É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FILHO – 25/10/09


O lugar na janela do ônibus já não é mais meu, desde que ele nasceu
As minhas noites de sono agora pertencem a ele
Mesmo nas que durmo o sonho é dele
O último pedaço do chocolate
O melhor lugar no sofá pra que ele a mim se encaixe
O melhor cobertor...
Mas antes dele nascer
Quando eu decidi pai ser
Foi que tudo mudou
As conseqüências dos meus atos já não eram só minhas
As atitudes tinham que ser bem pensadas
Milimetricamente calculadas pra que ele não viesse a sofrer
Não foi seu nascimento que me fez amadurecer
E sim foi eu ter aceito você
Dentro do ventre imaginário que um pai pode ter
Fiquei ansioso com sua chegada
Não me importei com mais nada
Só quis segurar você
E em seus olhos eu olhava
Esperando dentro deles me reconhecer
Buscando retomar a sensibilidade que me faltava
Mudando o meu jeito de ser
Por você meu filho eu abri mão de coisas que eu achava fazer sentido
Mais preferi não ter que escolher
E como era fraco, não soube entender que um dia você irá crescer
Decisões vai ter que tomar
E quem eu vou ser pra poder te ensinar ?
Qual o melhor caminho a se percorrer
Se nem eu mesmo soube direito conciliar meus sentimentos
Pra um dia te convencer
De que sou um homem 100% resolvido e de que nada tenho a me arrepender

Débora Vasconcelos

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