É PRECISO IR AOS EXTREMOS DE SI,
PARA QUE POSSA EXPERIMENTAR-SE POR INTEIRO !


Débora Vasconcelos

segunda-feira, 20 de junho de 2011

INSENSATEZ – 20/06/11 – 11:43h- Rosmead Delvin


Quando o carro estava saindo da pista eu quase deixei, pois já estava praticamente sem controle de tudo mesmo, mas numa fração de segundos, eu resolvi me dar mais uma chance de tentar e não sei se foi meu erro.

Eu não consegui fazer diferente e cai na mesma lama que já havia me sujado antes.

Coloquei lama em meus próprios olhos para não enxergar e usar isso como desculpas para fazer o que estava fazendo mais uma vez. Senti remorso de não ter deixado o carro cair ribanceira abaixo, ainda sim eu estaria mais encima do que hoje estou.

Depositar seu destino nas mãos alheias é loucura, acho mesmo que é pior que isso, pois o louco vive seu mundo sem se deixar levar por ninguém, sem ser seduzido.

É duro dizer, mais eu senti ódio de mim, queria arrancar minha pele com as unhas, me desfigurar no ápice da minha dor, acho que não sou merecedora de nada, quis ser feia mais do que já sou.

Atraio somente o lixo, a escória desprezada e imunda. Tão suja como eu imersa em minha lama.

Sair de onde estava não foi suficiente para que o carro da minha vida tivesse direção certa, eu me enganei mais uma vez, contrariando o que inicialmente achava de que eu teria que parar, eu me dei mais uma chance.

Para que?

Por que?

Me pergunto repetidamente. Acho que é para que eu realmente entendesse que não dá.

E que é melhor viver sozinha, caminhar sozinha e morrer sozinha dia a dia.

Do que se doar e viver uma farsa.

Débora Vasconcelos


OBS: Em homenagem ao filme: Sobre os homens que não amavam as mulheres.

Sensacional esse filme, recomendo.

Um comentário:

LIGIA MARIA CERRI disse...

Texto bem contundente e sofrido, mas nem por isso, ou até talvez justamente por isso, mostra em tom poético uma realidade presente em muitas almas. Não há como não se identificar em várias passagens. Já me senti um pouco assim. Obrigada pela dica do filme.