É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

sábado, 30 de abril de 2011

NO TEMPO DA DISTÂNCIA

Embrulhando enfeites eu me pergunto se daqui há um ano ou dois irei lembrar que os tenho e como me causará surpresa ou alívio quando revê-los intactos

Isso me faz pensar que muitas coisas estarão embrulhadas no tempo dessa distância que haverá entre eu e meu país

Entre eu e meus amigos

Entre eu e minhas coisas

Entre eu e o que eu poderia ter vivido

Sei que se eu voltar, ao desembrulhar os guardados me perguntarei:

- Porque será que eu guardei isso? Pois algumas coisas já não farão sentido

Algumas coisas já não combinarão mais comigo

Algumas eu já deveria ter esquecido

E algumas eu só irei lembrar que existe quando eu desembrulhar

Mas é o risco que se corre quando a gente passa a viver nessa ponte do tempo

Em que só o tempo irá responder o que será resolvido dessa distância que me afetará

Somente depois de me readaptar é que eu irei distinguir o que presta e o que é lixo

Por enquanto, ficará guardado

Até que eu tenha esse equilíbrio para decidir o que será digno de então me acompanhar

Débora Vasconcelos

Nenhum comentário: