É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SEU OLHAR


Eu vi a tristeza em seu olhar
Seu olhar nublado e sombrio
Exalava uma melancolia profunda
Uma pura solidão
Como trancar a si mesmo
Dentro de uma ilusão
Perpétuo era o seu caminho
Como se tudo tivesse secado
Como se tudo tivesse morrido
E você única pessoa com vida
E não houvesse o porque de existir
Seu olhar era distante
Como se visse algo adiante
Mas era apenas escuridão
O frio já não lhe causava dor
Pois tudo era sofrimento
Seus passos se tornaram em vão
A única coisa era o barulho do vento
Não sentiu mais o seu coração
E dormiu eternamente ao relento


Débora Vasconcelos

MÚSICA: A VIDA É LINDA - Luiza Possi

Composição: Marcus Menna

Sei que me fez bem
Mas tudo tem o seu fim
O nosso amor alguém
Levou pra longe de mim
Mas tudo bem a vida é linda, linda
E agora eu sei é toda minha, minha

Então vou ser feliz
Você foi quem não quis
Entender que o mundo era de nós dois
Tô livre pra sentir a luz que existe em mim
E assim vou esquecer de você
Assim eu volto de novo a viver

Porque que a gente sente
Quando o vento muda a direção
A gente sente logo o coração queimar

Não te desejo o mal
E guardo a nossa canção
Mas saiba que o final
Doeu no meu coração
Mas tudo bem a vida é linda, linda
E agora eu sei é toda minha, minha


.

OS DOIS LADOS - 14/01/09

Esse eu fiz pra uma outra amiga que namora um homem de fases.

OS DOIS LADOS - 14/01/09

A moeda tem dois lados
Isso é fato
Você tem seus momentos
E eu percebo
Tem hora que é chato
E em outras é puro sentimento
Me dá seu carinho e afago
E quanto vejo a moeda já virou de lado
E do nada você me deixa ao relento
Fico tentando manter essa moeda de um só lado
Virada para o lado do amor
Só que não é fácil ter sorte todo dia
E numa briga boba tudo se transforma em dor
Que tal deixar combinado...
...Vamos deixar essa moeda de lado
Pra vivermos juntos o nosso amor



Débora Vasconcelos

SUAS PALAVRAS - 07/01/09

Esse fiz para uma amiga que esta saindo com um cara que fala difícil...

SUAS PALAVRAS - 07/01/09

O que você quer que eu faça?
Escarcéu, balburdia ou arruaça
Será que isso basta pra chamar sua atenção?
Vou tentar usar suas palavras pra conseguir ser clara e relatar o que há em meu coração
Poderia descrever os por menores do seu corpo, mais prefiro abordar a sua destreza de me ter em suas mãos
E minha ambição de saber os seus gostos, decifrar seus desejos, te despertar mil desejos, me embriagar com seu cheiro...eu nunca soube te dizer: - Não!
E com toda sua sutileza, você se esquiva, me arrepia, me toca e vai embora sem razão
As suas palavras me entorpecem
E vagam se repetindo madrugada adentro pelo meu corpo que já não é são
Você sente e não admite
Nem quer que eu cogite
Que há em seu peito uma louca paixão
Você mantém a pose
Mais no fundo quer que eu ouse
Tendo pressa pra matar sua lentidão
O meu propósito é ir moldando aos poucos esse seu jeito de amar
Afastando a dor de se entregar
Quero adentrar em seu coração
Enquanto isso você desconfia
Olha para os lados
Se faz de durão
Mas sente tanto desejo como eu
Não adianta tentar disfarçar
Está escrito em seu olhar
No toque das suas mãos


Débora Vasconcelos

MÚSICA: MEU ERRO

Composição: Herbert Vianna

Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone....

Mesmo querendo eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

INCÓGNITA – 31/12/08

Eu sou uma incógnita pra você
Mesmo assim você me atiça
Me procura
Me cobiça
Sinto muito, você não irá me decifrar
Nem eu sei, melhor é nem tentar
Deixa eu ser a incógnita da sua vida, sua pergunta, sua bandida
Alguém pra te provocar
Meu jeito de arteira te enfeitiça
E você se pergunta:
- O que devo fazer com essa menina?
Melhor mesmo é beijar
Você me quer, me esconde, me tem
Não podemos nos revelar
Mais o importante é que já aprendemos
Que dessa vida só se leva, os sorrisos que se dá
Então me deixa rir contigo
Por cima, por baixo, no umbigo
Me deixa te desbravar
Não sou o modelo de mulher que desejou
Mais vou além, sou sua incógnita que não te deixa nem trabalhar
Não peça pra eu te responder, perguntas que nem você sabe como fará
Deixa eu ser a interrogação, o desejo, o segredo a desvendar
No fundo não há tanto mistério
Somos muito parecidos
Almas livres e desinibidas
Tentando levar uma vida normal, sem ter nada pra explicar
E nestes momentos só nossos
Beija minha testa
Me faz carinho
Mais continue a se perguntar
Pois quero continuar
A ser a incógnita do seu caminho
E mil desejos realizar


Débora Vasconcelos

O PARTO DO AMOR – 06/01/09

Não adianta ficar na cama
Imaginando o seu toque
Se seria alucinante
Ou revelador
Não adianta imaginar uma vida a dois
Tentar sugar o seu cheiro dos travesseiros que se encostou
Não adianta falar ou ouvir suas palavras de amor
Se aqui dentro do peito o amor bate abafado, sucumbido pelo passado
Um passado que não passou
Não adianta ter a certeza de que o mundo é mais colorido ao seu lado
Se coloco óculos escuros pra não observar direito a cor
Não adianta sentir saudade se eu não consigo expressá-la
Porque pra amar de novo
Seria quase como uma maternidade
Teria que carregar esse peso que está aqui dentro por mais algum tempo
Observar tudo de forma diferente
Ser mais forte e sensível ao mesmo tempo
E só depois que tiver preparado e deixado crescer ao todo
Eu rasgaria a minha pele aos gritos, num misto de dor e alegria
Pra deixar o meu amor renascer
Então agora não importa o que eu viva
Esse parto não pode acontecer
O meu amor não está pronto pra sair
Porque se nascesse agora seria defeituoso
Não adianta te pedir pra que espere
Sei o quanto seria pra ti doloroso

Débora Vasconcelos

DEZ A ZERO – 07/01/09


Dez a zero pra você
Meu amor já desbotou
Se algum dia há de ser
Será com outro jogador

Dez a zero pra você
Você venceu um jogo que não tem ganhador
Se você soubesse jogar direito
Veria que só se ganha o jogo quando não há perdedor

Mais se você faz questão
Dez a zero pra você
Eu quero mais é diversão
Amor, compreensão
Coisas que você nunca vai ganhar no seu podium de vencedor

Esse é o lugar mais alto que você já alcançou
Essa vitória falida
Amarga, bandida
Com gosto de dor

Pronto quero ver sua comemoração
Você ganhou
Ta satisfeito?
Dez a zero pra você
Eu não me importo não

Já ganhei muito mais
Só de estar longe de ti
De descobrir mil mundos
De não haver mais solidão

Vai vencedor de araque
Seu lugar de destaque
Já não é mais no meu coração

Dez a zero pra você
Essa é sua ilusão
Guarde pra ti tua opinião
Nada mais importa nesse jogo
Não há valor, nem emoção

Deixa de ser criança
E cria barba neste rosto
Cria maturidade na cabeça
Cria luz no seu olho

Você não ganha nada
A não ser a sua pontuação infame
De quem nada tem pra se orgulhar

Dez a zero pra você
Quer saber...
Vai se danar!

