É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

sábado, 29 de junho de 2013

CRU - 28.06.13 - 23:36h - Cotia


Foi crua de mais a sua crueldade
Dessa dor não nascerá saudade
Ódio ou algo que valha
Foi cru de mais o meu amor
Sem amadurecer
Selvagem, cheio de instintos
Foi crua de mais aquela cor
Do vestido que nunca usarei contigo
Foi crua de mais essa história
Que só se desgastou na fricção de dois umbigos
Sem trazer nada de bom
Um aprendizado, uma mémoria
Foi cru de mais e eu não duvido
Que de crueldade eu já sofri de mais
Além de tudo que me era permitido
Então seus atos e retalhos
Agora serão só seus
Carregue os para onde for, no infinito
De toda sua crua e nua falsidade
De tudo que me falava
Porque agora eu não mais lhe acredito

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Canção Pra Não Voltar - A Banda Mais Bonita Da Cidade


Quando uma canção diz mais do que você conseguiria expressar.

Canção Pra Não Voltar

Composição:  Leo Fressato 

Não volte pra casa meu amor que aqui é triste
Não volte pro mundo onde você não existe
Não volte mais
Não olhe pra trás
Mas não se esqueça de mim não
Não me lembre que o sol nasce no leste e no oeste morre depois
O que acontece é triste demais
Pra quem não sabe viver pra quem não sabe amar
Não volte pra casa meu amor que a casa é triste
Desde que você partiu aqui nada existe
Então não adianta voltar
Acabou o seu tempo acabou o seu mar acabou seu dia
Acabou, acabou
Não volte pra casa meu amor que aqui é triste
Vá voar com o vento que só lá você existe
Não esqueça que não sei mais nada
Nada de você
Não me espere porque eu não volto logo

Não nade porque eu me afogo
Não voe porque eu caio do ar
Não sei flutuar nas nuvens como você
Você não vai entender
Que eu não sei voar
Eu não sei mais nada
Dó com baixo em dó
Sol com baixo em si
Lá com baixo em lá
Lá com baixo em sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustendido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol
Dó maior com dó
Sol maior com si
Lá menor com lá
Lá menor com sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustendido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol

terça-feira, 25 de junho de 2013

LADRÃO DE SARDAS - 24.06.12 (Dia de São João) - 22:12h‏


(do princípio)

Enquanto ele contava as minhas sardas, eu contava os fogos de artifícios
Além da fogueira de oito metros, os meus olhos também estavam em labaredas
Até que enfim eu cheguei
Até que enfim estou aqui
Podendo sentir a felicidade novamente
Pisando no chão de barro
Tomando vinho roubado
E me preenchendo de vida numa festa de São João


Débora Vasconcelos


(ao fim)


SE UM DIA O AMOR ACABAR - 24.06.04 - 04:35h


A próxima vez em que eu me meter a amar
Não quero amar com o coração apenas
E sim quero amar com a razão
Ao menos uma razão a mais que o amor
Seja essa razão, respeito
Seja essa razão, comprometimento
Seja essa razão, compartilhar
Ou qualquer outra razão que seja
Porque assim, se um dia o amor acabar
Eu não me sentirei vazia

Débora Vasconcelos

sábado, 15 de junho de 2013

SEM CONSERTO - 23:03 - 14.06.13 - Cotia


- Um dano irreparável.
- Um trauma irreversível causado pelo impacto da colisão...

Ouvindo assim da boca do médico parecia ser algo novo para ele, mas havia sido a mesma coisa há duas semanas atrás.
Ele havia cometido para com ela, um dano irreparável.
E ela havia sofrido um trauma irreversível, causado pelo impacto de colidir com a verdade.

E foi então lá, naquele exato momento, que ele havia morrido primeiro do que ela.

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

ANEL SEXTAVADO – 17/08/10


Sextavado era o anel de Cecília
Mas ela não sabia o que era sextavado.
Ela o havia achado, escondido, quase que embaixo do trilho do trem.
Sextavado era o sentimento que Cecília tinha por um homem.
Seguro por seis pilares desnivelados:
Solidão, aconchego, raiva, remorso. Amor e Ócio.
Ódio não! Isso era pesado de mais para o corpo frágil de Cecília.
Que caminhava entre os arrependimentos de sua vida, sobre os trilhos do trem.
Intenção nenhuma ela tinha de se matar, tentava mesmo era juntar as latinhas atiradas pelas janelas apressadas.
No meio do lixo o luxo de um anel sextavado, que vivia ali largado, assim como ela, nos trilhos do trem.

Débora Vasconcelos

* Desculpem por ser uma poesia que já havia postado aqui no blog há muito tempo, mas foi necessário novamente postá-la.

SEQUÊNCIA - 05:43h - 02.04.13


As brigas são as únicas coisas na qual damos sequência
Nada de útil tem continuação
Não se emenda uma conversa
Não se alimenta o amor
Nada que venha do peito
E um desabafo vira coisa óbvia, que não devia nem ser falada
Uma demora, um longo atraso, já era de se esperar
Já não se cumpre prazos ou palavras
Já não se põe em prática o respeito e o interesse, quando algo trás benefícios ao outro
Não construímos nada juntos
E para se instalar um espelho não é preciso ouvir a opinião do outro
Afinal, jamais refletiremos unidos

Débora Vasconcelos

quarta-feira, 12 de junho de 2013

DECIFRANDO - 17:15h - 05.08.12 - Vernon Heath (Dublin)

Connolly Station - Dublin/Irlanda - Onde muitas e muitas vezes estive

Hoje eu quis perder minha estação de descida e permanecer no trêm, só para continuar ouvindo a conversa em francês do casal ao lado
Porque mesmo sem entender uma só palavra, de alguma forma isso me fez ficar mais próximo da felicidade
Mas medrosa saltei na estação correta, e ali parada na plataforma fiquei vendo o trêm partir com uma parte da minha felicidade exposta em uma outra língua, que nem cheguei a aprender, mas que meu coração sabe muito bem decifrar.

Débora Vasconcelos

terça-feira, 4 de junho de 2013

A PROCURA - 21:41h - 03.06.13 - Cotia


Essa busca incessante por algo que nem você sabe o que é
Essa falha de caráter sua, que busca preencher com os dos outros
Essa agonia durante a noite
Tudo errado!
Uma farsa, um espaço
Esse oco nunca irá acabar
A falta de certeza que eu não pude te dar
Um buraco muito grande para que eu pudesse tapar
Você não queria me ajudar
E eu não faria todo o serviço sozinha
Amar por dois não valhe a pena
Ainda bem que eu nunca abdiquei de nada por você
Ainda bem que eu não deixei de viver
Ainda uso os meus braços dobrados como travesseiro
Durmo com a minha consciência tranquila aonde quer que eu vá
Não preciso do que não tenho para ser feliz
Eu conheci a felicidade muito longe de seus braços
E você ainda está a procura de sarar essa ferida
Eu não tenho mais pena
Eu não tenho mais o que esperar de quem não sabe o que esperar de si mesmo
Sua arrogância te derrubou
A competição com os mais baixos, te deixou pior
E é assim que você busca se levantar
Continue sua infinita procura
Eu já achei oque você perdeu faz tempo

Débora Vasconcelos

A Seta e o Alvo - Paulinho Moska

Composição: Paulinho Moska e Nilo Romero 

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

EU QUERO VOCÊ POR INTEIRO - 23:01h - 30.05.12 - Cotia

Eu não quero sua mentira
Não quero que você minta por amor a mim
Não quero que tente me confortar enquanto a dor rasga seu peito
Eu quero a sua verdade
Eu quero o seu lamento
Quero que você se abra com sua revolta em forma de tempestade
Eu quero a sua sinceridade
Do que está sentindo
No que está passando
Eu quero você com a verdade que lhe cabe
Não é preciso maldade 
Mas se assim você quiser fazer
Eu também aceito sua fúria
Sua injuria sobre mim
Se isso for deixar você um pouco mais vazio desse pesar
Se isso for deixar você mais leve e verdadeiro
Sem medo de se expressar
Sem receio
Eu quero você por inteiro!

Débora Vasconcelos

* Título dado por Ricardo Rossi

sábado, 1 de junho de 2013

DEU TEMPO DE DIZER - 05.07.11 - 21:45h - Rosmead Delvin (Dublin)


Lembro de quando deitados nus no chão, falávamos besteiras inventando uma língua nossa, tamanha liberdade que nos dávamos
Ele acariciava meu cabelo e enquanto eu olhava o teto sabia que ele me olhava
Me fazia sorrir fácil e eu apenas tentava
Me lembro de detalhes pequenos e do desbotado da velha bolsa vermelha (tipo carteiro), que onde ele ia carregava
Me lembro de uma cicatriz que ele tinha na batata da perna, mas não me lembro porque era
Lembro dele me fazendo feliz enquanto cozinhava, enquanto arrumava a casa e fazia tarefas chatas
A vida com ele era mais suave
Ele amenizava minhas dores
Eu direcionava à ele tudo que em mim havia de amores
E ele me amou também
Ainda bem que consegui dizer-lhe a tempo, que o sol batendo em seu corpo enquanto dormia, é uma das minhas memórias mais queridas, que eu carregarei por toda vida e não se desbotará

Débora Vasconcelos