Uma catástrofe anunciada
Vindo em minha direção
Um incêndio de chamas largas
Do qual não se calcula a proporção
Um furacão redemoinho, um desatino, um nó
Um passarinho sem ninho
Um coração tão só
Eu já sabia do desenrolar da história
E mesmo assim eu me atirei
Sem paraquedas, sem capacete
Nada que pudesse me proteger
Precisei renunciar a tudo
E me distanciar dos escombros
Para ser eu mesma a me recuperar daquela queda, daquele tombo
E mesmo longe eu ainda sentia essa paixão queimar em mim
Por isso eu não o respondia
Quando ele tentava saber de mim
Demorei para aceitar que sim, eu estava apaixonada
E que eu tive que deixar tudo, para outra vez não ser magoada
Tenho que conviver com cada pedaço da sua indecisão
Eu preferi me distanciar para ter de novo, o controle do meu coração
Mas às vezes de madrugada
Ainda sinto o cheiro do incêndio
Queimando por dentro, de um passado que não acaba
Débora Vasconcelos
2 comentários:
o passado é o presente na lembrança.
( Fernando Pessoa )
Profundo.....amor que queima dentro de nós.
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