Débora Vasconcelos

MÓBILE – 06/01/08

As minhas emoções bailam pelo ar como aquele móbile
É bem assim mesmo que sinto
Como se cada uma delas estivesse pendurada por um gancho
Que as prendem, que as seguram para que não quebrem ao cair no chão

E quase soltas assim
Balançando
Deixo que elas me levem
Para lugares distantes

Com o balanço do vento
Sinto tantas sensações
Por instantes deixo-me levar
Até me recordar que esse gancho me segura

E as emoções se revezam e passam rápidas
Se alterando a todo o momento
E são acompanhadas por melodias graciosas
Que grudam no pensamento

Tem hora que é passado
Tem hora que é presente
E o futuro não é certeiro
Como numa ciranda de roda
Fico meio tonto

Mais o importante é que as emoções estão seguras pelo gancho
E esse móbile que aos olhos dos outros encanta e é belo
Lembram-me os meus próprios pensamentos
Algumas vezes tortos e severos

O móbile balança
O móbile encanta
O móbile confunde
Me espanta
Me perde e me acha
Mais o importante é que as emoções estão presas pelo gancho
Isso sim pra mim tem graça

Débora Vasconcelos

COMO UM CÁLICE DE VINHO – 29/12/08

Quero tomar o seu corpo como um cálice de vinho
Vou primeiro dar te um rodopio
Sentir seu aroma
Observar sua cor
Encher minha boca d’água de desejo
Deitar te lentamente sobre os lábios meus
Deixar que você entre suave e por inteiro para que eu possa te sentir bem
E quando você já tiver me invadido, queimado e molhado as paredes do meu corpo
Vou querer beber te até me embriagar
Vou sorver todo seu líquido até a garrafa secar
Ficarei com seu aroma em mim
E somente assim dormirei feliz
Somente depois de te beber
Então venha meu amor
Porque o vinho já secou
E agora só falta você

Débora Vasconcelos

NÃO POSSO DIZER QUE É AMOR – 24/12/08


Não posso dizer que é amor o que eu divido contigo
É muito mais simples que isso
Tenho visto o amor por aí acompanhado de muita confusão
Estar contigo é como mergulhar em um rio de águas cristalinas e ter a certeza que isso só trará algo bom
É não ter receio ou saudade
É se sentir completo
Difícil ver alguém descrever o amor como isso que vivo contigo
Então não posso dizer que é amor
É como se fosse mais puro que isso
É verdadeira a vontade de fazer o outro feliz, de se preocupar e de estar presente
Não quero nunca transformar tudo isso em amor
Se como dizem por aí...amor não é nada disso, pois ele sempre vem acompanhado de dor
E isso é algo que não há, pois sabemos respeitar nossas liberdades e diferenças
Eu não quero nunca dizer que é amor o que eu divido contigo
Pois é muito mais que isso
É compreensão e comunhão
E não dor
A dor eu já vivi e eu dizia também que era amor


Débora Vasconcelos

MÚSICA – É O QUE ME INTERESSA

Compositor: Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
A sombra é uma paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

ESTÚPIDA IRA – 21/12/08


Quebrei o relógio como se aquilo fosse parar o tempo
Estúpida ira em vão
Já aconteceu tudo que era pra ser feito
Demorou pra eu entender que não foi naquele momento
Que eu havia te perdido
Eu já havia decidido isso há muito tempo
Quando parei de te enxergar
De escutar os seus desejos
Estúpida ira em vão
Ninguém tem culpa do meu arrependimento
E só agora pude perceber o quanto você é importante pra mim
Mais tudo se perdeu no tempo
Não adianta quebrar os relógios
Eu não posso parar o tempo


Débora Vasconcelos

INACABADO – 21/12/08


Você é meu oposto
Meu avesso
Meu inverso
Nada disso nos reprime
Não nos divida
Nem nos separa
Nossas diferenças são tão boas
Que nem se compara a tudo que já foi igual
Mesmo nas divergências
Não nos sentimos sós
Neste labirinto de ilusões
Que há em cada um de nós
Não releve
Quando tudo é relevante
Não revele
Quando há perigo constante
Seja você tão diferente de mim
Porque é que as coisas têm que ser assim?
Quem é que vai entender o coração de Deus?
Essa sensação que me dá de inacabado de imperfeito
Isso sempre acontece quando você está distante...
...Não tem jeito
E o que bate em cada um de nós?
A não ser essa força involuntária de nos pertencer a todo instante
E o inacabado vai se moldando com seu o olhar brilhante

Débora Vasconcelos

RETRATO – 19/12/08


Eu não tirei o seu retrato
E quando eu vi já tava feito
A tua imagem na minha alma
Daquele dia tão perfeito

Às vezes nem é preciso tirar foto
Às vezes nem é preciso dizer nada
Para que momentos como aquele
Fique na mente eternizada

Eu não tirei o seu retrato
E quando eu vi já tava feito
Não foi preciso tirar foto
Tive que Ti viver inteiro


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

DESGASTE - 21/01/09

Você não pede licença
Invade
E deixa um rastro de dor

Você machuca e não se dá por satisfeito
Ainda fala que isso é amor
Suma daqui com seus pesadelos
O meu pesadelo contigo acabou

Não quero entrar em desespero
Mais sinto que ele já se apossou

Tá tão difícil coordenar os sentimentos
Raiva e rancor
Amizade e amor

Queria sumir por uns tempos
Queria não causar tanta dor
Porque eu também estou sofrendo

Quero chegar em casa cansada
Para não ficar acordada pensando no que se foi
Corro na esteira que me desgasta
Pra afastar o meu temor

Mais o desgaste é maior
Quando vejo um sinal seu pela casa
Quando o telefone já tocou

Agora não quero nada
NADA...nem ódio nem amor
Quero me encontrar primeiro
Descobrir pra onde vou

Ficar inerte com meus pensamentos
Esquecer de tudo que passou
Olhar pra frente e ver um dia inteiro
Pra que EU possa pôr a cor

Mais estou com tanta raiva
Difícil matar essa dor
Quando há alguém a cutucar
Quando esse alguém é o próprio malfeitor

Eu estou tão mal
Tão desgastada...
Tão assustada
Diante desse terror
De você não parar de procurar
Quem um dia machucou

Vai embora com as suas tralhas
Suas gentilezas atrapalham
Ferem como a navalha
Que nas minhas costas um dia você enfiou

No dia que eu mais precisava
Virou as costas sem dizer nada
Desprezou o meu amor
Agora SOME daqui com seu arrependimento barato
Querendo dar uma de amigo
Me matando mais um pouco
Nunca vou poder contar contigo
Agora, chega! Acabou!

Débora Vasconcelos

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ROSAS NEGRAS - 20/01/09


Eu não estou pronta pra tentar mais uma vez

Lá fora o dia está nublado

Aqui dentro tudo está confuso

Me perdoa por ter te magoado



Não estou pronta e eu sabia

Mesmo assim eu quis tentar

Tô com medo dos seus planos

Tô com medo de amar



Hoje eu preciso ficar sozinha

Sentir o gosto amargo da minha culpa

Por assumir algo, quando ainda não se podia

Por trazer tanta dor pra vida sua



Me deixa sozinha, me deixa quieta

Tenho tantas coisas pra contigo realizar

As rosas negras no muro é o que eu sinto

Mas hoje eu não quero te encontrar



Eu tô sofrendo de verdade

Você não vê que isso tudo aqui é dor?

Queria tanto te contar a verdade

A verdade é que ainda não existe amor



Não estou pronta pra te ouvir dizer que me ama

E eu não poder retribuir

Não estou pronta pra ir com você pra cama

E depois do amor sorrir



Meu coração está esmagado

Preciso ficar solta

Por favor me deixa de lado

Tenta ficar numa boa



Eu não estou pronta agora

Não estou pronta pra tentar de novo

Me perdoa se eu te magoei

Com tudo isso eu também sofro



Rosas porque são belas

Isso representa o nosso encontro

Negras porque é isso que há aqui dentro

Na escuridão em que eu me encontro



Débora Vasconcelos




CAVERNA DO MEU SER – 18/12/08


Não tenho a resposta pra tudo
Já não pergunto mais nada
Quero apenas viver
Viver e ser ousada

Mais o que fazer quando o medo acontece?
Invade e entorpece
As arestas do meu ser
Sentir, é mais difícil que pensar ou escrever

Às vezes acho que não sou mais capaz
Às vezes queria ser mais delicada
Mais parece que o tempo me arrancou tudo
Toda a impressão de amar e ser amada

São tantas incógnitas e desafios
Será que ainda tenho força pra desvendá-los?
Será mesmo que quero saber?
Ta tudo confuso aqui dentro
Preciso acender as luzes da caverna do meu ser

O eco desse vazio me atormenta
Mais a alegria insiste em gritar
E no eco do vazio essa alegria
Vai aos poucos se propagar

Eu vi uma luz entrar pela fresta
Deixei que ela me tocasse como se fosse algo tangível
Mais descobri ser muito mais que material
É quase como algo divino

Agora todos os espaços estão preenchidos
De sons, luz e confusão
Só gostaria que o medo também já estivesse ido

Preciso submergir como um submarino
E ver além desse horizonte
Buscar ao menos uma única certeza
Tentar chegar na fonte

Pra descobrir os segredos do meu coração perdido
Quem sabe assim eu consigo
Fazer meu mundo ser um pouco mais colorido e espantar a solidão

Débora Vasconcelos

EU ESTRANHO – 17/12/08


É melhor que acabe a luz
Pois já começou a piscar
Assim penso em você com mais calma

É melhor que acabe o medo
Mesmo com os relâmpagos lá fora
Sinto uma força estranha pra lutar

Acho que eu já te amo
Só não aceito
Que ainda sou capaz de amar

Sinto sua falta quando você não liga
Não manda e-mail
Não vem me buscar

Justo eu que sou tão independente
Me acostumei com seu olhar
Com suas mãos, tão de repente
Me acostumei a compartilhar

Precisamos mesmo é sincronizar nossos ponteiros
A vida a se levar
Não nos falamos hoje
E isso me fez falta

Eu estranho esses novos sentimentos
Estranho tudo que ainda está aqui dentro
Estranho poder te contar

É melhor que acabe a luz
Para eu poder pensar em você com mais calma
Débora Vasconcelos

REBARBAS – 17/12/08


E como se fosse um produto inacabado
Você tira as rebarbas do seu passado
Quando pede perdão

Lá fora a garoa fina reina
E aqui dentro do quarto a sua música segue a me intoxicar
Não sei o que você ouve agora
Nem sei se poderia me escutar

Mais no silêncio que existe em mim
Eu faço um pedido a sussurrar
Como quem viu uma estrela cadente
Ou encontrou um trevo de quatro folhas
Espero que ele chegue até você e venha a se concretizar

A neblina encobre a paisagem
Mais eu sei que ela está lá
Assim como sei que você me sente
Mesmo sem poder me enxergar

E é tudo tão diferente
Esses pensamentos que rondam a minha mente
Coisas que nunca antes pensei que pudesse imaginar

Um mundo abstrato e imperfeito
Cheio de rebarbas para aparar
E para deixar que alguém se vá é preciso agradecer
Até mesmo as raivas que passou, isso é preciso para deixar que alguém se vá

Já não quero mais sair correndo ou gritando
Nada disso irá mudar
O que eu carrego aqui dentro
Só eu sei concertar

E ir aparando, moldando e deixando mais suave a vida
É algo que me dá imenso prazer
Poder curtir esse ar
Que antes estava presente, mais era como se eu não pudesse respirar

Meu pensamento vai evoluindo
Conforme essas rebarbas sujas vão caindo
Assim me sinto dona do meu destino
Pronta pra recomeçar!

Débora Vasconcelos

NA PRAIA DE MEU CORPO – 16/12/08


O chão vai abrindo aos poucos
Em um processo lento mais perceptível
E tudo que eu começava a acreditar
Mais uma vez desabou
Foi melhor assim pra que eu pudesse pensar
São tantas idéias ao mesmo tempo que começam a vazar
E eu me surpreendo com seu gosto
Não me esqueço do seu rosto a me olhar
Eu vi você esculpir na minha frente
Os seus desejos e pesadelos mais íntimos
A força das suas ondas batendo na praia do meu corpo
Me fizeram perceber que não estou só
Nem poderia estar, depois que você abriu seu mundo pra mim
Então andei pela linha que você traçou em meu destino
Que sem querer se apagou e quando vi eu já andava com minhas próprias pernas pela vida que você me desejou
Você iluminou meu mundo e se foi
Seria um pecado não ter te vivido
O que vivemos não é algo que possa ser esquecido
Sei que pensa o mesmo sempre que se olha num espelho, pois me vê refletida dentro de você
A tristeza já passou e é preciso recomeçar
Vou deixar que as ondas levem aos poucos o resto de tristeza que insistiu em ficar
Afinal todas as ondas são perfeitas
A onda que vem e a que vai!


Débora Vasconcelos

MINHA CERTEZA ESTÁ LÁ-15/12/08


Se você não pode ir
Não me peça pra ficar
Não me impeça de ser feliz
Ou pelo menos de tentar

Não sei o que me espera
A não ser a longa estrada em nossa frente
Mais a minha certeza está lá
Neste infinito horizonte, até onde minha vista pode alcançar

Sei que você tem medo
Já eu prefiro enfrentar o desejo
De ser mais eu, neste mundão de Deus

São mil os motivos que te prendem
São milhares os que me fazem enfrentar
Esse desafio colorido ou preto e branco
Pelo menos eu vou ter histórias pra contar

Fique sentado
Esperando aparecer em sua frente algo que possa te dar sentido
Já os meus sentidos vou aguçar, pois o sentido é estar vivo
Vivo pra tentar
Se não der certo eu volto e sento contigo no sofá
Pelo menos eu, vou ter histórias pra contar

Mais se você não quiser ir
Só não me peça pra ficar


Débora Vasconcelos

A CAIXA – 12/12/08

Queria colocar numa caixa
Todo e qualquer sentimento
Tudo que existe no tempo
Entre eu e você
Queria colocar as dúvidas
E incertezas
Para poder observar com clareza
Quando tudo estiver trancado
A caixa protege e encobre tesouros
E planos não concretizados
A caixa guarda a verdade e a mentira
O amor e a cobiça e tudo mais que quiser ser guardado
A caixa é do bem
A caixa é do mal
Depende do que dentro está
A caixa é perfeita
Para esconder segredos
Para guardar esses textos
Só não guarda o barulho do mar
A caixa vazia
Esconde a solidão
De quem não tem nada
Pra guardar
A caixa mesmo que frágil
Suporta o peso das histórias
Que ali dentro está a armazenar
A caixa tem cheiro de mofo
Ou de roupas de bebê
O perfume das pétalas de rosas azuis
Ou simplesmente um cheiro de passado
Com os brinquedos de criança o cheiro de presente
Com as alianças o cheiro do futuro a desvendar
A caixa é um objeto imóvel
Que carrega lembranças que o tempo não pode apagar
A caixa pulsa como um coração
Tem sorrisos e choros a murmurar
A caixa guarda desejos
Quem tem uma caixa
Sabe do que estou a falar...
...Dos mistérios que a caixa pode guardar

Débora Vasconcelos

DILACERADA – 12/12/08


Parece que não
Mais eu estou dilacerada
Por dentro é só ferida
Que não cicatriza
Não forma casca

Parece que não
Porque você me vê o tempo todo sorrindo
Essa é minha forma de lutar
A forma de não deixar meu coração mais partido

Parece que não
Mais os fantasmas estão aqui dentro
E rondam aos poucos
Me sinto ao relento

Sei que você faz o que pode
Para me ver feliz
E é assim que quero que me veja
Você não merece minha tristeza
Não merece sofrer comigo

Enquanto a dor não vai embora
Não exija nada de mim
Não posso te dar a alegria
Que ainda não encontrei por aqui

Parece que não
Mais eu estou realmente cansada
Parece que não
Mais estou machucada

Entenda que não está na hora
Na hora de me de me sentir
Na hora de exigir nada
Há uma ferida que não sara

Parece que não
Mais não sei o que sinto
Você apareceu na hora errada
Pois neste momento estou dilacerada

Lutando contra os meus medos
Tentando ver de um modo diferente
Quando parece que já não enxergo mais nada

Não sei o que será daqui pra frente
Mais por favor, não espere nada
Aqui já basta eu de magoada
Por esperar algo que não aconteceu

De você quero as risadas
Aquelas que você me prometeu
Quero que seja natural
Caminhar contigo nessa estrada

Mesmo que não dê em nada
Já tenho pelo que agradecer pelo resto da vida
De você já ganhei coisas raras
Coisas que não param
Coisas que me fazem esquecer...
...O quanto estou dilacerada

Obrigada por estar comigo
Por ser meu amigo
Por entender a minha dor
Por sucumbir o seu amor
E por mais que eu te explique
Será como se não tivesse explicado nada

Não me veja como malvada
Não é assim que quero ser
Te quero ao meu lado
Pra juntos podermos crescer

Mais que isso não te machuque
Se for pra ser assim
Prefiro que seja eu quem fique machucada
Pois mais dor não pode ser
Do que me sentir dilacerada

Débora Vasconcelos



ARTE – 12/12/08


Eu tenho tanta arte aqui dentro
Arte que tem que sair pra fora
Arte que se bate
E parece querer sair pelos poros

Falta tempo
A imaginação é tamanha
E num dado instante
Ela brilha e encanta

Tenho tanta arte aqui dentro
Arte que pulsa e se desmancha
Tenho que aproveitar o momento
Para não deixá-la ir embora

Às vezes me passa uma idéia
Em um momento e lugar não propício
É como se eu vivesse em dois mundos
Não tem fim nem início

Tenho arte jorrando
Das minhas veias e artérias
Tenho arte gritando
Querendo sair pra fora

Enquanto atendo ao telefone
Espero que ela não vá embora
Rabisco no verso de uma nota fiscal
As idéias ordinárias
Que ao meu ver são: Artes
Esplendorosas imaginárias

Vou camuflando a arte que brota e que se debate aqui dentro
Arte original e pura como uma folha ao vento

Arte que bate
Arte que brota
Arte que invade
Arte que jorra
Arte...
Arte...


Débora Vasconcelos

DESCREVER, DESVENDAR – 11/12/08


Perdi o medo de escrever a caneta
Antes minhas poesias eram a lápis
Agora perco o medo de escrever já direto no computador
E me perco entre palavras e tecnologias
O importante é encontrar a magia
Pra poder te descrever

E assim as palavras que vagam dentro da minha cabeça
Encontram sentido no papel
Seja ele impresso
Seja um rascunho velho
O importante é encontrar a magia
Pra poder te descrever

Descrever a vida
E os horizontes
Os montes por onde passei
Vislumbrar o tempo
E poder compartilhar
Em palavras
Tudo que meus olhos viram
Desvendei

Transcender gerações
Escrevendo ao relento
Ou em qualquer lugar
Viver o prazer que me dá
Escrever, viver, amar
O importante é encontrar a magia
De querer continuar
De continuar escrevendo
Pra poder te desvendar

E quando penso que o tempo para,
Meu coração dispara, pra descrever o que senti, e o que penso que virá

Descrever...desvendar...
O importante é encontrar a magia que isso tudo me dá


Débora Vasconcelos

MÚSICA: TÁ COMBINADO

Compositição: Caetano Veloso

Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.
Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.
Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro de música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.
Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está,
Se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?
Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

MÚSICA: JOGOS E POESIAS – 07/12/08

E assim de repente numa tarde de domingo, a galera em casa em um torneio de dardos, bebendo vinho, ouvindo música e falando besteiras, tudo parou e fomos para sala, entre tantas músicas tocadas no violão saiu alguns versos, que pensei fossem apenas mais um dos meus escritos tolos, eis que com o um olhar atento e carinhoso e a junção de alguns acordes, vi um milagre acontecer...(meus versos se transformando em canção), fiquei empolgadíssima mais o êxtase e euforia tamanha não me deixava mais escrever, então mais uma vez com a ajuda do Tiago, compomos o resto da música, que ficou assim:

MÚSICA: JOGOS E POESIAS – 07/12/08

Composição:*Débora Vasconcelos / Tiago Costa*

Vou tomar do seu vinho
Vou jogar o seu jogo
Escutar suas músicas
Vou pedir pra você voltar de novo

Vou olhar seus desenhos
Espalhar suas poesias
Não quero o silêncio
De uma vida vazia

Refrão: Pare o mundo com seu sorriso e me abraça

Vou tomar do seu vinho
Esperar o seu beijo
Vou ler o seu livro
Despertar seu desejo

Vou caminhar ao seu lado
Quero ver seu retrato
Te ligar todo dia
Esquecer do passado

Refrão: Pare o mundo com seu sorriso e me abraça

NÃO VOU MAIS ESCREVER – 03/12/08


Não quero mais escrever por você
Você não merece a delicadeza de meus versos
Não merece que eu sinta algo por você, para ser tão importante a ponto de me fazer escrever
Você deprime e não colori
Você insulta e não se move
Não vale a pena escrever por você
Espero que essas sejam as últimas palavras escritas por você
Afinal o que é escrito ganha força
Sempre que alguém lê
E justo por você que é fraco não vale a pena escrever
E mesmo depois de quebrar as correntes que me prendiam a você
Você de mim ainda depende. Como isso pôde acontecer?
Vou te ajudar até onde posso
Mais vou parar de escrever por você
Não há mais nada o que desabafar, nem o que chorar, não há de ser
Vou te deixar pra lá
E que o pra lá seja distante a ponto de nem nunca mais te ver
Não vale a pena lembrar, voltar, amar
Nada mais vale a pena por você
Ainda mais o meu bem mais precioso que é
O dom de escrever
Esse eu não vou e nem quero mais gastar por você.

Débora Vasconcelos

CADERNO VERMELHO – 03/12/08


E lá vai ela com o seu caderno vermelho, escrevendo mais um verso
É assim que me vejo
Escrevendo pra não lembrar, escrevendo pra não esquecer, escrevendo pra viver
Mais uma vez procuro apressada por um papel, caneta ou coisa assim, pra que eu possa anotar, a idéia que tive no ônibus, a idéia que tive ao acordar
Fora as que eu tenho quando tomo banho e tenho que sair pela casa molhando tudo pra não deixá-la escapar
Vou escrevendo a vida que vou vivendo
Vou vivendo a vida que aos poucos vai se transformar em palavras
Dentro daquele caderno vermelho tem tantas coisas, não queira nem imaginar


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

POR TODAS AS VIDAS – 03/12/08

Ganhei de presente os textos abaixo (SORRISO NAS ORELHAS e ELA E EU) e alguns outros também, e em forma de agradecimento escrevi (POR TODAS AS VIDAS).

SORRISO NAS ORELHAS

Escritora, eu?
-Sim, e best seller
Às vezes ela se atreve a duvidar
Mas no fundo sabe que tenho razão
As brigas (saudáveis) são constantes
Mas o grande barato de tudo isso
É que sempre saio de sua casa
Com o sorriso atrás das orelhas
Por mais uma vez ter aprendido tanto com ela

No dia seguinte não vejo a hora
De abrir meu e-mail e ler seus textos
Fabulosos e bem escritos
Descobri há pouco tempo
Que estou viciado em suas palavras
Mas isso me faz bem
Que mal tem?

São aproximadamente duas da manhã
A insônia às vezes ainda me perturba
Dessa vez não estou compondo músicas
Em meu velho violão
E muito menos criando desenhos surrealistas (como costumo fazer)
Estou escrevendo para alguém
E o melhor
Para alguém que me faz sorrir.

Tiago Costa


ELA E EU

Ela, gosta dos aquareláveis
Eu, prefiro os crayons
Ela, obcecada por corujas
Eu, nem sei de que bicho gosto direito
Ela, defende o ecletismo musical
Eu, também, mas com algumas restrições
Ela, objetiva e direta
Eu, analítico e pensativo
Ela, do marketing
Eu, da publicidade
Ela, penetra diretamente em meus olhos
Eu, prefiro ver o coração primeiro
Assim vamos fortificando nossa amizade
E conquistando nossos sonhos juntos
Apesar de todos os contrastes
Temos um sentimento em comum:
O calor quando tocamos as mãos.
Tiago Costa
.
.
.
POR TODAS AS VIDAS – 03/12/08

Eu li, reli, e li de novo
Os versos que escreveu pra mim
Foi o melhor presente que já recebi
Depois da vida que Deus me deu

Imprimi
Espalhei pela casa
Para me sentir amada
E assim te trouxe próximo de mim

Saber que posso contar contigo
É algo magnífico
Quando a pouco me achava perdida
Você me achou primeiro que eu

E pensar que posso:
Compor com você
Escrever com você
Desenhar com você
Dividir com você
Ganhar com você
Aprender com você

Quanto tempo perdemos?
E quanto já vivemos
Em tão pouco tempo
Não dá pra prever
O que há de ser

Você acabou de me dar
Algo que ninguém pode de mim tirar
Algo realmente meu

E por mais que se apague do computador
Que o fogo queime as folhas
Ou que eu fique cega e não possa mais ler

Esses versos são só meus
Isso só eu posso entender

O que fez por mim hoje
Vou levar por todas as vidas
Essa imensa alegria
De falar a minha língua
Quando achei que ninguém mais no mundo pudesse me entender

Débora Vasconcelos

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CAMINHO DO SOL


Nas minhas férias do ano passado, em vez de ir para um lugar de lazer, eu resolvi que faria o CAMINHO DO SOL que é uma caminhada de 241 km a pé, por várias cidades. Eu precisava fazer isso para cumprir um projeto de vida que escrevi quando tinha 16 anos e porque precisava me libertar. Lá eu escrevia toda noite, mais o cansaço me impedia de ser tão criativa. Mesmo assim aí vão alguns escritos dessa experiência maravilhosa e inesquecível.



