Conviver contigo é tão dolorido
Quanto ter um cadáver dentro de casa
Apodrecendo dia após dia
E não poder fazer nada
Dói aos olhos, ao nariz, aos ouvidos
Dói em todos os sentidos
Te olhar apodrecendo
E não poder fazer nada
E ter que conviver com esse cheiro
Que impregna e não passa
Uma sensação de desespero
Conviver contigo
Um morto vivo
Que finge estar sorrindo
Enquanto me maltrata
O seu silêncio
Os seus gritos
Tudo vem em forma de ameaça
Que o tempo não ultrapassa
Enquanto estivermos vivos
Débora Vasconcelos
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