É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

MOSKA - 11/01/10


Semana passada assisti um show do Paulinho Moska, uma cantor de uma sensibilidade singular, que estou escutando muito ultimamente. Inclusive ontem ganhei um DVD dele de aniversário, acho que de tanto falar sobre ele, meus amigos já sabem o quanto gosto. Acontece que eu fiz uma coisa inusitada...no final do show eu fui tirar uma foto com ele e caí na besteira de falar um pedacinho desse meu escrito abaixo que havia feito pra ele, eu nunca tive coragem de falar uma poesia assim olho no olho, ainda mais pra quem não me conhece. Aí não é que ele gostou e me deu até um mega abraço carinhoso...e disse que não era pra eu parar nunca de escrever. Nossa fiquei muito feliz, não sei nem explicar o quanto, receber um comentário desses de um cantor e compositor que admiro tanto.




ma moska pousou em mim

De repente me vi assim

Querendo ouvir e cantar


Uma moska diferente
Não pousou na pele e sim na mente
E fez tudo dentro de mim pulsar

Essa moska entrou pelos ouvidos
E dentro da cabeça começou a voar
A moska e seu zoombido
Com seu jeito tão peculiar

Fez dentro do meu peito uma coisa boa
Voltar a germinar
Fui tocada por essa moska
E tive a oportunidade de lhe tocar


Débora Vasconcelos

MÚSICA: UM E OUTRO – Paulinho Moska

Composição: Paulinho Moska

Um fala, o outro escuta
Um cala, o outro muta
Um grita, o outro olha
Um habita, o outro desfolha

Um aperta, o outro solta
Um liberta, o outro volta
Um salta, o outro pousa
Um falta, o outro ousa

Entrar na fenda que nos separa
da ponte que nos aproxima
Quem retirou a última pedra
do muro que estávamos vivendo em cima?

Um corre, o outro estanca
Um morre, o outro arranca
Um atura, o outro devora
Um mistura, o outro demora
Um concorda, o outro sabe
Que um transborda, o outro cabe
Um chamusca, o outro congela
Um busca, o outro revela

A fenda que nos separa
da ponte que nos aproxima
Quem retirou a última pedra
do muro que estávamos vivendo em cima?

Um existe, o outro permanece
Um insiste, o outro acontece
Um estranha, o outro acostuma
Um acompanha, o outro desarruma
Um agarra, o outro conquista
Um esbarra, o outro despista
Um batalha, o outro entrega
Um encalha e o outro navega

Na fenda que nos separa
da ponte que nos aproxima
Quem retirou a última pedra
do muro que estávamos vivendo em cima?

VOCÊ ME AMA E EU TE ADORO - 28/01/10


Adoro quando ele sente o cheiro da minha pele
Quando passa a mão no meu rosto e diz meu nome
Quando olha dentro de mim através de meus olhos
Quando da garagem diz que me ama ao telefone

Adoro quando ele me vê acenando da porta pelo espelho do carro
Quando vai embora ficando
Adoro e como adoro
Adoro porque ainda não amo

Sim o coração dele me faz queimar
Mas amar não está em meus planos
Então enfim eu adoro
Pra não cometer outro engano

Adoro vagabundear contigo
Nos domingos em sebos e oceanos
Em músicas, em desafios
Adoro, só pra não dizer que te amo

Adoro poder te enigmar
E sempre fazer com que você queira mais
Adoro fazer você esperar
Por algo que espero há anos

Adoro te retratar em mim
Nas fotos em que tiramos
Adoro quando me beija assim
E me faz sentir além de ser humano

Adoro ter você em mim
Em uma rotina que nunca entra em ordem
Quero te adorar além do fim
Até depois da morte

Você espera que eu diga
E eu tenho medo de assumir
Mais meu adorar é mais intenso
Do que um amor que só sabe mentir

Eu adoro te ter em meus braços
Adoro encontrar abrigo nos seus
Adoro quando você olha o que faço
Caladinho, parado, demonstrando ser meu

No fundo você sabe que meu adorar é maior
Do que qualquer amar que alguém já sentiu por ti
No todo você sabe aproveitar
Esse meu adorar que te faço sentir


Débora Vasconcelos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POR ALGUNS SEGUNDOS DANÇAMOS - 27/01/10


Em uma manhã que já não começa bem
Daquelas em que se perde o ônibus
Em que se acorda atrasada
Em que não se acha roupa...
Mas enfim dançamos
Eu e o moço da passarela
Aquele que tanto me olha
E que tanto olho também
Tamanha era a sincronia
Que quisemos passar pelo mesmo lugar
Trocamos passos suspensos
Acima dos carros e de tudo
Pra cá e pra lá
Só que aonde eu ia ele ia
Dançamos por alguns segundos, mas dançamos!
Os mesmos passos, a mesma música do trânsito
Sorrimos, nos encaramos e seguimos
Mas dançamos!


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DOIS EUS DENTRO DE MIM (CONTINUAÇÃO) - 25/01/2010

É como se houvesse dois eus dentro de mim
Ambos me pertencem
Genuinamente meus
Mais querem coisas distintas
E lutam dentro de mim

A luta deles era para que um se destacasse mais que o outro
Mais um deles desfalecia
Morria mesmo aos poucos
Um desanimo incontrolável o abatia
Uma dor descomunal

O outro eu ficou com dó quando viu o outro eu morrendo
Já não teria com quem lutar
Com quem discutir, com quem brigar
Então correu pra ajudar o eu meu que estava sofrendo

Ainda estou nessa luta aqui dentro...e ainda não sei como explicar
Agora lutamos juntos pelo renascimento...


Um eu morria pela rotina
Morria e morria a cada dia mais e mais
O outro eu, incompreensivelmente se fortalecia
Se exibia, mesmo querendo ao outro eu ajudar

Mais a verdade era que um não podia viver sem o outro
Se um deles morresse tudo estaria acabado
Precisavam se escorar um no outro
Precisavam se precisar

Eu precisava dos dois eus dentro de mim vivos
Brigando, discutindo
Fazendo a chama do meu olho brilhar

Então o eu forte, robusto
Pegou o outro eu fraco e moribundo
E o abraçou, transferindo suas energias e forças
Até que os dois eus se igualassem
Para poderem seguir

Mais já estavam perdidos
Mesmo que sadios
Ambos estavam abalados
Sem saber pra que lado ir

Tudo havia mudado
Quando dei conta de mim
E os meus eus estavam iguais
Isso me feriu
Me fez morrer naquele instante
Saber que estava tudo diferente
E eu permanecia a mesma
Mesmo tendo dois eus dentro de mim

....NÃO SEI SE CONTINUA...

Débora Vasconcelos

INVEJA- 22/01/2010


Sabe do que elas têm inveja?
Da minha felicidade
Da minha espontaneidade
Daquilo que elas não tem

Têm raiva da minha liberdade
Da simplicidade que me faz sorrir
Elas têm medo de serem tão livres assim
Sem prestar contas pra ninguém

Precisam estar presas
Em seus casulos enfeitados
Enquanto eu vôo de galho em galho
Com asas feias de se olhar
Mas que me levam aonde quero
Onde elas não podem chegar

É a inveja que as alimenta
Enquanto o som das músicas é o que me sustenta
Me encanta
E me faz sonhar

Elas têm inveja de mim
Por isso tentam me ferir
Elas não se conformam
E também não sabem amar

Elas têm inveja
Não de coisas materiais
Mais de sentimentos essenciais
Necessários pra ser feliz

Não é o que tenho que as incomoda
E sim meu jeito de agir
Meu sorriso largo, é um tapa na cara
De quem não sabe sorrir

Reviram seus próprios detritos
Atrás daquilo que eu tenho de sobra
A energia da vida é o que eu sinto
Mesmo quando elas me apavoram

Mais eu sou forte
E sei driblar, tudo que for preciso
Com um sorriso
Com um olhar

Eu faço o meu paraíso
Digno de se invejar
É só o que elas podem fazer
Pois dentro dele...Não vão entrar!


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

IRMANDADADE DO AMOR

*Quem acompanha o blog lembra que eu falei que conheci o Sidney que mora em Cabo Verde (África), e que localizou meu blog através do Google. Ele escreve lindas poesias, como essa aí de baixo, pedi e ele deixou eu publicar, afinal é preciso compartilhar palavras tão intensas e bonitas. Obrigada Sid por me deixar tão feliz com seus versos.