18/07/08

Amanhecer com roncos não é o problema, nem a claridade ou o frio atrapalha tanto quanto a dor
O corpo pede calma, mais a persistência é maior: de alcançar o objetivo
É nessa hora que percebemos que somos capazes de ultrapassar nossos limites e ir além da dor, para tocar o sino
O sino nada mais é que a vitória!
Simboliza a sua própria força ecoando para que todos saibam que você venceu seus próprios medos e dores
Todo peregrino é um guerreiro que luta contra si mesmo, contra o tempo, contra a dor de saber quem ele realmente é, pois não é fácil se encarar de frente sem ao menos ter espelhos
Eu me proponho a vencer e a tocar todos os sinos que encontrar pelo caminho de minha vida. Assim é a alma do peregrino

Débora Vasconcelos




PEGADAS – 17/07/08

A paisagem enche meus olhos
O barulho das canas quando o vento toca é a música que ouço agora
A ânsia de chegar ao descanso é crescente...
Assim como a intensidade do sol
E quando enfim encontro o lugar de parada, posso observar os raios de sol penetrando nas árvores e o quanto andei
E nas pegadas marcadas no solo deixo também os meus pesares
Vou ficando leve e exausta, num misto de alegria e cansaço
Posso ver que nada é impossível
Quando conseguimos sentir que somos fortes, além do que imaginávamos.
É quando a força de vontade é maior que a dor




Débora Vasconcelos





ATÉ O FIM - Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger

Não vim até aqui

Pra desistir agora

Entendo você

Se você quiser ir embora

Não vai ser a primeira vez

Nas últimas 24 horas

Mas eu não vim até aqui

Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar

Minha casa é qualquer lugar

Se depender de mim

Eu vou até o fim

Voando sem instrumentos

Ao sabor do vento

Se depender de mim

Eu vou até o fim

Eu não vim até aqui

Pra desistir agora

Entendo você

Se você quiser

Ir embora

Não vai ser a primeira vez

Em menos de 24 horas

A ilha não se curva

Noite adentro

Vida afora

Toda a vida

O dia inteiro

Não seria exagero

Se depender de mim

Eu vou até o fim

Cada célula

Todo fio de cabelo

Falando assim

Parece exagero

Mas se depender de mim

Eu vou até fim

Não vim até aqui pra desistir agora

Não vim até aqui pra desistir agora



terça-feira, 13 de janeiro de 2009

MÚSICA - INTACTO

Composição: Jair Oliveira

Não faço pra te aborrecer
Nem eu me entendo direito
Meu jeito não dá pra prever
Às vezes dá defeito

Não tô triste nem tô "deprê"
Apenas estou sossegado
Não há o que esclarecer
Não há nada errado

Às vezes o silêncio tapa os buracos
E o amor prossegue intacto

Já sei o que vai me dizer
"Você é muito enigmático"
Tem toda razão, pode crer
Não sou nada prático

Mas deite aqui perto de mim
Vamos acalmar num abraço
Gostar geralmente é assim
Nunca é sempre fácil

Às vezes o silêncio tapa os buracos
E o amor prossegue intacto

PRATELEIRA – 25/11/08


Seria fácil ter uma prateleira pra depositarmos os nossos pesares e dores assim como as chaves do carro ou a bolsa quando a gente chega em casa
Já que não posso te acompanhar mais de perto, só te peço para que não se machuque, não quero ver em você nenhum arranhão
Sua tristeza me fará chorar
Sentirei ciúmes é inevitável
Você sentirá solidão e eu não poderei ajudar
É tão bom estar contigo
Mais trazem vários sentimentos, inclusive medo
É como se já nos conhecêssemos faz tempo
É um alívio, um alento, tão difícil explicar
A gente se entende, a gente briga, a gente se pertence
Isso em qualquer lugar
Não cometa o mesmo erro que cometeram comigo
Olhe nos meus olhos eu não mordo

Débora Vasconcelos

A ÁRVORE E O CORAÇÃO - 23/11/08


Uma árvore tão frondosa não pode secar tão rápido assim
Mesmo um coração tão machucado não pode para de bater
Do corte sai à seiva que se transforma em borracha
Do corte no coração sai a percepção de coisas que não se queria ver
E brilhará o dia para que haja a fotossíntese e se reviva
E brilhará o dia para que o coração procure outros motivos pra bater
E haverá sombra para que se descanse o cansaço
Para poder refletir sobre o que te aflige
E sentado nas raízes é possível perceber quanta força existe dentro, que uma hora tem que sair e se mostrar ao mundo
Imagino quantos sons do Batuque desse coração pode sair
Mais é preciso reagir...a chuva, ao vento, aos temporais
Nem todos dias são iguais
Uns são extremamente bons, outros são mais que ruins
E mesmo assim a àrvore está ali, sendo um exemplo de fortaleza, demonstrando grandeza, pelo simples fato de resistir
Esse coração tolo que bate desnorteado achando não ter abrigo
Encontra na árvore o refúgio para poder gritar sua dor e depois evoluir

Débora Vasconcelos




ABALO SÍSMICO – 15/11/08


O Professor pergunta com um ar de quem sabe tudo e que o aluno problema não saberia responder:
- O que é um abalo sísmico?
E o meu irmão responde:
- Terremoto!

Acho que essa introdução serve para explicar que os abalos sísmicos internos que passei nesses últimos meses, foram tão intensos e causaram tantos danos psicológicos como qualquer terremoto causaria.
Mas das perdas nasceram ganhos.
Dos escombros brotaram flores.
E do abandono solidariedade.
E esses terremotos avassaladores e seguidos me fizeram perceber o quanto sou forte para achar paz no meio de tanta dor e confusão.
Não me tiraram os sonhos de evoluir.
E assim eu prossegui, com uma dor latente em meu coração, mais com a certeza de que fiz além do que pude pra tentar impedir o sofrimento alheio e quem se feriu com os estilhaços fui eu. E mesmo assim encontrei a paz que tanto quiseram arrancar de mim.
Me levaram a confiança, o amor falso, levaram a gratidão, o zelo e a preocupação e tantos outros sentimentos que eu acreditei que pudessem existir sem interesse...mas a minha paz não.
Os abalos sísmicos que passei e ultrapassei adubaram a minha raiz e assim me senti mais feliz e mais forte e por isso estou aqui.
E descobri em mim um poder de reconstrução.
Pois quando houve o terremoto era como se tivessem me rastelado por dentro, mais logo em seguida o meu corpo reagia trabalhando na reconstrução do meu ser.
E poder ter essa oportunidade de entender e me recuperar tão rápido, não transformando minha vida num martírio e nem me vendo como qualquer coitadinho é esplendoroso.
Quando acabaram com todas as minhas certezas, eu fui a minha própria fortaleza e não precisei sofrer.
Chorei sim, um dia e por pouco tempo, mais a decepção enxugou minhas lágrimas e me fez enxergar o estrago que estava ali há tanto tempo.
Ver as coisas com clareza me trouxe de novo a certeza de que só Deus pode realmente nos entender. E por mais que alguém te ajude. Só você sabe a intensidade de sua dor, mais não é preciso transformá-la em escudo para se esconder do mundo e parar de conquistar tudo que num dia bonito você sonhou.
E mesmo com tanta fumaça e destroços eu pude ver seu arrependimento no toque do telefone perguntando se eu estava bem.
Agora, justo agora, no meio desse cenário tenebroso, envolta nesse cheiro de carniça, justamente agora, a resposta veio realmente sincera:
- Agora. Estou!

