É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CULTIVO DE PAPÉIS – 23/03/09


Quero que o tempo passe assim
Com vários cadernos preenchidos
Letras bem feitas e torneadas
Ou garranchos que quase não se entende nada
Estará nítido nas letras a pressa de se escrever
Em derramar sobre os papéis as coisas que às vezes não se pode dizer
Às vezes um desenho aqui outro acolá
Vão demonstrando o que as palavras não conseguem expressar
Quero poder escrever sempre
Quero sempre poder escrever
Que nunca me falte papel, caneta, tinta ou coisa assim
Porque a memória é fraca
Isso sim falta em mim
Então não posso parar pra pensar
É quase como psicografar
Tenho que escrever, deixar sair
Deixar fluir sem me cobrar
Isso não é brincadeira, não pra mim
Escrevo já há tanto tempo
E o tempo não tem pena de mim
Vai passando e os cadernos vou preenchendo
Enquanto alguns cultivam flores, cogumelos, plantas em um jardim
Eu cultivo meus papéis
Isso é o que eu quero até o fim
Pois por mais que eu me acabe
O que eu escrevi ficará aí, pra quem sabe alguém cultivar
Alguém que entenda que eu não morri
Enquanto os meus papéis cultivar
Flores dali vão sair

Débora Vasconcelos

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, me apaixonei por este poema, muito, muito lindo !!!
Tenho certeza que este cultivo irá se expandir e frutificar, além de lhe trazer muitas flores que irão perfumar sua vida.

Att, Katielly