Fragmentos de mim mesma
Me quebrei inteira, para me multiplicar
Em sonhos e pesadelos
Tudo que sou eu espalhado pelo chão
Espelhado pelo ar
Me desfragmentando pra me dominar
Sem ser dominada pelo medo
Estilhaços e fios de cabelos
Já não se podem juntar
Cacos e restos do que eu fui nas paredes, chão e espelhos
São ladrilhos de lágrimas que não voltam mais
Os sorrisos agora também serão verdadeiros
Parei de roer o osso
Fiquei nua enfrente ao desgosto
E lutei com ele entre tantas perdas e danos
Consegui vencer o passado
E me desvencilhei do que havia de errado
Descobri que as dores que eu sentia
Eram das assas que em minhas costas cresciam
A liberdade que me afligia
Tirou de mim a solidão e o medo
De poder me encarar diante de qualquer espelho
Sem ter que me ferir com estilhaços e fragmentos
Débora Vasconcelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário