É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ANDAIME – 15:40h – 25/09/15


É tão ridículo eu querer que você me ensine a ser eu mesma, depois de eu me perder em você.
Está tudo tão misturado, que o que parece errado é separar.
Você junto comigo, união mais do que amigos, mais do que a gente podia imaginar.
E o seu contrário me coube perfeito.
Eu não reclamo do que antes lhe julgavam ser defeitos.
E o que é meu diante de ti se faz aceito.
Nossos corações tão abertos se encaixaram de um jeito.
Que o entrelaço desse andaime, já não pode ser desfeito.


Débora Vasconcelos


terça-feira, 20 de outubro de 2015

GULOSEIMAS – 17:13h – 08/10/15


A velha Nota Fiscal de guloseimas compradas em um supermercado do outro lado do mundo, tem cheiro de liberdade e não de bolor.
Um ticket velho de trem encontrado na contracapa de um caderno que eu usava na época, significa muito mais que um papel sem sentido, ele me diz que fui capaz de sobreviver a distâncias oceanisticas e a distâncias tão mais imensas que o coração não calcula.
Não era só de guloseimas que eu vivia, eu me alimentava de sonhos.

 Débora Vasconcelos




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DESTRINCHAR – 10:34h – 19/10/15


Todos os medos, todos os desejos, toda culpa e toda criatividade, tudo de todos os tudos que eu carregava.
Um a um foram destrinchados lentamente neste período.
Pude me desconhecer e reconhecer em diversos momentos.
Rever atitudes inesperadas em que eu me expunha tão pura e verdadeira em minha essência, que antes eu encobria pelo pudor ou civilidade.
Ou me estranhar em movimentos rotineiros que eu me impunha, para me enquadrar em uma situação que eu já não mais queria.
Vomitei várias vezes, minhas lágrimas gritaram muito por socorro, e minha garganta secou em meio a tanto sussurro de minhas preces.
Eu cresci!
Fiquei mais alta do que os prédios em que eu não ousava subir.
Eu pude ver de lá a pequenez de meus problemas.
Eu cresci!
Passando por todo processo doloroso de secagem da semente, o plantio, os raios de sol queimando as folhas novas e os troncos que surgiam resistentes, já com a casca grossa de levar tanta porrada do vento, para enfim vir flores e quem sabe frutos.
Eu cresci!
Em diversos aspectos eu amadureci.
Não bastou apenas uma perda.
Foram várias que me fizeram ver o que eu negava descaradamente.
Eu cresci!
Quando mesmo sem concordar, aceitei que cada um é o que é.
Inclusive eu, que sou feita de escrita!


Débora Vasconcelos