É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CADÁVER – 04/11/09


Conviver contigo é tão dolorido
Quanto ter um cadáver dentro de casa
Apodrecendo dia após dia
E não poder fazer nada

Dói aos olhos, ao nariz, aos ouvidos
Dói em todos os sentidos
Te olhar apodrecendo
E não poder fazer nada

E ter que conviver com esse cheiro
Que impregna e não passa
Uma sensação de desespero
Conviver contigo
Um morto vivo
Que finge estar sorrindo
Enquanto me maltrata

O seu silêncio
Os seus gritos
Tudo vem em forma de ameaça
Que o tempo não ultrapassa
Enquanto estivermos vivos


Débora Vasconcelos

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