É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SOBRE PROMESSAS DE AMOR – 10/09/10


Quando o avião aterrisou em Madrid para apenas uma escala, tive uma crise de choro e algumas pessoas até se aproximaram de mim para saber se eu estava bem. Um pouco mais calma já no aeroporto segurei na gola dele e perguntei:
- Promete? Promete que você volta aqui comigo? Eu preciso voltar aqui! Promete?
Ele como sempre sem comprometimento disse:
- Não posso prometer algo que não sei se vou cumprir. Posso morrer amanhã, ou até hoje mesmo.
Uma mãe promete ao filho em seu leito de morte que ele ficara bom.
Noivos prometem diversas coisas até que a morte os separem.
Nos juramentos de faculdades prometemos por nossas profissões e acabamos corrompidos pelo “sistema”.
Todas essas são promessas de amor.
O amor nos faz prometer coisas que sabemos que não iremos cumprir, por mais que agente queira de início, nós sabemos que uma hora essa promessa não será mais verdade. Mas o amor cega.
E o bonito do amor é isso. Essa falta de visão é a realidade de quem ama e se entrega para fazer o outro feliz.
Mesmo que um dia deixe de ser verdade naquele momento mágico da promessa é tudo o que precisamos ouvir para confortar nossos corações e podermos seguir em paz.
Ele sabia o quanto eu queria estar ali e que se não fossem os tramites burocráticos eu sairia do aeroporto e me instalaria novamente em algum lugar daquele país. Eu saberia facilmente sobreviver em um mundo que já vivi há não sei quantas vidas passadas. Mas ele não teve amor suficiente pra me prometer que voltaria.
Chorei ainda mais. A falta de promessa, a energia daquele lugar e agora a certeza de que estava sozinha.

Débora Vasconcelos

Um comentário:

Unknown disse...

Suas palavras emocionam pelo peso das verdades que trazem...e que verdades!!!!!

Que bom poder lê-las novamente. Senti falta.