(Ele esta com os anjos de verdade agora)
Hoje em dia
quando passo em frente ao prédio em que ele trabalhava em São Paulo,
imediatamente me arrependo de não ter prestado mais atenção na história, de não
tê-la escrito para que eu não perdesse nenhum detalhe, que hoje a minha memória
esqueceu dos causos contados por meu pai.
Algumas pessoas
passaram a me olhar com pena após a ida dele.
Outras demoraram
muito para me contar coisas que eu nem sabia a respeito do meu pai.
E para algumas eu
ainda não estou pronta para ouvir e simplesmente me fecho e tento mudar de
assunto.
Eu presenciei
uma grande mudança em seu coração em todos os sentidos.
E vejo
claramente essa mudança quando falamos do passado e me deparo com a reação de
surpresa de minha sobrinha que só o conheceu após essa transformação na vida
dele.
Sei que ainda
não esta acabado. Estamos todos em processo de entendimento, inclusive ele em
outro plano.
Não esqueço os
momentos ruins, apenas não guardo mágoa, pois eu fui mais forte que toda a sua
brutalidade. Talvez eu ainda remoesse com raiva se eu não tivesse superado.
Mas pelo
contrário eu superei, só que eu tive que me separar do meu pai, não por uma,
nem por duas, nem por três vezes, tive que me separar inúmeras vezes dele para
amá-lo.
E em todas às
vezes ele me viu partindo em busca de meus sonhos.
E eu o ensinei
que a minha força esta dentro do coração e não nas mãos ou em palavras ásperas.
E o meu pai
chorou comigo ao ver a conquista de tantas coisas boas em minha vida. A minha
força me levou a realizar coisas que eu nem havia sonhado de tão grandiosas.
E eu agradeço
por ter visto ele mudar, até o último momento, eu vi o meu pai mudar para
melhor.
Durante a nossa
convivência eu pude lhe dar alguns desenhos quando criança, cartões, perfumes,
ou outros presentes materiais.
Mas o melhor
presente que lhe dei em vida e que ainda posso continuar lhe dando,
definitivamente são as minhas vitórias.
Débora
Vasconcelos
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