É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PÁLPEBRA – 29/11/10


Ela carrega nas pálpebras a cor do amor dela
Às vezes é preto, às vezes cor de Cinderela
Ela carrega nas pálpebras lembranças de um mundo todo que já viu
E dos que inventou também, em suas noites sem sono quando escreve até que as pálpebras fechem sem que ela possa comandá-las
Ela carrega nas pálpebras o choro guardado
Meio que velado por não querer demonstrar
O quanto sofre também
O quanto pensa em alguém
Que longe dali está
Ela tem um semblante risonho
Aparenta sempre estar bem
E suas pálpebras marcam seu rosto
Com o sorriso que lhe convém
Que contagia e vai além do que podemos ver no ar
Ela carrega em suas pálpebras uma nostalgia serena, pequena e verdadeira
De poucas coisas que valem a pena lembrar
Ela carrega de vez em quando um óculos que tampa suas pálpebras tão belas
E esse ar de mistério, acaba fazendo dela
Algo a mais para se desvendar
Ela carrega em suas pálpebras vidas que ela não guarda por imagens e sim sentimentos
Ela tem um amor tão grande dentro
Da pálpebra que envolve os seus olhares
Os seus inúmeros olhares

Débora Vasconcelos

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PRECISO

Eu preciso erguer mais muros,
e por onde a luz passar, outro muro.
Eu preciso tirar minha pele
e vestir a couraça, preciso.
Ter amigos contados nos dedos,
e cortar alguns dedos, preciso.
Preciso ganhar mais dinheiro,
estocar em um banco.
Crer mais no cimento!
Preciso rever conceitos,
e travar sentimentos.
Preciso de menos paixão,
ter mais razão... preciso.
Preciso medir as palavras,
economizar palavras,
e também não falar.
Preciso de coisas estranhas,
trocar as entranhas,
E me enterrar... preciso.
Preciso nascer de novo!

S.Paulo 31/08/2010 19:41h

Ricardo Rossi

do blog: http://www.luarx.blogspot.com/


Obs: Acho simplesmente lindo, roubei, postei, nem pedi. Além de ter essa liberdade com ele, acho que meus leitores tem que apreciar tal escrito.

Beijitos...

Débora Vasconcelos

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SORRIR PARA O SOL – 12/11/10


Como é difícil se desapegar
De alguém que nunca foi seu
Como é difícil retomar sua própria vida inteira
Por dentro, por baixo
Pelos lados e beiradas
Como é difícil não ficar assustada
Com a nova situação
Você esperava a minha fraqueza pra se reaproximar
E eu na verdade ainda não tinha certeza
Mas preferi não arriscar
Mais do que eu me dei inteira
Minha alma você não irá levar
Estarei em outro lugar
Procurando salvação
Me perderei em outras ruas
Não quero mais te dar perdão
Como é difícil encarar
A agenda livre num fim de tarde
Com possibilidades infinitas
Sem a maldita distorção
Das palavras ditas
Dos carinhos distantes
De tanta coisa faltante
Que havia entre nós
Como é difícil se readaptar
Ao que devia ser repleto
Nos sentimos meio incompletos
Em tamanha confusão
Mas isso passa
E haverá uma outra razão
Que não seja uma ameaça
Para o meu pobre coração
O amor vem de graça
Não há nenhuma tradução
As palavras não se embaraçam
Só há a melhor intenção
De que tudo seja intenso
Sem precisar de tenção
Como é difícil manter se integro
Como é difícil, mais eu consigo
Eu ainda chego lá
Sua dúvida não me fará mais mal
Assim como minha certeza não mais te pertence
Agora vou
Abrir a boca
Mostrar os dentes
Sorrir para o sol
Me ver contente
Diante do que eu nunca havia visto

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MÚSICA: DIGITAIS - Isabella Taviani

Composição: Isabella Taviani

Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei
Me encontro tão ferida, mas te vejo ai também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito, pra morrer assim

Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais

Não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, eu não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos

Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só
Me dói essa lembrança das suas mãos em minhas costas
Sob o sol da manhã
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por que?

Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais

Não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos
Cheio de defeitos...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

FLORES DA ILUSÃO


Flores não consertam desentendimentos
De tudo que há por dentro
Pouca luz sobrou
Flores não salvam casamentos
Quando são dadas depois que se desrespeitou
Flores não curam feridas abertas
Com a faca da desilusão
Flores não voltam momentos
Em que se tinha total poder de decisão
E a escolha errada foi feita
E a pessoa insensata, fez a coisa imperfeita
Uma atitude sem nenhuma consideração
Flores não aliviam a dor
Não nos enche de amor
Quando o mal já se instalou
Nas palavras de outras pessoas
Nos olhos de quem viu
Na pele de quem sentiu
E no coração de quem foi esquecido
Flores não trazem alívio
Quando enviadas por um motivo que não deveria existir
Há tantas datas comemorativas
Mas geralmente essas são esquecidas
E as flores não passam por ali
Flores que deveriam ser a alegria, não são
Trazem em si apenas a fantasia
De que não haverá separação
E de que tudo ficará bem
Mas flores não consertam desentendimentos
De tudo que há por dentro
Pouca luz sobrou

Débora Vasconcelos

VENENO EM MAÇO – Out/2010


Parece que o buraco que o cigarro dele fez em meu tapete, perfurou dentro de mim
Será que foi só isso que sobrou?
Buracos no tapete e cobertor, de um amor tão louco assim
Nas madrugadas de chuva, fazíamos amor no mais pleno escuro
E nos domingos de sol brigávamos a toa
Nossa realidade era esquisita
Parecia um corredor sem fim
Que não dava em lugar algum
E mais longo ficava quanto mais se percorria, sem possibilidades de volta
Ele esqueceu um maço de cigarros
Às vezes acho que isso o fará voltar
Entre tantos motivos que ele tinha pra me escutar
Preferiu dar as costas
Deixando pra mim...
...Buracos e seu veneno em um maço

Débora Vasconcelos

DOIS – Out/2010

Ainda é algo novo, olhar os dois xampus no banheiro
Não acho bonito nem me incomoda
Apenas estranho esse momento
Ela invade meu paladar
Decidindo o jantar sem se quer me perguntar
Quando chego já está pronto
Meu armário ficou mais cheio
Agora descobri pra que servem tantos espaços
E eu aperto o passo para chegar logo ao seu abraço
Pra nela me conectar
E quando a TV está desligada
Me delicio com seu silêncio
Nos descobrimos no olhar
Enfeites se espalham pela casa, não acho bonito, nem me incomoda
Apenas estranho esse momento
Eu levo flores para a ela enfeitar
E então fotografar tal beleza que nunca havia tido em minha sala
E ela me fala que ama
Sem me dizer que sou eu o dono do seu amar
Ela apenas ama
E com ela aprendi como é bom apenas amar
Isso tudo ainda é novo pra mim
E não quero que envelheça esse momento
Que mesmo estranho é tão perfeito

Débora Vasconcelos

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CEGOS DE AMOR – 06/11/10

Você devasta o mal com o seu sorriso
Tira de mim o juízo
Que eu nem mesma queria ter
E vai moldando uma escultura em sua mente
Quando desliza as mãos pelo meu corpo e me sente realmente
Mesmo sem poder me ver
Sua voz penetra lenta e suave dentro de mim
Ecoando tão simples assim
Quando eu também fecho os olhos para poder te ver
Diz que a luz de sua vida sou eu
Mas foi você que me abriu os olhos, quando eu já quase sucumbia pelo poder
Naquele falso poder eu não podia nada
Quando enfim conheci você
Que mesmo cego podia tudo
Muito mais que eu, que achava que enxergava
Foi bem difícil a nossa estrada
Mas você me fez perceber
Que a vida é curta e logo passa
Ainda bem que eu encontrei você
Que me olha ao me tocar
Que me toca por amar
Que sempre fala sorrindo
Que não se faz de coitadinho
Que soube bem me conquistar
Você transforma o dia a dia
Em momentos inesquecíveis
Faz tudo com tanto carinho
E já sabe me interpretar
Pela respiração
Pelos meus passos
Pelas minhas roupas, que confere em seus abraços
Por tantas coisas que eu nem chego a dizer
Você me vê mais do que qualquer outro homem pôde
Você me emociona com seu amor
Arranca de mim a dor
E me ensina a melhorar
E quanto aos preconceitos
Esses, finjo que não os vejo
Deixo o nosso amor me cegar

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

BOM FINAL DE SEMANA !!!


"Frequentemente subestimamos o poder de um toque, um sorriso, uma palavra gentil, um ouvido à disposição, um elogio sincero, ou o menor ato de atenção, tudo aquilo que tem potencial para mudar a vida ao nosso redor."

(Leo Buscaglia)

MÚSICA: ESTRADA NOVA

Composição: Oswaldo Montenegro

Eu conheço o medo de ir embora
Não saber o que fazer com a mão
Gritar pro mundo e saber
Que o mundo não presta atenção
Eu conheço o medo de ir embora
Embora não pareça, a dor vai passar
Lembra se puder
Se não der, esqueça
De algum jeito vai passar
O sol já nasceu na estrada nova
E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar
Lembra se puder
Se não der esqueça
De algum jeito vai passar
Eu conheço o medo de ir embora
O futuro agarra a sua mão
Será que é o trem que passou
Ou passou quem fica na estação?
Eu conheço o medo de ir embora
E nada que interessa se pode guardar
Lembra se puder
Se não der esqueça
De algum jeito vai passar

CARAGUATATUBA - 01/01/10


Suas melhores lembranças estão aqui
Voltar será a única coisa que te fará feliz
Enquanto você se diz decidida
Trocando sua vida por estabilidade
E sucumbindo os seus desejos
Eu aqui sou verdadeiro
E revelo a essência que você não quer ver
Ainda sinto a sua energia aqui, bailando leve e sutil
Enquanto você se aprisiona e diz que está entregue
Se você tivesse certeza
A sentiria em qualquer lugar ou situação
Teria ela dentro do seu coração
Forte e pulsante
Sem as sombras das dúvidas que te regem
Suas melhores lembranças estão lincadas a um lugar, a uma situação
E de repente você diz não
Enquanto tempo passa e você nem percebe
Crítica seu próprio passado amado
E não sabe viver mais
Confunde decência com fé
Confunde felicidade com reclusão
Mistura tudo dentro de si
Enquanto a vida passa
Você diz não

Débora Vasconcelos