A chuva está tão forte
Que mal posso te ouvir
Pra você ter vindo até aqui molhado assim
Alguma coisa aconteceu
Pensei que era eu
Que um dia iria te procurar
Esquece o que passou
- Venha, vamos entrar
Enquanto a chuva molha o mundo
O meu mundo só quer chorar
E você me olha, me olha
E não consegue falar
- Venha, vou te secar
- Mas me diga o que aconteceu
Antes que eu comece a chorar
Só por imaginar que a vida te feriu ainda mais
Tenho pressa de suas palavras
Tenho pressa de suas razões
Mesmo querendo dizer não
Não consegui me controlar, te pedi pra entrar
Você não fala
E o tempo passa
Estou começando a me preocupar
Pego um café pra te esquentar
-Não cala!
-Fala!
-Diga o que lhe fez se molhar!
-Era o olhar!
-Era o olhar!
Não entendia
Não conseguia decifrar
Você repetia:
- Era o olhar
E eu perguntava:
- Mas que olhar?
Você dizia:
- Era o seu olhar que me faltava
- Faltava você me perdoar
E eu ainda não entendia
Você se levantou
E para porta se dirigia
Quando eu ousei te tocar
E você com carinho me retribuia
Dizendo que a pesar de tudo que havia feito
Eu te recebi sem preconceitos
Eu demosntrei perdão em meu olhar
Que agora sim você podia, seguir sua vida e me deixar
E debaixo da tempestade
Deixe-te ir
Um pouco dela você também teria que sentir
A chuva estava tão forte
Que eu mal te via
Mas te segui com os olhos até onde eu podia
Foi assim que tudo o que tínhamos veio realmente a acabar.
Débora Vasconcelos
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