É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O NOVO – 31/08/09


O medo do novo me arrebatou
Assim como num matadouro me senti morrendo
Perdendo as forças
Quando deveria ir

Uma ansiedade
Que travou minhas pernas
Meus sentidos
Nem senti

O medo do novo chegou
Porque o novo agora está aqui
Escancarado em minha frente
Sem roupa, sem pudor, chegando a quase me ferir

O novo instante
O novo desafio
O novo dissonante
Provocando arrepios

O meu mundo está mudando de cor
Onde foi parar a certeza
De um mundo novo buscar
Quando enfim ele chegou

O novo aqui está
Com sua dor e seu esplendor
Vem certeiro a me desafiar
O novo me enfeitiçou

Cheio de regras
Diferente do que pensei que ia ser
Cheio de agrados
Como pensei nunca merecer

O novo veio mudar
O que era velho aqui dentro
E eu que me achava moderna
Descubro que o novo me causa medo

Débora Vasconcelos

FOQUEIRA VIVA – 11/08/09

Eu me submeto aos seus apelos
Escorro as mãos sobre seus pelos
Chego até a me entregar

Eu viajo com as suas melodias
Seu desejo, sua fantasia
Vem à tona me provocar

Eu finjo ser sua menina
Sua amante, sua bandida
A dona do seu estar

Eu sei que no fundo, no fundo
Toda essa teimosia de tentar te conquistar
Disso não vai passar

Mais é tão bom estar contigo
Você faz eu me sentir viva
Proporciona tantas alegrias
Que eu não consigo nem relatar

As atitudes impensadas
Agora tornam-se calculadas
Pra que ninguém possa nos desvendar

A cumplicidade de nossos corpos
A diferença de nossas vidas
Que mesmo sendo tão distintas
Fez a gente se encontrar

Somos feitos da mesma energia
E quando um está perto
O outro vibra, tentando se controlar

Você é a fogueira viva
Que dentro de mim está a queimar
Que incendeia minhas mãos de fogo
Que em seu corpo vão deslizar

É quase um círculo vicioso
Você pede
Faço de novo
Não sei onde vai chegar

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MOLECA – 05/07/09

Ela já é madura e sabe lidar com um corte de cabelo errado
Com um arroz queimado
E não fica chorando pelos cantos
Ela ri das desgraças
E faz a graça que a vida não fez
Ela já é madura e se entrega em meus braços
Sem pudor, sem culpa
Sem querer esconder o seu corpo, que pode não ser perfeito
Mais por ela não ter vergonha
Desperta todo o desejo em mim
Ela já entendeu a liberdade
E não carrega a maldade
Consegue ser feliz
Ela é solta e leve
A vida ao seu lado é sorrir
Ela é madura e mesmo assim se atrapalha
Com as contas, com as coisas diárias
Ela é bagunçada
Vaidosa, às vezes desleixada
Ela é madura
Mais esta sempre em movimento
Me deixa sempre atento
Pra não deixá-la fugir de mim
Gosta de ser lembrada
Quer presentes e flores
Quer bombons e palavras
Ela é madura em seu jeito de pensar
E sempre me ajuda nos desafios que a vida me dá
Mais ela é uma moleca
Que vive a pular por aí querendo o meu bem
Ela é a mulher que eu quero ter
Já a conheço bem, mais ela sempre me surpreende
Ela já é madura
Mais sabe me fazer sorrir
Ela é madura e já sabe viver

Débora Vasconcelos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

MÚSICA: MAIS UMA VEZ – Renato Russo

Compositor(es): Flávio Venturini - Renato Russo

Mas é claro que o Sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o Sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

Mas é claro que o Sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o Sol já vem

Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança(7x)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FAZ EU ME ACEITAR - 06/08/09

Quis perseguir um caminho que não era o meu
Me perdi num labirinto sem saída
Quase dei minha própria vida
Sem saber como voltar

Me dispersei por onde eu vim
Deixei o transtorno me transtornar
Senti enjôos, náuseas, vômitos
Uma sensação de que nunca iria acabar

Mais acabou e pronto
Não há porque voltar
A percorrer o caminho dos outros
Que me tira do meu lugar

O meu lugar é o mundo torto
Que eu mesma quis inventar
Cheio de dialetos e desenganos
Cheio de coisas pra contar

Deixa eu retornar aos poucos
Deixa eu sair desse lugar
Me abriga em seus braços longos
Me deixa ser e estar

Me aceita
E faz eu me aceitar
Assim de qualquer jeito
Em meu retorno ao que eu não era
Assim no silêncio da incerteza que insiste em nos contornar


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

AS COISAS NÃO ANDAM BEM - 06/08/09


O quadro está torto
A casa bagunçada, os cabelos nem se falam
As coisas não andam bem

Uma angustia no peito
Uma saudade que escorre feito água
E eu aqui esperando por alguém

As paredes apertadas
Emboloram, ficam mofadas
E o meu coração também

Um desatino, uma batalha
Que nunca cessa, que nunca para
Não descansa, só se mantém

E daí se os problemas são só meus?
E daí se os apelos são só seus?
E daí se isso não importa pra ninguém?

Quero falar, quero expor
Sem ser taxada de coitada
E seja lá como for
Os dias passam e eu assustada
Tentando viver sem sentir dor
Tentando sobreviver ao meu próprio desamor
E entender o que não me convém

Assim vou driblando os dias
Dormindo cedo para evitar minha própria companhia
Aqui as coisas não andam bem

O dia amanhece eu tenho que ir
No meio dos outros, sorrir
Mas até que eu finjo bem

O problema é quando chego em casa
A solidão, a falta inexplicada
Um vazio que sempre vem

Sem poder explicar, nem tão pouco entender
A causa de estar estagnada
De tudo aqui me aborrecer

Fico tateando as palavras
Pra tentar me convencer
Que passou da hora de mudar a minha vida
De dar uma guinada
Mais vou ter que fazer por merecer

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

MÚSICA: FLOR DA PELE – Zeca Baleiro

Composição: Zeca Baleiro

Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar

Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer

Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser

Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...(2x)

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicídio!

Oh, sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que não acredito
Mais em você

Eu não preciso
De muito dinheiro
Graças a Deus!
Mas vou tomar
Aquele velho navio
Aquele velho navio!

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicídio!