PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !
Débora Vasconcelos
sexta-feira, 30 de abril de 2010
MENINA MULHER – 30/04/10
Amores em meu coração
Um dom em minha caneta
Uma caneta em minhas mãos
Carrego luz em meu olhar
E curiosidade leve de criança
Não tenho medo de amar
Sou cheinha de esperança
De que a vida vai melhorar
Com meu esforço de cada dia
Com a oração no meu peito
E com a luz de Deus que me guia
Carrego muitas vidas na mente
Já me livrei de várias serpentes
Assim como também já fui uma delas
Agora sou feita de paz
Mas ainda mordo a maçã mais bela
Meu travesseiro é fofo
E ele sabe todos meus sonhos
Minha cama é o meu conforto
Eu tenho braços em que me acolho
Nem todos dias são de sol
Mas nem sempre a chuva atrapalha
Carrego a luz do luar
Nas noites iluminadas
Carrego tranças em meus cabelos
E na nuca algo a se decifrar
Só mesmo eu sei o significado
Do meu modo de amar
Sou feliz de mais da conta
Sou menina, sou mulher
Carrego alegria em meu peito
Faço feliz quem me quer
Débora Vasconcelos
quinta-feira, 29 de abril de 2010
MÚSICA: NÃO ENCHE - 29/04/10
Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender...
Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver...
Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá...
Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar...
Eu vou
Clarificar
A minha voz
Gritando
Nada, mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você...
Harpia! Aranha!
Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Perua! Piranha!
Minha energia é que
Mantém você suspensa no ar
Prá rua! se manda!
Sai do meu sangue
Sanguessuga
Que só sabe sugar
Pirata! Malandra!
Me deixa gozar, me deixa gozar
Me deixa gozar, me deixa gozar...
Vagaba! Vampira!
O velho esquema desmorona
Desta vez prá valer
Tarada! Mesquinha!
Pensa que é a dona
E eu lhe pergunto
Quem lhe deu tanto axé?
À-toa! Vadia!
Começa uma outra história
Aqui na luz deste dia "D"
Na boa, na minha
Eu vou viver dez
Eu vou viver cem
Eu vou vou viver mil
Eu vou viver sem você...(2x)
Eu vou viver sem você
Na luz desse dia "D"
Eu vou viver sem você...
A RAZÃO DE EU CONTINUAR A PUBLICAR

quarta-feira, 28 de abril de 2010
PARA DURAR – 24/04/10
Ou como se os pingos lhe dessem força pra seguir
Ela tem um olhar fixo no horizonte e sabe bem o que quer
As pessoas a olham com curiosidade
Ela tem personalidade e sabe superar
Algo a faz andar além daquele asfalto sujo
Seus passos vão além do que podemos enxergar
Ela é segura do seu passado e não tem medo do futuro
Não tem medo de se entregar
E nessa vida não encontrou muros, que ela não pudesse de alguma forma ultrapassar
Tem raça e garra pra enfrentar o mundo, como se soubesse que poucas coisas são feitas para durar
Então ela caminha pela chuva com passos firmes, como se nada pudesse lhe atingir
CORAÇÕES MORIBUNDOS – 24/04/10
Às vezes são disfarces
Nem tudo que se imagina é sobrenatural
Às vezes nem a gente mesmo sabe
Tente primeiro entender
Sei quanto é difícil se colocar em outro lugar
Há muitos corações moribundos pra socorrer
E quase nada vão poder levar
Eu só quero ficar aqui agora
Tente não querer me carregar
A não ser que seja em seu juramento
Eu já não consigo mais continuar
Não importa quanto tempo ele passe em seu templo
O que importa é a fé que ele carrega pra qualquer lugar que vá
Se ele não me tira do seu pensamento
Eu não tenho culpa por me entregar
Por quanto tempo mais teremos que fingir
Que um dia iremos encontrar
Neste campo desmatado um lugar seguro
Para que possamos nos abrigar?
Sem mais brigar...só amar
Enquanto eles não querem ver
Nossos desejos vão se esconder
Até que estejam seguros pra se mostrarem
De uma vez por todas submergindo dos absurdos
Que juntos iremos superar
GUARDA ROUPAS – 28/04/10
Meu guarda roupas ainda esta aberto
E as traças ainda estão vivas, comendo aquele casaco velho
Eu não estou pronta de verdade
E nem adiantaria tê-la agora
Se em meu guarda roupas não posso guardá-la, pois os cupins também não foram embora
Eu não posso mudar de guarda-roupas, tenho que recuperá-lo pra um dia poder ter roupas novas, pra nele poder colocá-lo
Mas nada adiantará ter arrumado o meu guarda roupas se eu colocar novamente uma roupa infestada, cheia de pulgas, piolhos, traças. Preciso também recuperá-las
Descobri que roupas novas, também trazem defeitos
E por mais que pareça bonito um guarda roupas tão cheio
Só convém ao alheio, que nunca terá que organizá-lo
SOLITUDE – 25/04/10
Prefiro saber que mesmo com acontecimentos tão grandiosos, sou eu, quem você nunca tirou do peito
Prefiro talvez me enganar contigo novamente, mas nunca ter dúvidas do meu próprio amor
Prefiro ter consciência que sempre serei uma mulher só. E que a minha solitude é o que me faz forte
Prefiro eu ter certeza, enquanto os outros duvidam
Prefiro eu duvidar, enquanto os outros acreditam
Não que eu só queira contrariar, mas prefiro não tentar tapar o sol com a peneira
Enquanto os outros fingem que isso é vida
Prefiro criar histórias novas, do que não me desprender das já vividas
Prefiro ser eu a razão da tua vida
Mesmo que mal resolvida
Intensamente vivida
Sem ter qualquer explicação
quinta-feira, 22 de abril de 2010
EU QUERO A BAGUNÇA - 22/04/10

Eu quero a bagunça
Bagunça da nossa cama quando a noite foi pequena de mais pra tanto amar
Quero a bagunça dos meus cabelos embaraçados pelo vento, quando você me leva pra ver o mar
Quero a bagunça na cozinha, quando você inventa de cozinhar
Quero a bagunça das suas roupas lá e cá
Quero a bagunça dos nossos corações a palpitar
Tão vivos e intensos quanto nosso próprio olhar
Quero a bagunça dos DVD´s e CD´s que já não são, nem seus e nem meus
Quero a bagunça na geladeira do meu leite e do seu
Quero a bagunça dos nossos sonhos meio que atropelados, meio que enviesados e ao mesmo tempo costurados lado a lado
Quero a bagunça de te bagunçar
Quero a bagunça do nosso amor
Quero a bagunça de um feriado
Rotina, pra gente não há
MÚSICA: A LINHA E O LINHO - Gilberto Gil
É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa da paixão
Sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama,
Nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza
segunda-feira, 19 de abril de 2010
EU TENHO FLORES - 19/04/10
Tenho flores no meu cabelo
Tenho flores no coração
Tenho flores no corpo inteiro
Ganho flores todos os dias
Quando abro os olhos e a alegria vem no seu sorriso me visitar
Tenho flores fortes como árvores
A beleza delas de mim ninguém pode tirar
Tenho flores de amores
Tenho amores pra amar
Flores muito resistentes
Que ninguém fará murchar
Eu tenho flores e amores
Pra deles poder cuidar
Eu tenho flores....muuuitas flores
sexta-feira, 16 de abril de 2010
ROUPA SUJA – 16/04/10
Roupa suja
Tem gente que não tem em casa
E quer lavar a dos outros
Por ter muito tempo ocioso e nem da sua própria vida cuidar
Tem gente que sabe transformar em arte as manchas das roupas sujas
Tem gente que se mancha de propósito com o chocolate do amor a ponto de se lambuzar
Tem gente que só vê dor em tecidos estampados
Prefere a vida sem desenho, num tom acinzentado, pessoas com medo de amar
Roupa suja é o que falta no tanque dela, pra lavar e parar de ver o meu
Meu tanque é bagunçado mais é meu
Éh, ela inveja até as roupas sujas que eu tenho
Ela só se importa com o alheio
E as coisas que não lhe convém
Enquando eu sou elogiada todo dia
Pelos tecidos e ousadias do meu modo de vestir
Se está sujo, se esta lavado
Isso é problema meu
Dou conta do meu passado
Não vivo a vida de ninguém
Do meu tanque cuido eu
NA ESCURIDÃO DO NOSSO AMAR – 11/04/10
É ser dependente pra poder sentir
E mesmo sentindo é possível se enganar
As coisas não parecem às mesmas quando não se vê, tudo parece mudar de lugar
Amar você é mutilar meus próprios olhos, para as coisas que não quero enxergar
É no escuro que construímos nosso aconchego
Com sentimentos tão irreais, entre amor e desespero, nossos corpos se pertencem cada vez mais
Mas infelizmente você está cego também, não me vê
E eu já não posso te olhar, pois são inúmeros defeitos que iriam nos separar
Pra amar você tenho que quebrar os espelhos, não podendo nem me olhar
É da visão abdicar
Pra sentir seu amor em meu peito
Na escuridão do nosso amar
MÚSICA: TUDO BEM - Lulu Santos
Já não tenho dedos pra contar
Hoje eu não consigo mais me lembrar
Mas o teu amor me cura
Já não tenho dedos pra contar
Mas o teu amor me cura
quinta-feira, 15 de abril de 2010
CALEIDOSCÓPIO – 14/04/10
De vez em quando fecho os olhos e vejo imagens de caleidoscópio
Isso me faz feliz e me deixa suave o dia
Tinha um quando criança e terei outro algum dia
As imagens coloridas me fazem viajar em um tempo feliz e de mudanças tão rápidas como as figuras a se transformarem em minha mente
Estrelas, flores, pirâmides, cores
Mudanças infinitas
Eu e meu caleidoscópio
A infância feliz em meus olhos
Cheia de possibilidades distintas
Débora Vasconcelos
terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
DESFILADEIRO - 12/04/2010
Me arrisquei diversas vezes nas encostas dos desfiladeiros para segurar sua mão
E não sentia o perigo, apenas o meu próprio amor era suficiente pra me dar coragem
O que hoje se tornou motivo de medo, pois agora consigo enxergar o quanto me expus
E a tênue linha entre a realidade e a minha ilusão de que era algo bom, foi ultrapassada
Agora entendo que enquanto eu não percebia era bom, mesmo que ruim, era bom
Já não é mais!
Já não é mais tão surreal quanto era, não é mais entrega total como era, não é mais o que era pra mim
E o que nunca foi pra você, agora é
Difícil explicar essa relação de amor e ódio, de desejo e decepção
O caminho agora parece seguro, mais eu nunca mais sentirei o frisson do desfiladeiro, a segurança de confiar minha vida a você, nem em terras firmes eu posso reconhecer a certeza em seus olhos, pois ela já não existe nos meus
De tudo que sobrou olhando pra trás, o pouco que temos não parece suficiente para me sustentar
É estar num trampolim sem redes
Numa casa sem paredes, tentando transformá-la em lar
Eu já fui forte pra enfrentar o que viesse
Mas agora sou extremamente fraca e medrosa pra poder me aventurar tão próximo de um desfiladeiro, pra ouvir você dizer me amar
quinta-feira, 1 de abril de 2010
COM O TEMPO – 31/03/10
Com o tempo você vai se esquecer da cor do meu edredom
Vai se esquecer da luz entrando pela janela e batendo em meu corpo enquanto eu ainda dormia
Com o tempo você vai se esquecer do formato das minhas unhas
Das minhas pintas, da minha voz
Com o tempo você vai se esquecer que tentou me amar e que nunca conseguiu me fazer sentir completamente amada
Com o tempo vai se esquecer o quanto os meus pés são frios e o quanto o meu corpo era quente depois que você o esquentava
Com o tempo você vai se esquecer das fotos já emboloradas
Vai esquecer das minhas roupas, da minha letra, do meu jeito de tomar água, da espessura dos meus cabelos e dos meus lábios grossos
Com o tempo esses detalhes vão sumir
Você só se lembrará de uma história mal contada, bem terminada e muito infeliz
Ficarão só as magoas, a dor, as mentiras e trapaças
Mas com o tempo isso também há de sumir
Até que brote, em vez de lágrimas e pernas tremulas, um singelo sorriso se a gente se cruzar
E a sensação de que poderíamos ter sido felizes na juventude