É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

VERDADES E ILUSÕES – 02/02/11

O cheiro de fogueira vinha de longe, mas ela o reconhecia tão familiar. Inclinou seu corpo para fora da janela daquele apartamento acinzentado e deixou se levar pela lembrança de uma vida solta e colorida no sítio de sua avó. Vinte e cinco anos se passaram desde que ela quis ser mais completa, tendo televisão de plasma e microondas, mas a saudade era do milho assado na brasa da fogueira, do chimarrão e da conversa dos parentes sentados ao tronco. Só que aquele cheiro que na verdade vinha de um sofá velho que os mendigos tacaram fogo na quadra ao lado, lembrava mais do que a simplicidade da vida de interior, mais do que café coado no pano e das bolachinhas de nata, aquele cheiro lembrava mesmo era do primeiro beijo, do sabor do desejo e do medo, misturado a uma alegria pura de menina imatura e feliz. Era assim que ela se lembrava de um sorriso lindo que ele dava toda vez que o leite para casa de sua avó ele levava de manhãzinha. E sua mãe ainda questionava porque na cidade ela não queria acordar cedo e lá ela adorava.
Aquele cheiro de fogueira falsa de cidade grande lhe trouxe várias certezas, trocaria então a viagem de férias fazendo compras em NY, por uma estada boa no sítio de sua avó. Precisava se cercar de verdades e não de ilusões.

Débora Vasconcelos

5 comentários:

Milton T disse...

Bom largar a fogueira das vaidades

=)

Débora Cristina Vasconcelos disse...

Milton, muito obrigada pelos comentários, isso é muito motivador para que eu continue publicando os meus escritos.

Um Bjão

Unknown disse...

Oi Derbora!

Talvez vcê nem se lembre mas estas palavras me transportaram em lembranças, para uma chacara onde moramos onde tinhamos fogão de lenha e costumavamos comer milho assado. Lembrei tambem do delicioso do café que meu pai fazia no fogão de lenha cujo aromas podiamos sentir anda deitados na cama morrendo de priguiça de levantarmos para ir à escola.
Puxa como é bom lembrar destas cisas. Ah! Houve uma ocasião que recebemos a visita da sua mãe da Telma do Alfredinho e de você. Ainda tenho uma foto onde aparecemos eu, você, Alfredinho, Telma e O meu irmão Fabio que já não está entre nós.

Prima continue sempre acreditando nos seus sonhos e tenha certeza que tem um primo que se sente extremamente orgulhoso!

Um abração e nunca deixe de brilhar!

Débora Cristina Vasconcelos disse...

Nossa primo, eu lembro sim desse sítio a pesar de que eu era bem pequenininha, ainda tenho lembranças de lá sim.
Eu fiquei muito feliz com seu comentário. Obrigada de coração por acompanhar o blog.
Estou com saudades.

Um beijão e fica com Deus!

Sua prima Dé

Paula Amaral disse...

Lindo texto!!! Maravilhoso!
Bjs