“IRMANDADADE DO AMOR”

O fogo tem um balançar sensual
Com um vaivém ancorado
Doce para os olhos, e sem igual,
Quão esguio e atrevido.

O fogo tem um balançar sensual,
Às vezes coreografando uma tristeza obscura
Outras vezes bailando numa satisfação total
De natureza bem pura.

O fogo tem um balançar sensual,
Caminha por entre os corações dos poetas
E este, nem sempre individual,
Derrama lágrimas e sorrisos palavreadas.

O fogo tem um balançar sensual,

Pois ele é a materialização do Amor.

Sidney Fortes Neves

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MOLESKINE – 14/01/2010

Abaixo foto do meu 1º Moleskine, não que eu necessariamente precise de um Moleskine pra escrever, pois qualquer papel de pão, verso de Nota Fiscal, qualquer papel mesmo já serve, prova disso são as fotos dos meus cadernos acima e lá embaixo. Em falar em caderno, tenho que confessar que caderno de escolas, sempre foram um problema pra mim, pois quando chegava o final do ano e tinha que jogá-los fora, eu precisava olhar folha por folha para não jogar poesias no lixo, e sempre encontrava muitas poesia espalhadas entre as matérias. Não sei porque mais matérias como Matemática e Física sempre tinham mais poesias do que as matérias de Humanas (risos), mais enfim ganhei esse caderninho muito usado por grandes personalidades como Henri Matisse (1869–1954), Vincent Van Gogh (1853–1890), Pablo Picasso (1881-1973), André Reton (1896-1966), etc..., pois esse bendito caderninho ele é cheio dos trelelês, costurados à mão na Itália, seu papel não fica amarelado ao longo do tempo (na verdade já são amarelados) possuem uma tira de elástico para mantê-los fechados (ou abertos em determinada página) e uma lombada costurada que permite que eles permaneçam planos (a 180 graus) enquanto abertos. Com tantos detalhes assim, eu não me contentei em terminar um caderninho de escrita que já tinha começado e fui logo pegar esse tal Moleskine pra escrever, eis que me deparei com a primeira folha dele, logo depois do local para colocar o nome, havia um imenso espaço vazio depois de Address (Endereço), indagando onde eu morava...Aí escrevi:


Moro nessas páginas, em cada uma delas, até as que deixei em branco por não saber continuar.
Moro nos meus escritos, moro nos meus gritos que apenas escrevendo pude dar
Me deixa morar em você?
Me deixa na sua mente entrar
Nas palavras não me restrinjo
A escrita serve pra me libertar
Então se alguém me perguntar onde moro, eu apenas digo
Que moro no meus escritos
Nos meus escritos é que sempre vou morar


Débora Vasconcelos


POSSE – 20/10/09

Precisei escrever no meu caderno novo
Tomar posse daquilo que é meu por direito de escrita
Essas linhas, essas linhas
São tão finas
Vou ter que me adaptar
Ou quem sabe extrapolar
Deixando que a falha seja bela
Deixando que a intuição seja sincera
E a inspiração valha mais
Ainda faltam muitos sons pra serem ouvidos
Muitas palavras pra se falar
Muitos cadernos a serem preenchidos
Muitas linhas pra se ultrapassar
Muitos desejos escondidos
Muitos amores pra se desvendar
Me ajuda a te manter nítido no meu pensar
Se faz presente em meus sonhos
Já que não há coisas novas pra se lembrar
Enquanto isso eu escrevo no meu caderno novo
Só pra posse dele eu tomar


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DOIS EUS DENTRO DE MIM - 13/01/2010

É como se houvesse dois eus dentro de mim
Ambos me pertencem
Genuinamente meus
Mais querem coisas distintas
E lutam dentro de mim

A luta deles era para que um se destacasse mais que o outro
Mais um deles desfalecia
Morria mesmo aos poucos
Um desanimo incontrolável o abatia
Uma dor descomunal

O outro eu ficou com dó quando viu o outro eu morrendo
Já não teria com quem lutar
Com quem discutir, com quem brigar
Então correu pra ajudar o eu meu que estava sofrendo

Ainda estou nessa luta aqui dentro...e ainda não sei como explicar
Agora lutamos juntos pelo renascimento...

CONTINUA....


