Meu corpo sofre uma rajada de lanças e flechas
Leituras por toda parte
Tenho que parar de comprar livros e ler os que já tenho intactos, nas prateleiras e armários
Amo ser alvejada por palavras
Mas tenho que deixar que elas me atinjam
É uma guerra, largar a caneta e colocar os óculos
Deixar de escrever para ler é quase uma dor
Tenho vontade de organizar meu tempo
Mais a inspiração não conhece hora
E sempre se torna mais fácil abdicar aos conhecimentos alheios pelas minhas sensações verdadeiras
Que precisam escorrer pelas minhas letras em qualquer superfície que as aceitem
O desejo de irradiar os meus pensamentos
Ainda é maior do que o de ser irradiada
É uma guerra ler, quando a escrita é o que me faz falta
E pra mim, escrever nunca é de mais
Quero ser lida
Pois é na escrita que me perco e ao mesmo tempo sou encontrada
Nessa eterna guerra de palavras
As que entram e as que saem
Débora Vasconcelos
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