É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O ESPETÁCULO DO SOL – 18/01/09


Amanhece um dia esplendoroso sobre as casas de meu bairro
A imagem do céu a se abrir pra deixar esse sol alaranjado e rosado se apresentar
Me dá a certeza de que Deus está olhando por mim
E de que as coisas vão melhorar
E uma onda de calor invade o meu corpo a pesar do vento que bate forte nessa manhã, isso tudo só pra me lembrar que estou viva, que posso sentir, que posso lutar e seguir
Então encontro muito mais forças aqui dentro, pra assim como o sol, deixar se mostrar em um espetáculo de magia e beleza
E agradeço por mais um dia pra vivenciar
Pena que poucos podem perceber isso
E é por isso que vim aqui compartilhar

Débora Vasconcelos

DEPENDENTE – 15/02/09


Seria tão simples virar a página e começar de novo
Deixar tudo pra trás sem ninguém pra desapontar
Achar motivos no meio desse furacão pra manter-se vivo
Quando na verdade se quer chorar
Encontrar a fé, quando já muito pouco pode se enxergar
Descobrir um dia novo, quando a madrugada não te deixa descansar
Não aceitar tudo que é neutro e não se decide, não se refaz
Escolher sempre um lado pra se ficar
Seria tão fácil ser decidida
Poder olhar nos olhos da vida
E sem medo nenhum seguir
Seria tão simples se eu não fosse o avesso
E se entre todos os meu tropeços
Eu não tivesse chegado até ti
Você me desconcerta, me desequilibra
Você move o eixo da minha vida
Me impede de ver até o que eu já vivi
Você se expande em meus horizontes
Se apossa de tudo que é novo
Me deixa indecisa, com medo
Pensando que sem você eu não posso conseguir
De você sou dependente
Quase como se eu fosse doente
E não pudesse viver sem ti
É complicado sair dessa história
Depois de tudo que guardei na memória
Depois de tudo que você me fez sentir
E é tão difícil não me sentir impedida de te tirar da minha vida
Abrir a porta e sair

Débora Vasconcelos

A FONTE DOS DESEJOS – 14/01/09



Não é que a fonte não tenha realizado o meu desejo
Nem eu gastei moeda à toa
Era o desejo que estava errado
Na verdade errado nem era o desejo
E sim a pessoa pra quem era o desejo que era à toa

E agora aqui me vejo bem em frente à fonte dos desejos novamente
Mil desejos me passam a mente
Mais o desejo no qual minha moeda vou gastar
Vai ser o de nunca mais encontrar aquela pessoa

Pois só assim viverei em paz
E não vou recorrer nunca mais
A nenhuma fonte, moeda, desejo...
Só assim ficarei numa boa


Débora Vasconcelos

15/02/09


Se as ondas daquele mar pudessem me levar pra onde você não pudesse ir, eu me atiraria sem pensar
Se o sol fosse tão forte a ponto de cegar meus pensamentos e assim eu jamais te desejasse novamente, eu olharia pra ele até morrer
Se a vida que pulsa agora não fosse útil pra mostrar a mim mesma que tenho o poder de reconstrução, ela já não bateria em meu coração
E mesmo enxergando os seus olhos a me seguir onde quer que eu vá
Mesmo sentindo o cheiro do seu suor, como se estivesse a me chamar, mesmo que as águas daquele mar só te tragam pra próximo de mim
Ainda assim eu lutarei contra a maré, pois já aprendi a remar sozinha mesmo e nada irá me impedir de tentar
Serei feliz pelo simples fato de seguir passos contrários aos seus
Serei feliz pelo simples fato de ser firme em minha decisão, por não me arrepender e nem voltar atrás.
Eu sei o que eu quero e vou buscar
E eu não te quero mais em minha vida!
Já sai dessa prisão
E a liberdade é tão doce!


Débora Vasconcelos

ACROBACIAS


Você me fez tão bem
Ao sair da minha vida
Me deixando assim mais protegida
De todos os danos teus

Agora não há mais rotina
Posso ser quem quero
Todos os dias
Sem me esconder dos olhos teus

A vida está mais leve
Mais colorida
Aqui só ficou
O que realmente era meu

As acrobacias agora são outras
Não mais pra me esquivar da dor
Agora são em busca de amor
Do amor que você perdeu

Descobri que não preciso mais chorar
Sofrer por alguém que já morreu
Descobri que diferente de você
Eu não preciso de ninguém pra chamar de meu

Eu me suporto sozinha
Sou feliz de verdade
Encontrei meu caminho
Sou grata a tudo que Deus me deu.

Débora Vasconcelos

JORNAIS – 16/01/09


Tenho medo do mundo
Quando vejo os jornais
Tenho medo de tudo
Quando já não há paz
Aonde foi que o amor se escondeu?
Onde foi pelo amor de Deus?
Desacredito do que o homem é capaz
Toda vez que eu vejo os jornais
É pior que olhar pra trás
Queria ver o mundo evoluir
A impressão é que não dá mais
Onde quer que seja
Parece que não há paz
Nada é poupado
Nem escolas, nem hospitais
Nem lares, nem crianças, nada mais
Assim perdemos a inocência
De acreditar na salvação
De querer um mundo são
Quando toda a insanidade se refaz
Sempre que acompanho os jornais
É podre essa dor
É como brigar por amor
Contraditório até de mais
Tenho medo do mundo sempre que vejo os jornais
O melhor é confiar em Deus de ante mão
E pedir pelos que não têm coração
E tiram do mundo a paz


Débora Vasconcelos

BARREIRA


Olho para o lado e tem tudo o que eu queria
Mais tem sempre algo pra faltar
Uma sensação estranha de que algo me consumia
E eu não conseguia me relacionar
A tarde vai embora
Uma vida de rotina
E eu nem sequer consegui
Uma única palavra dar
Por que será que o sol brilha lá fora
Mais não chega aqui dentro
Preciso urgente me esquentar
Queria mesmo é ser diferente
Não esperar nada dessa gente
Como se a ausência não me fosse afetar
Mais vivo nessa agonia
De sempre querer falar
Se não me comunico direito é por que você não me dá espaço
Quer saber mesmo o que eu acho
Não importa o que eu faça
Nada vai mudar
Você já criou uma barreira
Tão grande e certeira
Que nada pode ultrapassar
Então fique ai distante
Cada um segue seu caminho
Sei que para você não posso contar
Nenhum dos meus segredos
Eu é que sou boba, disso esperar
De pessoas que nem para o lado sequer sabem olhar

Débora Vasconcelos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MÚSICA – 29/01/09

Adoro gostar de música
Poder provar de todos os sabores
Sentir todos os ritmos
Exorcizar todos temores
Simplesmente por poder ouvir tocar uma canção
Adoro ouvir música como quem vê televisão
Deitada no sofá, de luz apagada às vezes (quando não escrevo) e prestando bastante atenção
Mesmo que cantada em uma língua que não entendo, fico ali parada sentindo a emoção
E a melodia vai me possuindo
Me fazendo atravessar de geração em geração
Adoro gostar de música
Assim mesmo sem nenhuma restrição
Me sentir bem onde quer que vá
Independente da canção que irá tocar
Adoro gostar dessa sensação que a música me dá
Aliviando minha tensão
Balançando os meus pés
Esquentando o meu coração
Adoro quando alguém vem me mostrar um cantor novo, alguma música que sabem que eu vou gostar
Aquela que me lembre alguém, uma paixão, algum lugar
Adoro gostar de música!
Adoro a sensação que ela me dá!


Débora Vasconcelos

A VOLTA – 05/02/09

Fico lembrando de quando cheguei da viagem
Você gritando como um louco que me amava e que nunca mais me deixaria ir
Mesmo cansada do que passei quando sai pra abrir mão de ti, do mundo, de mim...
...Quando cheguei você se apossou do meu ser
Me abraçou como nunca vou esquecer
Fizemos amor como quem depois fosse morrer
Foi tão bonito, mais durou tão pouco
Até a ressaca te acordar, tua dor de cabeça voltar e a rotina nos pegar
Porque deixei isso acontecer?
Você nunca quis saber de mim, não quis compartilhar mais uma vez
Mas olhou minhas fotos escondido
Enquanto eu fingia que dormia, isso eu pude perceber
Você não tem idéia mais naquele dia
Eu ia terminar com você
Como eu pude deixar tudo isso acontecer?
Você só conseguia demonstrar seus sentimentos quando estava bêbado
E eu esperando pra poder realmente te conhecer
Se tudo tivesse acabado ali, eu não teria esperado mais nada de você
Não teria sofrido, não teria morrido, mais também não teria criado forças pra depois renascer
E aquela noite teve que acontecer, pra ficar na memória como algo bom, difícil de se esquecer
Algo que me faz perceber, o quanto nada foi verdadeiro, a não ser esses momentos em que no mundo só existia eu e você


