Eu sou a menina
de traços fortes e pinceladas suaves
Era assim que
ele me descrevia
Destinguia a
mescla do que era melhor em mim
Desviando o meu
olhar para aquilo que eu não enxergava de olhos abertos
Então fechava o
meu coração para as expectativas que não me deixavam ver
Eu sou a menina
do chá e dos pés frios
Era assim que
ele me sentia quando me acordava com o cheiro do amor vindo da minha caneca
favorita
Sentia prazer em
me dar alegria
Não roubando a
minha energia a favor do seu ser
Eu sou a menina
de cabelos bagunçados e de olhos maquiados
Toda noite a
mesma coisa em minha volta ao seu lar
E ele com
sorriso largo, largado em seu sofá
Às vezes lendo
coisas minhas
Me transformando
na menina mais linda ao sua porta adentrar
Ele é especial,
mas o tempo todo fez com que eu sentisse o contrário
Separados já não
somos lindos como éramos
Débora Vasconcelos
Um comentário:
Muito bonito Débora.
Fui lendo e imaginando cada cena.
A beleza da cumplicidade, a beleza da simplicidade, encontradas numa caneca de chá oferecida, no largo sorriso a lhe esperar, na observação do que há de melhor no outro.
A beleza desta troca no cotidiano e que geralmente não enxergamos, deixa de existir quando de pares, passamos a ímpares.
Postar um comentário