Nada do que posso te oferecer é definitivo
Se há um rio que corre em mim
Jorrando pra todos os lados
Não há gargalo que o possa engarrafar
Nada que você possa dizer
Será mais forte do que eu posso viver
Nada do que a gente viva
Será mais importante do que a minha própria vida agora
Sim estou sendo egoísta
Mas durante muito tempo eu me esqueci
Agora que me resgatei
Não posso simplesmente me dar a você
Me entregar sem me valer
Dói não poder te dar uma definição do que sinto
Você precisa de algo definitivo
E isso eu não posso lhe ofertar
O meu definitivo é muito raso
Perante ao meu rio em que você quer se atirar
E um de nós irá se machucar
Com as pedras que estão embaixo
Desse riacho que é tão bonito de se olhar
E só nadar
E não de cabeça mergulhar
Tem dias de correnteza baixa
Tem dias que é forte
Nada é definido
Nada é definitivo
Então não venha me culpar
Se nas minhas águas se afogar
Esperando encontrar salva vidas
Se é a minha vida é que está em risco
E corre somente para o mar
Tentando se encontrar
Beirando o que eu desconheço
Minhas próprias encostas vou desvendar
Então não posso te revelar
Aquilo que nem eu mesma sei
E para mim ainda é segredo
Mesmo estando dentro de mim
Débora Vasconcelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário