saborear do seu prazer
Eu me agredi por não saber o que fazer
Aí resolvi que seria melhor andar
Dar as costas e partir
Sem antes me despedir do que eu não mais queria ser

Débora Vasconcelos

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ENTRANHAS – 07/12/10


Se desprezas o que eu faço
Não me ama por inteiro
Não me ama pelo avesso
Não me ama por fora, nem por dentro
Só o contorno, como se eu fosse oco
Não me ama por inteiro

Se não admira meus caminhos
Não me ama as escolhas
Não me ama o raciocínio
Não me ama, não me ama

Se não se orgulha de minhas verdades
Não me ama a realidade
Não me ama as entranhas
Só me estranha

Amando apenas meus apelos
Meus desejos
Os meus beijos
Minha pele
Os meus pêlos
Mas não me ama por inteiro
E eu mereço
Mas não sei se encontro
Alguém que o faça

Débora Vasconcelos

MÚSICA: O QUE É BONITO? - Lenine

Composição: Lenine

O que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a obra
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça
O que é bonito...