É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

sexta-feira, 31 de maio de 2013

ALGUÉM PARA RECIPROCAR - 00:43h - 30.05.12 - Cotia


Ele reclamava dela
Ela reclamava dele
Ambos não sentiam mais prazer em participar da companhia um do outro
Cada vez que saiam era uma briga
Ao invés de aproveitarem os raros momentos de descontração, todo passeio era pesado e sempre carregava um lado negativo, uma discussão
Ela já não sentia mais vontade de sair com ele, que sempre menosprezava suas escolhas, desde roupa até intinerário
Ele já não sentia mais vontade de sair se não fosse para beber, era a única forma de lhe ver sorrindo e sociável
Mas o mais triste de tudo isso é que lá no fundo ambos gostariam de vivenciar companhias agradáveis
E em seus silêncios cada um deles imaginava um passeio feliz e despretensioso em um parque qualquer, com alguém  que soubesse "reciprocar" um único sorriso produzido entre dois lábios no meio de um beijo
Mas era só uma imaginação que ambos partilhavam sem compartilhar

Débora Vasconcelos

quarta-feira, 29 de maio de 2013

EMBUTIDO - 03.09.12 - 07:48h



Ele viajou comigo por todos os lugares
Só fui me dar conta em Praga que a foto dele estava lá
Embutida junto com a minha 3X4
Mas que azar!
Tentei me manter longe
Mas ele estava perto
Em um papel a se descartar
Mas não tive coragem de jogá-lo no rio
Deixá-lo por lá
Então ele foi embutido o resto da viagem
Só que em outro lugar
Não mais ao lado de minha foto
Ao meu lado na verdade, ele nunca quis estar

Débora Vasconcelos

* fotos em Praga (República Checa)

terça-feira, 28 de maio de 2013

AS VEZES É PRECISO QUEIMAR PARA ESQUECER, JOGAR FORA NÃO BASTA


Semana passada eu queimei muitos papéis em um lata de tinta que tinha sido tinha completamente usada em uma reforma.
Mudanças estão acontecendo por aqui e simplesmente é tempo de recomeçar.
E nada melhor do que contar com ajuda de gente querida e talentosa como a Silvia Quinalia que fez o novo layout do blog, mas quem estiver afim de ver mais de seus lindos trabalhos entre página de Entregues ao Vento no link abaixo.

TODO ESCRITOR TEM LETRA FEIA - 11:50h - 05.09.12 - em Vernon Heath (Dublin)


Temos letras feias porque a criatividade não se pode prender a estética
Temos letras feias para que sejamos decifrados
Temos letras rápidas porque o que escrevemos tem que permanecer
E assim quando tomamos posse da caneta e a dominamos por completo, nem para ela e nem para nós importa a forma da escrita
É assim que nasce o escritor
Junto com letras feias e emoções bonitas

Débora Vasconcelos

domingo, 26 de maio de 2013

O CORRETIVO (A Verdade do Erro)


Por mais que a gente passe um corretivo por cima
O nome ainda está lá
Esta apenas soterrado por uma massa branca, como se isso fosse o suficiente para se apagar uma história, para se escrever uma nova história.
Como se o corretivo nos salvasse de finais trágicos, de situações desagradáveis, de fatos que tentamos esconder até de nós mesmos.
É irônico, mas o corretivo não corrige nada, não apaga nada, não muda realmente nada.
O corretivo apenas encobre a verdade do erro.

Débora Vasconcelos

sábado, 25 de maio de 2013

O QUE ERA INGÊNUO - 10:50h - 21.06.12 - em Vernon Heath (Dublin)


A malícia do acaso transbordou de um pote chamado seu
E aos poucos o que era ingênuo se transformou
Um toque que ultrapassou a pele
Um grito dado no sussurro de um gemido
O calor que aqueceu mais que a alma
Jorrando satisfação em lábios ardentes
Tudo que era imprevisto se fez visível e transparente

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PEDAÇOS DE MIM - Ligia Maria Cerri




            O carteiro chama e simpático brinca: - Assine aqui, enquanto eu procuro em minha bolsa o seu envelope cheio de dinheiro.
                 Entrego lhe o papel assinado e ele me entrega o envelope gordinho, quando leio o nome da remetente, expontaneamente digo: - Não é dinheiro não moço. É melhor que isso! É um livro.

               Recebi hoje o meu livro autografado: Pedaços de Mim (Contos e Crônicas) da autora e querida Ligia Maria Cerri.


          Desviada pelas urgências alheias, deixei de escorrer felicidade entre meus dedos, através de minha escrita.
              Me dei conta do que as minhas palavras não traziam apenas uma felicidade solitária, e sim que ainda eram importantes para outras pessoas tocadas por meus escritos, ao receber um livro que os citavam.

RETOMAREI AS PUBLICAÇÕES NO BLOG AMANHÃ!!!