Débora Vasconcelos

NÃO COUBE - 27/10/09

Sem a supervisão do seu falso amor
Eu me permiti, não me interpretar
Me permiti viver
Sem ter que tentar te encaixar

Você não coube em meus espaços
Você não coube nos meus abraços
Nos meus amigos
Nas mesas de bar

Você não coube nas minhas fantasias
Na minha realidade
Nem no meu dia a dia
Não coube no meu amar

Sem a supervisão do seu amor falso
Eu me deixei escrever mais
Me senti livre pra criar
Me senti livre pra ser amada
Sem ter que te esperar

Você não soube crescer
Enquanto eu já não cabia mais
Me expandia os pensamentos e alegrias
Mais foi você quem não coube mais na minha vida
Sua presença se tornou de mais

Débora Vasconcelos

AMPULHETA - 10/11/2009


Não temos como medir
Quanto tempo se leva pra ler um livro?
Quanto tempo se leva pra amar?
Quanto tempo se leva pra realmente se sentir vivo?
Quanto tempo somos capazes de esperar?


A contagem do tempo é tão pessoal e tão íntima
Que somente quem sente é quem pode falar

Falar de tempo para um presidiário
Não é o mesmo que falar do tempo para uma criança que nem sabe em que dia da semana está
Falar do tempo para um doente terminal
Não é o mesmo que falar do tempo pra quem fica os dias diante da televisão a passar

O segredo é usar o tempo como amigo
Pra diante dele tudo poder realizar
Colocar sonhos em prática e com juízo
Pra que o próprio tempo não venha a te atropelar

Débora Vasconcelos

ICEBERG DE MEL - 26/11/2009


A vingança é doce como o mel
E fria como um iceberg
E como o gelo, é também escorregadia e se não soubermos direito onde pisarmos é possível que ele trinque e caíamos nas profundezas de um mar implacável e sem perdão
E a água gelada é capaz de nos matar
Mas enquanto isso...Desfrutemos do doce sabor gelado que a vingança vem a proporcionar
Eu já tive dias de paz
Mas agora aprendi a me vingar
E confesso estar ficando viciada neste doce sabor, porém tenho que conviver também com o medo de escorregar

Débora Vasconcelos

VAI, MAS VEM - 11/01/2010


Porque meu corpo pede sua carne?
Porque meu olfato pede seu cheiro?
Minhas mãos, sua pele pra percorrer?
Porquê?

O meu desejo não se sacia ao te ter
Não acaba, continua, cresce...
Sempre querendo mais prazer
Quero você!

Inflamar o seu tesão
Com tanta emoção, que você nunca irá esquecer
Quero te fazer perder o rumo de casa
Quero que você habite em mim
Quero ser o que te arrepia
Proporcionar sensações distintas
Das quais você não saberá descrever

Porque nossos corpos se precisam?
Se engalfinham, se valorizam?
Porque te quero tanto assim?
Pulsando dentro de mim
Num eterno vai e vem

Débora Vasconcelos

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O NASCIMENTO DE EXTREMOS DE MIM – 05/12/09

Hoje o blog faz um aninho de existência e eu estou mega feliz, pois com ele conheci novos amigos como a Letícia que agora está escrevendo também e já tem seu próprio blog: http://descobrindoumnovoser.blogspot.com, como Sidney uma pessoa super talentosa que também escreve, logo postarei uma poesia dele aqui se ele deixar, só um detalhe ele é de Cabo Verde (África) e achou meu blog no Google, isso pra mim não tem preço minhas palavras já correndo livres de mim, percorrendo mundos que eu ainda não conheço.
E com o blog descobri que não apenas amigos e parceiros próximos gostam do que escrevo, assim como a Paula que também por incentivo meu está postando histórias engraçadíssimas no blog dela:
http://wwwbeterrabasimpatia-beterraba.blogspot.com, o Tiago ilustrador http://www.tiagocostailustra.blogspot.com/ que fez a antiga e nova imagem do blog, mas fora essas pessoas que fazem parte do meu convívio tem muita gente que passa aqui vez ou outra pra dar uma lidinha. E isso é muito gratificante e quando recebo um comentário então não consigo nem descrever o que sinto de tão bom que é.
Mas esse projeto “Extremos de Mim” já existe há muitos e muitos anos em minha cabeça, e hoje resolvi contar como ele nasceu.


Quando eu tinha lá meus 10 ou 11 anos e era moda estudar datilografia, pois naquela época não havia muitos cursos de digitação e computador era coisa de gente rica ou de banco, eu já escrevia poesias. E foi mais ou menos nesta fase que ganhei um dos melhores presentes de minha vida. Minha amiga-irmã Katielly chegou em casa com uma pasta azul e me disse:
- Fiz pra você!
Quando abri e vi logo de cara aquela capa, paralisei, ao mesmo tempo me impulsionei, pois naquele instante havia em minhas mãos a primeira edição de um dos meus maiores sonhos.
Ali pra mim foi o nascimento material de Extremos de Mim, pois em minha mente ele já existia há muito tempo e compartilhava esses poemas com a Ká, que no ímpeto de praticar sua datilografia, mas tenho certeza que principalmente na vontade de me presentear, de me ver feliz em uma fase tão sombria, ela passou sei lá quanto tempo a datilografar minhas poesias, e a cada letra datilografada transformava meu sonho em realidade e valorizava minhas palavras documentando meus sentimentos que de criança não tinham nada, pois já eram tão intensos e verdadeiros.
Então foi ali que Extremos de Mim, nome que sempre comentei que gostaria que fosse o nome do meu primeiro livro, tomou vida e me fez continuar a escrever meus poemas. Bastava isso, bastava que uma única pessoa gostasse do que eu escrevia, mesmo que fosse a minha melhor amiga, para que eu continuasse a escrever quando eu já não acreditava em quase mais nada, passei a acreditar em mim mesma.
Pelo grau de tristeza das poesias extremamente melancólicas daquela época, separei apenas essa que acho linda até hoje: Cactos.
Espero que gostem da explicação de como nasceu “Extremos de Mim” para mim. Não podia ser de forma diferente. Eu paria! E a Katielly era a parteira dos meus escritos.
Chegou à hora de retribuir pelo menos um pouco de tudo que ela já fez por mim, contando essa história.
Obrigada, Ká!

CACTOS

A minha paixão é tão grande
Que se expande pelos vales de cactos
Deixando-os forte e sem espinhos
Assim posso caminhar entre eles
Contando histórias de amor

Meu coração sem sossego
Que há dias está aflito
Por não conseguir lembrar com perfeição sua face
Agora se acalma para ouvir uma canção
O tempo nos separa
Nos deixando nessa obsessão

Sinto que minha liberdade
Vai além da opressão dos que não vejo
E pouco a pouco tudo faz sentido

Você é a inspiração do meu viver
Mas continuo sofrendo
Nessa doce agonia desses dias lentos
Pra voltar a lhe ver

Débora Vasconcelos



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

MINHA POESIA DE VIVER – 05/01/2010


Ele me cobra uma poesia
Como se assim fosse ser mais amado por mim
Ele me cobra sem dizer
Seu olhar me lembra que uma poesia pra ele devo fazer... tenho que fazer... preciso fazer
Mas não consigo escrever
A caneta trava, a inspiração se afasta e eu não consigo escrever
Confesso que teria muitas coisas maravilhosas a dizer, de todos os momentos bons que ele me proporciona
Ele me cobra e eu não consigo descrevê-los
Já tentei, eu juro
Mas não sei, não vai, não sai, não é natural
Ele me cobra e mal sabe
Que não preciso escrever uma poesia pra ele
Pois ele é minha poesia de viver
Com ele prefiro sentir coisas que não há como descrever, viver momentos inexplicáveis, sorrisos intermináveis
Amar e seguir
A poesia que ele quer que eu faça
Ele não percebe... mas é ele quem faz pra mim

Débora Vasconcelos

LENÇÓIS DE CETIM – 03/01/2010


Não são seus lençóis de cetim que lhe farão dormir bem
Entenda, não será seu carro importado que fará chegar onde você quer
Não é esse seu corpo todo esculpido que moldará seu coração
Você tem que se decidir
Seja menos arrogante
Aprenda a pedir perdão
Com licença, obrigado, aos subordinados, não fazem mal não
Não pense que a vida com dinheiro é fácil
Você tem que aprender a ser feliz dentro do seu coração
E pra isso não é preciso morar em uma mansão
Só é preciso sentir orgulho de si
Ter amigos verdadeiros
E saúde pra curtir
Não tente me enganar
Felicidade...não é isso que seus olhos me dizem
Você nem pode tomar um banho de mar
Sentir a força das ondas
Tem medo de se entregar e querer voltar
Não é o seu dinheiro que trará o sol pra sua vida
Eu já fiz meu cotovelo de travesseiro
Já andei quilômetros sem precisar
Já quebrei minhas correntes imaginárias
Ultrapassei os limites dessa estrada
Que você teima em seguir
E eu me senti feliz na simplicidade dos sorrisos
Isso tudo que você tem não significa nada
Se você não sabe ser feliz
Aparenta ser uma pessoa amada
Mas não tem amigos que possam te ouvir na tristeza de uma madrugada
Você tem todo um ritual de etiqueta a seguir
Acordar os outros não parece ser uma coisa educada
Mesmo quando os seus lençóis de cetim não resolvem nada
E você se vê só sem ter ninguém pra simplesmente lhe ouvir

Débora Vasconcelos

O PIANO – 03/01/2010


Eu me protejo atrás de meu piano
Esse foi o escudo que escolhi pra mim
Enquanto toco os pesadelos se afastam
Enquanto canto, sinto sua força vibrar dentro de mim
É como se ele girasse e me deixasse meio tonta e ao mesmo tempo feliz
Pois me realizo com cada nota
Seus sons me envolvem e eu o hipnotizo
Entramos em transe juntos
Não sou eu quem o manipulo
É ele que me ensina a sentir
O piano é o tipo de escudo que escolhi pra mim
Mas eu me mostro ao invés de me esconder atrás dele
Apenas me protejo do mundo, louco e doentio que se mostra diante de mim
Tentando esquecer, tocando canções bonitas
E deixando o piano me possuir
O piano é uma extensão dos meus dedos
Ele é parte de mim
Uma paixão avassaladora
Que da sentido a minha vida
E eu sinto assim desde a primeira vez que o vi
A minha dedicação a ele
É totalmente retribuída
Quando seus sons passam a tocar dentro de mim
Através de mim
Sem ele eu não saberia existir


Débora Vasconcelos

MÚSICA: DANDARA - Simone

* Quando estou cantando sempre troco Dandara por Débora....rsrsr, mais acho que toda mulher tem que ter um pouco de Dandara


MÚSICA: DANDARA - Simone
Composição: Ivan Lins e Francisco Bosco

Ela tem nome de mulher guerreira

E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim tão transparente

Ela é livre e ser livre a faz brilhar

Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

Ela faz mechas claras nos cabelos

E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso
Ela fala num celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo admirado

Ela é livre e ser livre a faz brilhar

Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

Ela tem nome de mulher guerreira

E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim tão transparente

Ela é livre e ser livre a faz brilhar

Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

MUITO MAIS DO QUE EU ERA – 04/01/2010


Quando você descobriu que não me conhecia
Mesmo depois de tanto tempo que comigo convivia
Se revoltou, rasgou minhas fotos, sofreu, chorou
Quando você descobriu a minha visão
Percebeu que não era apenas você que havia em meu coração
Quando você quis enfim me conhecer
Já era tarde
Mas foi esse mistério, que fez você realmente se apaixonar
Ficou louco pra saber o que eu fazia
Os momentos em que eu me escondia, para ser mais do que eu era
Quando você passou a me ler, passou um pouco a entender, mas se perdeu na interpretação
Só que agora já era tarde
Eu me mostrei tão diferente
Do que você previa
Do que você imaginava
Do que de mim você tirava
Do pouco que conseguia
Eu me tornei o seu dilema, o seu problema, a equação sem solução
Você se culpava, me culpava, se arrependia e me amava a cada palavra, a cada verso que você lia
Muitos desejos se manifestaram
Muitas coisas que você nem sabia
Não me conhecia!
E por não me conhecer totalmente
Um novo desejo despertava
Você odiava me amar
Mas me amava
Agora seus comentários não valem nada
Já não faz parte da minha atual vida
Mas seu ciúme dilatava
Sua cabeça enlouquecia
E eu me deliciava
Em poder mostrar
O que antes escondia


Débora Vasconcelos