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ARCO-ÍRIS - 30/01/09


Estou tão feliz de estar feliz
Mesmo assim queria ver um arco-íris só pra me alegrar ainda mais
Me sinto plena, absoluta, singular dentro dos planos que tenho pra cumprir
E se a porta não abrir
Eu subo no telhado e grito
Pra demonstrar para os outros, toda minha satisfação
E se eu puder interagir
Vou mostrar meu sorriso solto
Sem culpa, sem solidão
É bom abrir os braços na chuva e deixar toda dor ir escorrendo
Mais um dia eu ouvi:
- Só não deixe ir junto os seus sonhos!
E ele tinha razão
É bom ser eu a responsável por alimentar esse espírito colorido
Está aí o arco-íris que eu queria ver
Esse aspiral multicolorido de que é formado o meu espírito
Espalhando alegria e paz
A felicidade é simples
Simplicidade é ter paz de espírito
Alegria nunca é demais
É algo que você pode dar...
...Sem ter medo de acabar
Felicidade é estar em paz!
Precisei ficar só pra entender isso
Agora sim posso compartilhar minha alegria com os demais


Débora Vasconcelos

FACADA – 21/01/09


Você esfaqueou o meu coração
Bem feito, porque você estava dentro
Matou o meu amor
Mais também acabou morrendo

Você não tem os pés no chão
Não sabe assumir o que faz
Viver contigo é ilusão
Que eu já não quero mais

A solidão tentou me pegar
Mais eu sorrateira consegui me esquivar
E descobri o quanto é bom
Viver sem você pra atrapalhar

Some da minha visão
Não insista em voltar
Ser amigo é pedir de mais
Pra quem nunca se dispôs a me ajudar

Eu não perdi com a separação
Ganhei um novo ar
Limpo, claro e perfeito
Vou voltar a amar, assim que o coração cicatrizar

A faca guardei de recordação
Pra nunca esquecer o mal que me fez
Por não fazer nada quando era de se esperar

Pra mim você morreu e foi cremado
E suas cinzas jogadas ao vento
Pra eu não ter nem o trabalho
De ter tumulo pra visitar

Você esfaqueou meu coração
Mais morreu, porque estava dentro


Débora Vasconcelos

ESTADO DE COMA – 18/01/2009

Estou cansada de dar respostas
De explicar pra onde vou, meu jeito de ser, quem sou
Se nem eu sei direito como falar
Você exige que eu saiba te explicar o que sinto
Mais não dá espaço pra entender o que vivo
Quero gritar, pra me libertar
Me deixa sair por aí me desintoxicar
Desse ar pesado, nada inocente em que você quis me aprisionar
Se pra você encontrar sentido tem que perguntar
Pra mim o sentido é viver sem me importar com o que os outros vão pensar
Deixa eu ir aos poucos me livrando de você
Dos seus questionamentos estridentes
Eu também quero gritar
Deixa eu me livrar desse estado de coma em que você quis me deixar
Eu sei muito mais que você
E você não se conforma, que o que sei não dá pra explicar
Você não passou pelo que passei
Pra entender meu coração
É totalmente diferente a minha visão
Não sou preconceituosa como você
Quero gritar enquanto o vento bate devagar
Você nunca irá entender, o que me faz feliz
Felicidade basta querer
E você busca incessantemente em mim respostas pra abafar a sua dor
Esqueça! Sua dor nunca vai passar
Você não sabe o que é se amar
Deixa eu me livrar de você
Deste estado de coma em que você quis me deixar

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

BARCO DA VIDA – 25/01/09


Meu barco da vida passou por uma tormenta
Com chuvas, tempestades, calafrios, desamor
O mar continuou agitado, só que agora com um dia ensolarado, ondas presentes e fortes, pura vibração e calor
Poderia estar perfeito, mais se continuar desse jeito o barco não vai aguentar
E se vier novamente uma tormenta ele poderá naufragar
O meu barco precisa de calma, pra deslizar com cautela sobre as águas e poder aproveitar
A pesar de ser boa a agitação em que eu vivia
Preciso agora da calmaria
Acordar na solidão de mais um dia, ouvir as gaivotas, olhar o horizonte, me sentir pequeno diante da imensidão e ao mesmo tempo grande como se fosse o dono do mar
O barco precisa de uma pausa
Vou jogar o âncora lá no fundo, pra que eu possa parar
Vou subir na proa só pra contemplar essa tarde cair e ver o tempo passar
Enquanto o vento sopra o meu barco balança, mais não sai do lugar
Às vezes o barco da vida é preciso ancorar!

Débora Vasconcelos