Eu posso sim,
participar de mundos que não são meus
Posso querer
enganar o meu coração e a minha mente
Posso realmente
ignorar tudo o que eu vivi e tentar aprender coisas novas
Posso ir aos
mesmos lugares com pessoas diferentes, estar aberto desta vez e vivenciar novas
experiências
Eu posso passear
por caminhos que nunca havia passado, ter conversas que nunca tive
Conhecer pessoas
que não são do meu meio
Eu posso estar
tentando fantasiar a minha vida
Posso expor isso
para que eu mesmo tente me convencer
E com isso eu
posso estar cometendo os mesmos erros intímos, só que com uma nova pessoa
Porque estou
fingindo
E eu posso e sei
que eu posso fingir por muito tempo
Mas estarei
sempre pisando em ovos
Estarei sempre
vagando dentro de mim mesmo
E quando eu estiver
sozinho, vai chegar uma hora em que nem mesmo eu vou me reconhecer
Eu sou um
estranho diante do espelho
E eu me pergunto
o solene: - Porque?
Porque eu deixei
as oportunidades originais e verdadeiras
escaparem?
Porque eu não me
importei quando era para eu me importar?
Porque eu não
estudei, eu não amei, eu não me entreguei e eu não lutei pelo que eu lá no meu
amago realmente queria e conhecia como ninguém?
E me tornei
sombra
Sombra nem sei
de quem
Busco abarrotar
a minha vida com coisas novas, quando na verdade não sei administrar a minha
própria rotina tão conhecida
Busco preencher
cada segundo do meu dia para não ter tempo para pensar
Mas o
banho...Ah! o banho me faz estar sozinho e nu diante de mim mesmo
E meus
pensamentos escorrem como a água
Lavando o meu
corpo com a imundície da minha cabeça, que na verdade me suja ainda mais
O que eu estou
fazendo?
Isso não é
apenas recomeçar!
Eu não preciso
subir uma escada que não é minha para recomeçar
Porque o
intuituito de se recomeçar é fazer algo melhor do que já foi feito
E eu não sei
fazer desse jeito
Então eu uso os
outros como degraus, afinal eu já fui usado por aquele em quem acreditei e foi
só isso o que eu aprendi
Não reconheço a
solidão como necessária para aplacar a minha dor
Pois a solidão
me faz sofrer mais
Então carrego os
outros em meus falsos sorrisos
Interpretando um
papel que não sou eu de fato
Mais uma vez eu
sou fraco
E não tenho
coragem de começar um jogo limpo
Sem trapaças,
sem maudade
E vou arrastando
as pessoas comigo
Elas não
percebem
Não tem idéia de
quem eu sou
Nem eu mesmo
tenho
Me perdi dentro
da minha própria história de vida
Porque não soube
seguir um caminho
O caminho
genuíno do meu coração
E agora sigo por
outra estrada mascarando novamente que é por amor
E assim estrago
mais uma vida além da minha
Eu sou um deserto sem oásis!
Débora Vasconcelos
2 comentários:
Todos os caminhos da vida vão aparecendo à nossa frente, dia após dia. Alguns floridos e bem coloridos logo no início da estrada; outros sombrios e dolorosos.
Todos entretanto, escondem o que nos espera ao final da caminhada.
É nossa a opção de qual deles seguir.
A experiência ensina que independente do que encontramos nos primeiros passos, "o caminho genuíno do coração" como você bem colocou, é o que nos reserva o prazer durante toda a caminhada e a um final digno.
Ouça a razão sim, mas não fique surda à voz do coração!
Infelizmente Ligia, tem gente que não aprende nem pela dor e nem pelo amor!
Tem quem prefire não evoluir...infelizmente estamos sujeitas(os) a conviver com todo o tipo de gente. E gente que não muda, apodrece!
Muito obrigada a pelo comentário.
Bjsss mil
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