Preciso te poupar do veneno de meus lábios
Preciso me poupar de ter que te dar respostas
Não dá pra decodificar algo tão codificado
É como o coração de uma criatura nova
Ninguém sabe como lidar
Ninguém sabe o que dali saíra
Pra se poder prever o que irá acontecer
Pra se entender o que dentro está
Será que é melhor eu me afastar de você?
Já que não quero te contar sobre a minha dor
Já que não posso te dar o meu amor
Porém tão pouco posso viver sem você
São quadros e retratos tão abstratos pra na parede se colocar
Só eu mesma posso saber interpretar
A verdade é que nem eu sei expressar realmente tudo que há pra se dizer
Na verdade já não há o que se explicar
E nas arestas vão ficando os restos
As culpas e a dor
No centro do corpo dessa criatura nova
Ás vezes há uma força descomunal e ao mesmo tempo uma fraqueza de isopor
Não dá pra saber o que se esperar
Nem eu mesma sei qual o próximo passo a se dar
As decisões variam tanto
Conforme o humor
E quase como uma alquimia
Experimento sensações novas
Que me transformam a cada dia
Numa criatura nova
Débora Vasconcelos
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