É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A ESCADA QUE NÃO É MINHA - 16:27h - 08.08.13 - Barueri

Eu posso sim, participar de mundos que não são meus
Posso querer enganar o meu coração e a minha mente
Posso realmente ignorar tudo o que eu vivi e tentar aprender coisas novas
Posso ir aos mesmos lugares com pessoas diferentes, estar aberto desta vez e vivenciar novas experiências
Eu posso passear por caminhos que nunca havia passado, ter conversas que nunca tive
Conhecer pessoas que não são do meu meio
Eu posso estar tentando fantasiar a minha vida
Posso expor isso para que eu mesmo tente me convencer
E com isso eu posso estar cometendo os mesmos erros intímos, só que com uma nova pessoa
Porque estou fingindo
E eu posso e sei que eu posso fingir por muito tempo
Mas estarei sempre pisando em ovos
Estarei sempre vagando dentro de mim mesmo
E quando eu estiver sozinho, vai chegar uma hora em que nem mesmo eu vou me reconhecer
Eu sou um estranho diante do espelho
E eu me pergunto o solene: - Porque?
Porque eu deixei as oportunidades  originais e verdadeiras escaparem?
Porque eu não me importei quando era para eu me importar?
Porque eu não estudei, eu não amei, eu não me entreguei e eu não lutei pelo que eu lá no meu amago realmente queria e conhecia como ninguém?
E me tornei sombra
Sombra nem sei de quem
Busco abarrotar a minha vida com coisas novas, quando na verdade não sei administrar a minha própria rotina tão conhecida
Busco preencher cada segundo do meu dia para não ter tempo para pensar
Mas o banho...Ah! o banho me faz estar sozinho e nu diante de mim mesmo
E meus pensamentos escorrem como a água
Lavando o meu corpo com a imundície da minha cabeça, que na verdade me suja ainda mais
O que eu estou fazendo?
Isso não é apenas recomeçar!
Eu não preciso subir uma escada que não é minha para recomeçar
Porque o intuituito de se recomeçar é fazer algo melhor do que já foi feito
E eu não sei fazer desse jeito
Então eu uso os outros como degraus, afinal eu já fui usado por aquele em quem acreditei e foi só isso o que eu aprendi
Não reconheço a solidão como necessária para aplacar a minha dor
Pois a solidão me faz sofrer mais
Então carrego os outros em meus falsos sorrisos
Interpretando um papel que não sou eu de fato
Mais uma vez eu sou fraco
E não tenho coragem de começar um jogo limpo
Sem trapaças, sem maudade
E vou arrastando as pessoas comigo
Elas não percebem
Não tem idéia de quem eu sou
Nem eu mesmo tenho
Me perdi dentro da minha própria história de vida
Porque não soube seguir um caminho
O caminho genuíno do meu coração
E agora sigo por outra estrada mascarando novamente que é por amor
E assim estrago mais uma vida além da minha
Eu sou um deserto sem oásis!

Débora Vasconcelos

2 comentários:

LIGIA MARIA CERRI disse...

Todos os caminhos da vida vão aparecendo à nossa frente, dia após dia. Alguns floridos e bem coloridos logo no início da estrada; outros sombrios e dolorosos.
Todos entretanto, escondem o que nos espera ao final da caminhada.
É nossa a opção de qual deles seguir.
A experiência ensina que independente do que encontramos nos primeiros passos, "o caminho genuíno do coração" como você bem colocou, é o que nos reserva o prazer durante toda a caminhada e a um final digno.
Ouça a razão sim, mas não fique surda à voz do coração!

Débora Cristina Vasconcelos disse...

Infelizmente Ligia, tem gente que não aprende nem pela dor e nem pelo amor!
Tem quem prefire não evoluir...infelizmente estamos sujeitas(os) a conviver com todo o tipo de gente. E gente que não muda, apodrece!

Muito obrigada a pelo comentário.

Bjsss mil