É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ESTÁBULO – 19.08.10


Quando cheguei, ele estava com um chicote na mão.
Tinha uma doma precisa.
Queria que aquela crina que ele puxava com força, fossem meus cabelos.
Mas não demorou muito pra ele domar os cavalos, éguas, unicórnios e todos os outros bichos que havia dentro de mim.
Era pago apenas pelas aulas de equitação e de brinde me dava excitação.
Uma cara de macho, cheiro de homem. Não resisti quando ele me disse que eu era dele.
E sem previsões num dia em que tudo estava vazio, a chuva caiu sem dó. Ele me tirou do cavalo e meu corpo se debruçou contra o dele pela primeira vez. A água fez escorregar, mas as mãos dele eram cheias de certezas e permaneceram assim sem tirar dos meus seios. Eu pulei pra alcançar o seu beijo de baixinha que sou. Atracados corremos já encharcados por dentro e por fora, para o estábulo.
Abriu minha camisa num movimento só, eu me esquivei e ele me domou. Fugia do que eu mais queria, lutamos de amor.
Eu que sempre quis parecer sexy pra ele, me via ali despida de vaidades, no meio do feno, com os cabelos grudados no corpo com a água da chuva ou do suor.
- Ah! E como eu suei!
E quem diria? A melhor aula de cavalgada que tive na vida, foi dentro e não fora do estábulo.
Débora Vasconcelos

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