Débora Vasconcelos

ELE ME DISSE – 08/10/08


Um dia ele olhou no fundo dos meus olhos
E com o fogo da verdade me disse que eu iria me ferrar
Que um dia você iria me trair, me magoar...
Na hora eu não quis acreditar
Achei que seria ciúme, vingança, mandinga ou coisa assim
Mais no fundo meu coração sabia que era verdade
No fundo eu já tinha vivido essa realidade
E por idiotice minha eu insisti

Eu sabia o quanto ele me amava
O quanto queria o meu bem
Sabia que ele não pensava só em si
E que além de me querer ao seu lado
Ele queria me alertar também

Mais insensata decidi
Que iria tentar de novo
Que iria me entregar
E realmente me feri
Vesti a carapuça de novo

Mais aquele olhar nunca esqueci
Aquele olhar de fogo
O olhar de quem queria o meu bem
O olhar de amor que desprezei
E o peso desse desprezo eu mesma carreguei
Quando te procurei e você abriu os braços

O seu abraço é a minha fortaleza
E por mais que ele nunca volte a acontecer como antes
Foi com ele que aprendi a viver
Você é o exemplo que eu quero seguir
É o batalhador que eu quero ser

Parabéns por ser tão forte
Parabéns por me abraçar depois de tudo que te fiz
Eu nunca vou te esquecer
Já quem me magoou eu já esqueci, pois na verdade ele nunca em meus olhos olhou



Débora Vasconcelos

SANGREI - 06/11/08

Não tive porque chorar
Pois sangrei
E o sangue foi o bastante
A minha hemorragia de dor, foi de tristeza também
Se dependesse de você eu só poderia contar comigo
Você estava pensando em seu umbigo
Mas graças a Deus eu tenho amigos
Pra horas boas e ruins


Débora Vasconcelos

MÚSICA: AINDA É CEDO - Legião Urbana

Conposição: Ico-Ouro Preto / Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá

Uma menina me ensinou

Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou

E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo cedo, cedo, cedo, cedo
Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse:- Eu não sei mais o que eu sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê
E eu dizia: - Ainda é cedo cedo, cedo, cedo, cedo

NOSSO – 06/11/08


Quantas vezes eu quis te contar segredos
Quantas vezes esperei você perguntar
Quantas vezes eu só precisava de um olhar
Mais às vezes a televisão era mais importante, o computador não dá nem pra comparar
Quantas vezes eu quis compartilhar sonhos
Mais “FUTURO” era um assunto em que não se podia tocar
O que conquistamos durante todo esse tempo?
Nada era realmente nosso, não tínhamos um cachorro, um armário, nada que pertencesse a nós dois, nem as alianças eram iguais, não tínhamos nada nosso. A não ser um amor que não serviu pra nada
Um amor que assim que apareciam os problemas se acabava. E tudo era motivo pra se parar pra pensar. Esse amor também não era nosso
Nosso mesmo só ficaram as mágoas, sonhos sem concretizar, um casamento na praia que nunca irá se realizar
É uma pena você não ter me conhecido
É uma pena eu não ter te conhecido
Tinha tantas coisas pra te mostrar
Mais aí vinha a desculpa do cansaço, da dor, do embaraço,...
Parecia que só eu é que tinha que te escutar
Houve uma noite em que eu ia te contar tantas coisas, iria olhar nos seus olhos e me sentir realmente sua depois de te falar
E aí faria um desenho seu antes de você acordar. Mais essa noite foi num quarto de motel em uma viagem que não aconteceu.
Há coisas que não vão mudar!

Débora Vasconcelos

ME DEIXAR LAVAR - 06/11/08

Hoje entre tantos outros motivos tive que lavar os cobertores, a roupa de cama e os edredons
Tive que além de limpar, tirar o seu cheiro
Tirar o seu jeito
Tentar te apagar
Deixei que o sabão ficasse um pouco, só por precaução para que o seu cheiro não possa voltar
Deixei que o sol esturricasse e que o vento levasse aquelas gotas de água que ainda não saíram do meu olhar
É uma dor tão contida
Tão dolorida
Que não dá nem pra explicar
A traição da alma é mais doída do que eu podia imaginar
Preciso colocar pra fora de algum jeito as minhas dores e o meu pesar
E é escrevendo que vai saindo, assim aos pouquinhos, tudo o que aqui dentro está
Queria saber chorar de novo
Queria poder te expulsar do meu corpo
Simplesmente assim ao me lavar
Queria não acordar de madrugada, esperando ao meu lado, te encontrar
Não sei o que é pior se é ficar remoendo, ou se é de uma vez por todas, me deixar lavar com as próprias lágrimas


Débora Vasconcelos

MÚSICA: TEU SEGREDO - Jeito Muleque

Composição: Thiaguinho / Felipe Saab / Billy SP

Como eu pude um dia me apaixonar por você?

Como eu pude um dia me envolver com alguém assim?
Tão diferente de mim
Tão nem aí pra sonhar
Por que tem que ser assim?
Bem que eu podia mudar

Se é errando que se aprende, eu aprendi com você
Só se sabe o que é bom quando conhece o ruim
Graças à Deus teve fim
Viver sofrendo não dá
Faça um favor pra mim?
Nem venha me procurar


(Refrão)Não perco mais um dia de sol
Não deixo que tua sombra me assuste
Nem pense que eu fiquei na pior
Não vem me procurar, desilude
Você me entristeceu sem saber
Eu tive que mudar, foi preciso
Teu segredo roubou o meu sorriso...

MALDADE AO PERGUNTAR – 28/10/08


As pessoas são maldosas ao perguntar
Elas querem ver sangue jorrando
E quando sabem que você não está bem, fazem questão de cutucar
As pessoas não se importam com a felicidade
Querem maldade e tristeza no olhar
Buscam sugar o seu sangue, sua energia, seu paladar
Gostam de fazer isso, pois não têm mais no que falar
É difícil conviver com esse mundo abstrato
Onde muito pouco é sensato
E são poucos os que têm amor pra dar
Porque a maioria das pessoas...São maldosas ao perguntar!


