É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O OLHAR DE PERDÃO – 16/12/2009


A chuva está tão forte
Que mal posso te ouvir
Pra você ter vindo até aqui molhado assim
Alguma coisa aconteceu

Pensei que era eu
Que um dia iria te procurar
Esquece o que passou
- Venha, vamos entrar

Enquanto a chuva molha o mundo
O meu mundo só quer chorar
E você me olha, me olha
E não consegue falar

- Venha, vou te secar
- Mas me diga o que aconteceu
Antes que eu comece a chorar
Só por imaginar que a vida te feriu ainda mais

Tenho pressa de suas palavras
Tenho pressa de suas razões
Mesmo querendo dizer não
Não consegui me controlar, te pedi pra entrar

Você não fala
E o tempo passa
Estou começando a me preocupar
Pego um café pra te esquentar

-Não cala!
-Fala!
-Diga o que lhe fez se molhar!

-Era o olhar!
-Era o olhar!
Não entendia
Não conseguia decifrar

Você repetia:
- Era o olhar
E eu perguntava:
- Mas que olhar?

Você dizia:
- Era o seu olhar que me faltava
- Faltava você me perdoar
E eu ainda não entendia

Você se levantou
E para porta se dirigia
Quando eu ousei te tocar
E você com carinho me retribuia

Dizendo que a pesar de tudo que havia feito
Eu te recebi sem preconceitos
Eu demosntrei perdão em meu olhar
Que agora sim você podia, seguir sua vida e me deixar

E debaixo da tempestade
Deixe-te ir
Um pouco dela você também teria que sentir

A chuva estava tão forte
Que eu mal te via
Mas te segui com os olhos até onde eu podia
Foi assim que tudo o que tínhamos veio realmente a acabar.

Débora Vasconcelos

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