É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 12 de abril de 2010

DESFILADEIRO - 12/04/2010

O caminho de pedras parecia macio quando eu achava estar ao seu lado
Me arrisquei diversas vezes nas encostas dos desfiladeiros para segurar sua mão
E não sentia o perigo, apenas o meu próprio amor era suficiente pra me dar coragem
O que hoje se tornou motivo de medo, pois agora consigo enxergar o quanto me expus
E a tênue linha entre a realidade e a minha ilusão de que era algo bom, foi ultrapassada
Agora entendo que enquanto eu não percebia era bom, mesmo que ruim, era bom
Já não é mais!
Já não é mais tão surreal quanto era, não é mais entrega total como era, não é mais o que era pra mim
E o que nunca foi pra você, agora é
Difícil explicar essa relação de amor e ódio, de desejo e decepção
O caminho agora parece seguro, mais eu nunca mais sentirei o frisson do desfiladeiro, a segurança de confiar minha vida a você, nem em terras firmes eu posso reconhecer a certeza em seus olhos, pois ela já não existe nos meus
De tudo que sobrou olhando pra trás, o pouco que temos não parece suficiente para me sustentar
É estar num trampolim sem redes
Numa casa sem paredes, tentando transformá-la em lar
Eu já fui forte pra enfrentar o que viesse
Mas agora sou extremamente fraca e medrosa pra poder me aventurar tão próximo de um desfiladeiro, pra ouvir você dizer me amar

Débora Vasconcelos

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