É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ABALO SÍSMICO – 15/11/08


O Professor pergunta com um ar de quem sabe tudo e que o aluno problema não saberia responder:
- O que é um abalo sísmico?
E o meu irmão responde:
- Terremoto!

Acho que essa introdução serve para explicar que os abalos sísmicos internos que passei nesses últimos meses, foram tão intensos e causaram tantos danos psicológicos como qualquer terremoto causaria.
Mas das perdas nasceram ganhos.
Dos escombros brotaram flores.
E do abandono solidariedade.
E esses terremotos avassaladores e seguidos me fizeram perceber o quanto sou forte para achar paz no meio de tanta dor e confusão.
Não me tiraram os sonhos de evoluir.
E assim eu prossegui, com uma dor latente em meu coração, mais com a certeza de que fiz além do que pude pra tentar impedir o sofrimento alheio e quem se feriu com os estilhaços fui eu. E mesmo assim encontrei a paz que tanto quiseram arrancar de mim.
Me levaram a confiança, o amor falso, levaram a gratidão, o zelo e a preocupação e tantos outros sentimentos que eu acreditei que pudessem existir sem interesse...mas a minha paz não.
Os abalos sísmicos que passei e ultrapassei adubaram a minha raiz e assim me senti mais feliz e mais forte e por isso estou aqui.
E descobri em mim um poder de reconstrução.
Pois quando houve o terremoto era como se tivessem me rastelado por dentro, mais logo em seguida o meu corpo reagia trabalhando na reconstrução do meu ser.
E poder ter essa oportunidade de entender e me recuperar tão rápido, não transformando minha vida num martírio e nem me vendo como qualquer coitadinho é esplendoroso.
Quando acabaram com todas as minhas certezas, eu fui a minha própria fortaleza e não precisei sofrer.
Chorei sim, um dia e por pouco tempo, mais a decepção enxugou minhas lágrimas e me fez enxergar o estrago que estava ali há tanto tempo.
Ver as coisas com clareza me trouxe de novo a certeza de que só Deus pode realmente nos entender. E por mais que alguém te ajude. Só você sabe a intensidade de sua dor, mais não é preciso transformá-la em escudo para se esconder do mundo e parar de conquistar tudo que num dia bonito você sonhou.
E mesmo com tanta fumaça e destroços eu pude ver seu arrependimento no toque do telefone perguntando se eu estava bem.
Agora, justo agora, no meio desse cenário tenebroso, envolta nesse cheiro de carniça, justamente agora, a resposta veio realmente sincera:
- Agora. Estou!

Débora Vasconcelos

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