O quadro está torto
A casa bagunçada, os cabelos nem se falam
As coisas não andam bem
Uma angustia no peito
Uma saudade que escorre feito água
E eu aqui esperando por alguém
As paredes apertadas
Emboloram, ficam mofadas
E o meu coração também
Um desatino, uma batalha
Que nunca cessa, que nunca para
Não descansa, só se mantém
E daí se os problemas são só meus?
E daí se os apelos são só seus?
E daí se isso não importa pra ninguém?
Quero falar, quero expor
Sem ser taxada de coitada
E seja lá como for
Os dias passam e eu assustada
Tentando viver sem sentir dor
Tentando sobreviver ao meu próprio desamor
E entender o que não me convém
Assim vou driblando os dias
Dormindo cedo para evitar minha própria companhia
Aqui as coisas não andam bem
O dia amanhece eu tenho que ir
No meio dos outros, sorrir
Mas até que eu finjo bem
O problema é quando chego em casa
A solidão, a falta inexplicada
Um vazio que sempre vem
Sem poder explicar, nem tão pouco entender
A causa de estar estagnada
De tudo aqui me aborrecer
Fico tateando as palavras
Pra tentar me convencer
Que passou da hora de mudar a minha vida
De dar uma guinada
Mais vou ter que fazer por merecer
Débora Vasconcelos
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