Às vezes me pergunto: - Porque é que a gente sente frio, quando a gente sente dor?
O mundo fica tão vazio, quando algo em nós se separou
É um querer estar contigo
E ao mesmo tempo ir devagar com o andor
O corpo vai se entregando aos poucos
Ao prazer e ao mesmo tempo a dor
De não saber o que é certo
Quando já não se sabe o que pode se sentir
Tem coisas que podemos deixar passar, mais tem coisas que não dá pra fingir
Quando a Verdade se escancara na sua frente
E fria rasga o coração inocente
Partindo ao meio tudo que encontrou
Já não dá pra refletir alegria
Quando o que sobra é conformismo
Porque tem coisas que não podemos lutar contra
Nem tão pouco a favor
O jeito é se conformar
Mesmo com essa revolta louca presa no peito
Fazendo arder até os pensamentos
Por não poder se expor
Ainda me pergunto: - Porque será que a gente sente frio, quando a gente sente dor?
Não há nesse mundo algo que esquente, nenhuma palavra ou cobertor
Quando algo te atrapalha a mente a dor invade com um frio tão presente
Quando o coração já se desencantou
Queria não sentir esse frio
Principalmente quando esta esse calor
Mais não importa a temperatura
Esse meu frio é de dor e não de amor
Minhas mãos gélidas
Meu coração vazio
Meu medo e meu grito
A incerteza, o arrepio
O frio mesmo
Frio de dor.
Débora Cristina Vasconcelos