Débora Vasconcelos

O SILÊNCIO VAI BATER NA SUA CASA – 28/10/08

Uma hora o silêncio vai bater na sua casa
Nessa hora não vai ser preciso dizer mais nada
A sua solidão vai falar por mim
Agora ainda está sendo fácil
Você ainda não caiu em si
É bom que tudo tenha acontecido agora
É bom que você tenha ido embora
Você não ia ser mesmo homem pra mim
E de repente em uma madrugada, aquela estrela cadente não vai significar nada

Você já não terá por quem pedir
Todos seus desejos estão parados
Estagnados no tempo
E não importa quanto tempo demore
Um dia o silêncio vai dizer o que eu não disse
E sua solidão vai falar por mim


Débora Vasconcelos

MÚSICA - Boa Sorte / Good Luck

Composição: Vanessa da Mata feat. Ben Harper

É só isso

Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
That's it
There is no way
It's over,
Good luck
I have nothing left to sayIt's only words
And what l feel
Won't change
Everything you want to give meIt too muchIt's heavy
There is no peace
All you want from meIsn't real
Expectations
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourselfI want you to get cured
From this person
Who poisoned you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the worldso many special people in the world in the world
All you wantAll you want
Tudo o que quer me dar / Everything you want to give me
É demais / It's too much
É pesado / It's heavy
Não há paz / There is no peace
Tudo o que quer de mim / All you want from me
Irreais/ isn't real
Expectativas / Expectations
Desleais Now we're Falling into the night
Um bom encontro é de dois

VOCÊ NÃO LEVARÁ NADA - 19/10/08

Pode ir
E o melhor é que você não levará nada
Nada de mim
Demoro
Pegue seus pesadelos e leve daqui
Ah! Se fosse fácil do jeito que você pensa
Eu não esperaria a sua ajuda
Que não veio
É simples assim
Não sei como demorei tanto pra ver
Vai ser melhor
Pra você e pra mim, pois não somos um só
Já passou do ponto
Mais não amadureceu nenhum pouco esse amor
Eu quero tentar de novo
Acho que ainda está por vir
Alguém que me faça sentir
Alguém que possa me sentir
Vai, vai fazer pouca falta aqui
Vai, vai ter que se virar pra sobreviver por ai
E eu no silêncio vou ser mais produtiva
Sai da frente do espelho
Quero poder me enxergar
Já que você não enxerga


Débora Vasconcelos

PENA QUE É RARO – 10/09/08

Adoro o seu cheiro de graxa
Adoro quando você me abraça de manhã e não me deixa ir
Adoro usar seu chinelo
Adoro o seu beijo sincero
Adoro ver você sorrir
Sei que é muito raro...
...mas adoro quando te faço feliz
Adoro dormir nos seus braços
Adoro quando estou na cozinha e você me dá um amasso
Adoro quando te vejo sorrir
Pena que é tão raro
Queria tanto te fazer feliz


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

TRISTE DE SE ACOSTUMAR – 06/06/08


A gente se acostuma...em chegar e não dar beijo
A dormir sem encostas os pés
A gente se acostuma a não ligar pra avisar que vai chegar mais tarde
Porque o outro não vai mais te esperar
Se acostuma em não contar os problemas por estar cansado até pra falar
A gente se afasta e se acostuma a não mais admirar
Olhar nos olhos então é tão difícil quanto se interessar pelo seu dia
Mas a gente se acostuma a viver como mortos vivos em casa no sofá
Enquanto era para gente estar fazendo amor, a gente se acostuma com a cueca furada e a calcinha relaxada. Se acostuma a nem reparar
E vivemos reclamando para os amigos que esse relacionamento não tem mais sentido, mais não se faz nada pra mudar, porque a gente se acostuma a esperar que o outro dê um jeito.
E se acostuma a empurrar com a barriga, se acostuma com as brigas
Se acostuma tanto...ao ponto de nem mais chorar
E a vida vai perdendo o sentido, e eu fico buscando aquele sorriso seu que me fazia delirar
Mais a gente se acostuma em não cobrar, porque não vai adiantar
E aí na rua encontramos outro sorriso, alguém que saiba nos escutar, olhar, apreciar, igualzinho ao nosso companheiro no começo do relacionamento, isso antes da gente se acostumar
A gente se acostuma a achar que é infeliz, porque o “seu amor” não sabe amar
Depositamos nossas esperanças no outro, mais aí a gente se acostuma em ir se separando aos poucos, a desiludir e a desencantar
Aí a gente se pergunta a onde foi para aquela pessoa interessante que conhecemos antes da rotina estragar?
Mas é mais fácil se acostumar com as mudanças estúpidas do que lutar, inovar, namorar, surpreender, amar
A gente se acostuma a viver triste
E isso é tão triste de se acostumar



Débora Vasconcelos

MÚSICA: BILHETE

COMPOSIÇÃO: IVAN LINS E VITOR MARTINS

Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor
Eu limpei minha vida,
te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou, está morto
Jogue a cópia da chave por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus

QUERO AGORA!

Assistindo ao seriado CAPITU, pensei o quanto Machado de Assis ficaria orgulhoso se pudesse ver a obra dele retratada de forma tão brilhante quanto aquele seriado. Foi muito bem interpretado, mas aí pensei que é triste um escritor brasileiro como ele ter essa reverencia toda só depois de morto, né...credo que meda, então escrevi esse texto abaixo e resolvi publicar as minhas poesias nesse blog.

QUERO AGORA! – 12/12/08

Sai fora!
Eu quero agora!
Já não posso esperar
O tempo pode apagar...
...A minha personalidade
Sai fora!
Eu quero agora!
Não me faça esperar
Me dizendo que um dia virá
Que já está pra chegar...
Que um dia vão ler, que vão gostar...
Sai fora!
Eu quero agora!
Quero mesmo é publicar
Pode ser que não leiam meus versos
Pode ser que alguém venha a se interessar
Que esse alguém conte pro outro
E que esse outro passe a comprar
Eu quero agora
Viver, escrever, estar
Ter a percepção do que acham dos meus versos
Se vão amar ou odiar
Na verdade pouco me importa, quero mesmo é publicar
Quero que se torne público o meu esforço de noites em claro a passar
Em busca da palavra perfeita
Pra colocar naquele poema e com isso fazer meu mundo girar
Sai fora não quero morrer pra que me dêem valor
Nem sei se em vida valor vão dar!?
O que me interessa mesmo é publicar
Fazer com que meus textos entre na vida dos outros
É minha forma de participar
Que façam sentido
Que me dêem sentido pra continuar
Mesmo depois de publicar
Histórias é o que não faltam
Nem nunca vão faltar
Enquanto houver um coração batendo
Amor ali estará, para me dar personagens
Sobre os quais vou relatar
Sai fora, eu quero agora, já não posso esperar
Virar museu, homenagem póstuma...
Que graça tem não poder comentar
Sai fora!
Eu quero agora
Conquistar o meu lugar

Débora Vasconcelos