É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 29 de abril de 2009

PORQUE É QUE A GENTE SENTE FRIO, QUANDO A GENTE SENTE DOR? - 29/04/09


Às vezes me pergunto: - Porque é que a gente sente frio, quando a gente sente dor?
O mundo fica tão vazio, quando algo em nós se separou
É um querer estar contigo
E ao mesmo tempo ir devagar com o andor

O corpo vai se entregando aos poucos
Ao prazer e ao mesmo tempo a dor
De não saber o que é certo
Quando já não se sabe o que pode se sentir

Tem coisas que podemos deixar passar, mais tem coisas que não dá pra fingir
Quando a Verdade se escancara na sua frente
E fria rasga o coração inocente
Partindo ao meio tudo que encontrou

Já não dá pra refletir alegria
Quando o que sobra é conformismo
Porque tem coisas que não podemos lutar contra
Nem tão pouco a favor

O jeito é se conformar
Mesmo com essa revolta louca presa no peito
Fazendo arder até os pensamentos
Por não poder se expor

Ainda me pergunto: - Porque será que a gente sente frio, quando a gente sente dor?
Não há nesse mundo algo que esquente, nenhuma palavra ou cobertor
Quando algo te atrapalha a mente a dor invade com um frio tão presente
Quando o coração já se desencantou

Queria não sentir esse frio
Principalmente quando esta esse calor
Mais não importa a temperatura
Esse meu frio é de dor e não de amor

Minhas mãos gélidas
Meu coração vazio
Meu medo e meu grito
A incerteza, o arrepio
O frio mesmo
Frio de dor.

Débora Cristina Vasconcelos

PLACAS DE GELO - 15/04/09

Difícil cumprir seu cronograma e fingir que os fatos não te atingem.
Quero me concentrar em algo que me tire daqui
Algum trabalho escravo, algo que não me faça refletir
Hoje quero perder a capacidade de pensar
Pra não poder questionar como foi que eu pude deixar isso chegar até aqui
Quero poder parar de tremer os lábios como se isso resolvesse tudo o que senti
Tenho que pensar que o pior já passou
E quando passou, você não estava aqui
Você não mudou nada...ainda é o cara que come o sorvete todo sozinho
Não olha para o lado, apenas para o seu umbigo
Não acredito em mais nada que saia do seu olhar
Hoje é um dia difícil, mais tenho que enfrentar, chorando baixinho escondida
Pois como dizia o sábio: O show tem que continuar!
Vai derretendo aos poucos as enormes placas de gelo que você deixou por aqui
E eu vou me recuperar

Débora Vasconcelos

VAI DEVAGAR! PORQUE COM VOCÊ O TEMPO PASSA DEPRESSA. - 14/04/09


Escuto seus passos vagarosos e ao mesmo tempo firmes. E o meu corpo já se estremece com a sua eminente presença.
É incrível o poder que você exerce sobre mim.
E é só estender a mão que eu vou.
Me leva fácil como se eu soubesse dançar a sua dança, sigo os seus passos como uma criança.
Me sinto leve e sensual, quando você me tem.
Me sinto sua e de mais ninguém, naquele em que podemos chamar de “Nosso momento”.
Adoro ouvir sua voz de homem que me enlouquece, mesmo quando não está falando comigo.
Você não tem medo de me enxergar, mais sente medo de continuar a me conduzir.
Tenta me esquecer e não consegue, pois...
O corpo chama!
Pede!
Implora...pra gente se juntar.
Mesmo que não haja amor, assim também fica mais distante a dor de não se esperar nada de ti.
Escuto os seus passos e meu corpo se arrepia com a possibilidade de você se esbarrar em mim.
E os meus poros exalam o desejo de te fazer suar, pra poder sentir o seu cheiro de homem com H.
E como um instinto, nós queremos nos possuir.
Feito bichos do mato, nossos corpos seguem a se procurar.
Me aconchego quando você me agarra.
E nas suas garras é que quero me perder.
Vai devagar! Porque com você o tempo passa depressa.
Deixa esse instinto fluir.
Temos mesmo é que aproveitar.
Deitar, rolar e ser feliz.


Débora Vasconcelos

QUEBRA-CABEÇAS -07/04/09

Quero te decifrar...
É por isso que pergunto aos poucos os significados de suas tatuagens, porque se você me contasse todos de uma vez eu não iria assimilar, então pergunto aos poucos, pra guardar na memória.
Quero te decifrar é por isso que te observo enquanto cozinha, seus gestos, as músicas que canta ou que ouve enquanto faz isso, dizem muito sobre você.
É por querer te decifrar que olho bem em seu rosto quando fala ao telefone, suas expressões falam mais que as palavras que a pessoa do outro lado ouve.
Quero te decifrar e por isso às vezes vou dormir mais tarde, só pra te olhar dormindo e ver os sons que você faz, a posição que escolheu pra se aconchegar e a roupa que não pôs só pra me provocar.
Quero te decifrar, mesmo sabendo que você é toda minha, que se entrega sem medo de se dar.
Quero te decifrar como uma desconhecida, que eu conheço muito bem e sempre vou amar.
Quero decifrar suas mudanças, suas decepções e alegrias, seu amadurecimento, suas agonias.
Quero te decifrar...como se fosse a minha própria vida, o mapa do tesouro que eu quero ganhar.
Quero te decifrar ao longo dos anos, nas horas irritadas e nas noites de amor.
Quero te decifrar tomando um chocolate quente, ou em tardes de verão, estar contigo independente da estação do ano, só pra poder te decifrar.
Quero saborear seu gosto, ter na minha mente o seu rosto, onde quer que eu vá.
Quero te ter na mente, me entrosar com sua gente, poder te amar sem me preocupar...sem me estressar.
Quero te decifrar de noite e de dia, em manhãs corridas, em domingos que demoram a passar.
Quero te decifrar como um sommelier degusta um vinho e descobre todos os suas peculiaridades.
Você é toda peculiar!
Mesmo assim eu quero te decifrar, isso sim vale a pena, viver junto de quem amo, te decifrando aos poucos, vendo você se transformar, me transformando com as peças desse quebra-cabeças que nunca quero terminar de montar.
Quero te decifrar, mais nunca te saber ao todo, só pra nunca desistir de insistir em te decifrar.


Débora Vasconcelos

VENENO – 07/02/09


A porta ficou aberta
Meus cabelos ainda estão molhados com o suor do homem que amei
Agora tudo está diferente
Tudo tão sóbrio quando penso em você
Foi um veneno que eu quis provar
E vivi prazer ao senti-lo entrar em meu corpo
Foi o veneno mais delicioso que provei
Tudo agora tem um cheiro de mistério e pecado
Não podemos fazer mais ninguém sofrer
Foi a última vez que me alimentei do seu veneno
Você não iria entender
Não posso te desviar do seu caminho
Se ainda quero seguir o meu
Sou livre assim
Difícil vai ser alguém tirar isso de mim
Um coração de artista que precisa de veneno pra sobreviver


Débora Vasconcelos

LABIRINTO DE EMOÇÕES

A trama da vida teceu você no meu destino
E num gesto singelo fez sua luz refletir em mim
E como um prisma, espalhou luzes coloridas ao redor
Me ensinando em qual direção seguir

Queria dizer palavras bonitas pra te encantar
Mais a única coisa que consigo pensar
É no quanto você é importante pra mim

Eu vejo um infinito de possibilidades em seus olhos
Eu vejo a liberdade
Que jamais ganharia de alguém

Você trás a paz que tanto procurei em vão
Em outros lábios, em outras mãos
Fui encontrar justo nas batidas agitadas e impulsivas do seu coração
Tudo aquilo que busquei

Achei o meu lugar no mundo
No aconchego de seus braços
Me perdi em seu abraço
Num labirinto de emoções

Agora me diz como é que eu faço
Pra retribuir tanto sentimento bom
Tudo que me ensinou em tão pouco tempo
E essa alegria que preencheu meu coração


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 15 de abril de 2009

07/04/09

Preciso sobreviver mais um pouco
Tirar essa terra que cai sobre mim a cada passo que você se distancia
Preciso tentar respirar, mesmo meus pulmões só conseguindo se encher dessa névoa sombria
Até parece que sou eu que estou morrendo
Quando na verdade quero é te matar dentro do meu peito
Mais parece até que não tem jeito e a dor se apoderou de tudo que ficou
E quanta dor pra um só corpo
Porque você nem sente, assim como não sentiu o meu amor
Não é capaz de entender todo o mal que me fez
Preciso estar leve de novo
Pra me desvincular de você
Pra estar pura e não desistir de amar um outro alguém
Vai e me deixa crescer
Essas raízes não vão me prender
Pois não há força suficiente pra resistir à verdade
Só quero abrir os braços e me jogar na minha própria liberdade


Débora Vasconcelos

MÚSICA: MAURÍCIO - (Legião Urbana)

Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá

Já não sei dizer se ainda sei sentir.
O meu coração já não me pertence.
Já não quer mais me obedecer.
Parece agora estar tão cansado quanto eu.

Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.

Às vezes faço planos.
Às vezes quero ir...
Para algum país distante e voltar a ser feliz.

Já não sei dizer o que aconteceu.
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu.
Se meu desejo então já se realizou.
O que fazer depois, pra onde é que eu vou?

Eu vi você voltar pra mim.
Eu vi você voltar pra mim.
Eu vi você voltar pra mim.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ENCONTROS CRIATIVOS – 02/03/09


Fico cansada, Confesso!
Mais me faz tão bem esses encontros criativos...
Cada qual com suas habilidades
E essa mistura multiartística me enriquece
É uma experiência que espero se torne cada vez mais comum
Mais jamais vou me esquecer de quando tudo começou
Jogos, poesias, pandeiro, bebida...tudo a se misturar
Pessoas na minha sala discutindo se devo ou não cantar
Trocando músicas e as ouvindo
Trocando filmes e os assistindo
Trocando lápis e tintas e colorindo
Trocando livros e esperando um novo chegar
Como se todos estivessem comigo a gerar mais esse meu desafio
E o novo CD a se gravar, também estamos a esperar
E todos se questionam
Mais tudo acaba bem
Num afago, num carinho
Num cafuné, num cafezinho
Numa conversa longa e uma paisagem a se observar
Vararíamos noite adentro ou a fora
Vararíamos dias
É uma ânsia de criar
Mais acho que tem que ser assim mesmo
Com espaço, com cansaço, com um tempo pra gente se acertar
Pra ficar pensando no que será que iremos criar
E assim vamos mudando aos poucos nossos mundos
A pintura nas paredes e muros
Vamos agregando novos olhos, novos olhares
Novas ruas e shows a se freqüentar
Novos atritos
Novas amizades
A sala vai ficar pequena pra esses encontros criativos
É muito talento pra se aconchegar
Mais a gente dá um jeitinho
E tudo vai se acertar

Débora Vasconcelos

MÚSICA: ESQUADROS

Composição: (Adriana Calcanhotto)

EU ANDO PELO MUNDO PRESTANDO ATENÇÃO
EM CORES QUE EU NÃO SEI O NOME
CORES DE ALMODÓVAR
CORES DE FRIDA KAHLO, CORES
PASSEIO PELO ESCURO
EU PRESTO MUITA ATENÇÃO NO QUE MEU IRMÃO OUVE
E COMO UMA SEGUNDA PELE, UM CALO, UMA CASCA,
UMA CÁPSULA PROTETORA
EU QUERO CHEGAR ANTES
PRA SINALIZAR O ESTAR DE CADA COISA
FILTRAR SEUS GRAUS
EU ANDO PELO MUNDO DIVERTINDO GENTE
CHORANDO AO TELEFONE
E VENDO DOER A FOME NOS MENINOS QUE TÊM FOME

PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE

EU ANDO PELO MUNDO
E OS AUTOMÓVEIS CORREM PARA QUÊ?
AS CRIANÇAS CORREM PARA ONDE?
TRANSITO ENTRE DOIS LADOS DE UM LADO
EU GOSTO DE OPOSTOS

EXPONHO O MEU MODO, ME MOSTRO
EU CANTO PRA QUEM?

PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE

EU ANDO PELO MUNDO E MEUS AMIGOS, CADÊ?
MINHA ALEGRIA, MEU CANSAÇO?
MEU AMOR CADÊ VOCÊ?
EU ACORDEI
NÃO TEM NINGUÉM AO LADO

PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE