É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FIZ AS PAZES COM DEUS - 19.11.12 - 19:57h - Vernon Heath - Dublin


Depois de mergulhar no mar de roupas e tudo mais, eu fiz as pazes com Deus, agora eu quero tempo para pensar. Um tempo que não tive para digerir muitas coisas, enquanto eu estava sendo engolida pelos acontecimentos.
A velocidade dos fatos e a demora de um sofrimento intransferível me fizeram ficar muda.
Justo eu que poucas vezes me calo.
E quando me calo, escrevo.
Eu já não tinha palavras que pudessem sair de minha boca ou mãos que pudessem demonstrar o quanto estava escuro ao meio-dia.
Desaprendi a escutar o meu corpo, não sabia o que era sono, fome, sede; já não sabia o que era amor.
E no mergulho reativei meus sinais vitais e no mergulho eu renasci.
Não me lamentaria mais a parti de ali, não me indignaria com o passado e nem me revoltaria com o que estava por vir.
Eu fiz as pazes com Deus!

Débora Vasconcelos

* Fotos tirada em Rijeka - Croácia
E eu com meu caderninho escrevendo.


domingo, 27 de outubro de 2013

TRAÇOS FORTES, PINCELADAS SUAVES - 13:27h - 21.10.13

Eu sou a menina de traços fortes e pinceladas suaves
Era assim que ele me descrevia
Destinguia a mescla do que era melhor em mim
Desviando o meu olhar para aquilo que eu não enxergava de olhos abertos
Então fechava o meu coração para as expectativas que não me deixavam ver
Eu sou a menina do chá e dos pés frios
Era assim que ele me sentia quando me acordava com o cheiro do amor vindo da minha caneca favorita
Sentia prazer em me dar alegria
Não roubando a minha energia a favor do seu ser
Eu sou a menina de cabelos bagunçados e de olhos maquiados
Toda noite a mesma coisa em minha volta ao seu lar
E ele com sorriso largo, largado em seu sofá
Às vezes lendo coisas minhas
Me transformando na menina mais linda ao sua porta adentrar
Ele é especial, mas o tempo todo fez com que eu sentisse o contrário
Separados já não somos lindos como éramos

Débora Vasconcelos

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ELE USOU O MEU CORAÇÃO PARA VOAR PORQUE O DELE NÃO TINHA ASAS - 11:43H - 21.10.13

Ele usou o meu coração para voar, porque o dele não tinha asas
Eu fingi não me importar, pois me dava prazer o seu peso momentâneo sobre o meu tronco

Ele usou os meus cabelos para se segurar
Por perceber isso eu fui mais veloz no vôo
E ele não caiu nas teias armadas abaixo de nós
Ele nem se quer as viu
Ele usou a minha boca para falar aquilo que não se atrevia
E eu gritei bem mais alto do que até mesmo eu podia
Ele baixou a guarda do seu padrão exemplar
E se rendia a minha conduta de madame estelar
Seus ombros ficaram relaxados
E os meus enrijecidos de tanto voar para manter aquela mágica sintonia
A sintonia que não havia em qualquer outro lugar
Apenas enquanto ele usava o meu coração para amar, porque o dele não tinha asas

Débora Vasconcelos

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

ELE NÃO TEM MEDO DOS MEUS MEDOS - 8:28h - Cotia

Gosto do jeito dele de sentir medo de me fazer carinho
Isso significa que eu ainda o assusto
Não quero que ele se acostume com meu jeito
Quero sempre ser a incógnita e deixá-lo com medo
Com medo de desistir de mim
Quero sempre ver os seus olhos arregalados e não ter certeza se isso é do pavor que eu lhe causo ou da paixão
Eu prefiro a certeza vinda das mãos trêmulas
Do que de palavras persuasivas nebulosas
Aquilo não foi um beijo, foi uma luta e eu gostei
Gostei dele não ter medo dos meus medos
E me fazer seguir errando ao seu lado sem que seja tão drástico como parecia ser

Débora Vasconcelos